
É justamente o que começa a acontecer com o Sport. A troca de treinador mudou a faixa de classificação da equipe. Um salto surpreendente das últimas colocações para a sétima posição - com chance factível de terminar a rodada no G6. Mas essa sequência positiva ainda não foi suficiente para mudar a perspectiva de campeonato do clube pernambucano. Considero, ainda, uma visão mais realista do que necessariamente pessimista. E parte dessa sensação comum está justamente no roteiro do último rebaixamento. Em 2018, depois de 12 rodadas, o Sport tinha 19 pontos (dois a mais que agora) e era também o sétimo colocado.
Por ironia do destino, a “virada de chave” daquela campanha começou justamente depois da 12a rodada - quando aconteceu a paralisação para a Copa do Mundo. Foram 36 dias de intervalo entre o empate com o Grêmio na Ilha (0 a 0) e a derrota para o Ceará por 1 a 0 fora de casa. A perda de Anselmo foi muito sentida, assim como a incapacidade do técnico Claudinei Oliveira em voltar atrás em uma série de decisões erradas. De um time com perfil defensivo antes da Copa, o Sport tentou mudar de estilo e saiu do eixo. Para se ter uma ideia, só voltou a pontuar na rodada 17, com um gol no último minuto diante da Chapecoense. E foi o único ponto em longas 10 partidas.
Por mais que se reconheça alguns pontos em comum (a coincidência da rodada e posição e o estilo defensivo do time), as diferenças são consideráveis. Do perfil mais sólido do treinador à situação de salários agora equalizada. Sem falar na curva de crescimento mais ascendente e na própria lição aprendida dois anos atrás. O “fantasma de 2018” não deve assustar e sim, ensinar.
O “milagre” de 2016
Existe um outro parâmetro que pode ser trazido para o debate. E que foi justamente o que pesou na escolha do Sport por Jair Ventura: O Botafogo de 2016. Na rodada 12, o alvinegro então comandado por Ricardo Gomes era o 18o colocado com 12 pontos. Quando Jair assumiu, na rodada 21, o Botafogo tinha 20 pontos. Terminou com 59 na sexta colocação e com vaga na Libertadores.