Futebol Nacional

FUTEBOL PERNAMBUCANO

Simulação, apoio financeiro e psicológico: como está sendo a quarenta dos árbitros de PE

CBF e FPF estão se unindo para dar o suporte técnico e financeiro aos profissionais, durante período de paralisação, por conta do novo coronavírus

postado em 06/04/2020 17:27 / atualizado em 06/04/2020 19:53

(Foto: Paulo Paiva/DP)
Com a suspensão das atividades no futebol, por conta da pandemia do novo coronavírus, não são apenas os jogadores que estão passando por uma readequação nos treinamentos e, em alguns casos, reajustes salariais. No caso dos árbitros, essa nova realidade também vem batendo à porta. Tanto na questão econômica, quanto na preparação física e mental durante esse período de quarentena. 

Diante do cenário atual e das consequentes impossibilidades, a CBF resolveu disponibilizar vídeos testes e treinamentos, além de uma profissional de psicologia para os árbitros dos seu quadro. Na questão financeira, a confederação irá ajudar adiantando o pagamento da taxa de arbitragem, que será devolvida futuramente pelos árbitros. Cada árbitro vai receber de acordo com a divisão em que atuou no ano passado, valendo como referência sempre a série mais alta. Já a Federação Pernambucana de Futebol também fez uma doação de R$ 400 a cada um dos inscritos em seu quadro.

O membro da Comissão de Arbitragem da FPF, Erick Bandeira, de 53 anos, explicou como está funcionando, na prática, a ajuda que a classe vêm recebendo desses órgãos. De acordo com ele, existem mais de cinquenta árbitros no estado pernambucano, mas nem todos irão receber a antecipação da taxa, apenas os credenciados pela Confederação. Já a ajuda de custo da Federação Pernambucana, tem outro tipo de abordagem. “São 52 árbitros no estado, e só 26 são da CBF. Quem não é CBF, não tem direito, aí só vai ganhar o da FPF. A CBF está dando só uma antecipação, vai ter que pagar de volta, e a FPF fez uma doação”, explicou.

Já com relação à preparação física e psicológica, Erick Bandeira explicou que a nível nacional, os árbitros vem recebendo uma espécie de kit de apoio, com exercícios e tarefas que simulam situações de jogo. 

“A CBF disponibiliza, de dois em dois dias, tudo via Whatsapp, uma questionário com vídeos. Aí você diz se o lance foi mão ou não, se foi dentro da área, se foi pênalti, impedimento ou falta, por exemplo. A gente responde e depois tem uma nota. É para monitoramento e acompanhamento nesse período, como se estivesse decidindo no campo, tudo embasado na regra”, disse.

“A parte física também está sendo trabalhada. Toda semana. Os treinos são individualizados, porque cada um teu seu espaço e sua forma de fazer. Tem também uma psicóloga na CBF (Marta Magalhães) que fica dando acompanhamento, com conversas via telefone e skype”, completou Erick Bandeira.

Boa recepção

A princípio, as alternativas planejadas tanto pela CBF, quanto pela FPF vem tendo boa receptividade por parte dos árbitros. O Diario de Pernambuco ouviu o árbitro Tiago Nascimento, de 31 anos, que aprovou as medidas. Principalmente, a financeira.

“A paralisação tem afetado bastante, porque eu estou desempregado e a arbitragem é a minha única fonte. A ajuda da CBF e da FPF foi importante para conseguir pagar as dívidas e fazer as coisas dentro de casa, que todos nós temos que fazer”, iniciou.

O profissional de educação física também está se esforçando para ser um “aluno” aplicado aos testes preparatórios, durante a suspensão das atividades em campo. “Mantenho meus treinos em casa, e todos os treinamentos são coordenadores por Erick, que é responsável pela parte física aqui em Pernambuco. Aí a gente envia para a CBF e ela monitora. E, fora esses treinos que mandamos, tem os técnicos, que são vídeos testes que fazemos a cada dois dias com temas específicos, e ele mandam as decisões e os conceito”.