Como Trio de Ferro receberá torcedores portadores de necessidades especiais após pandemia

A proibição de torcida nos estádios de futebol, por conta da pandemia da Covid-19, despertou curiosidade em saber como será o “novo cenário” quando a hora do reencontro chegar. Torcedores e arquibancadas se unirão outra vez. O futuro como no passado. Mas a parte desse espaço que é destinado aos torcedores com necessidades especiais ainda preocupa. 

 

A torcedora do Sport, Renata Rangel, portadora de necessidades especiais, relatou as dificuldades enfrentadas por ela para assistir seu time do coração jogar. “Os clubes deveriam cumprir o que diz o Estatuto do Torcedor. Ter mais respeito com a gente. Precisamos de conforto. Na Ilha mesmo, falta, por exemplo, visibilidade, local adequado, placas com informações, banheiros exclusivos, catracas maiores, estacionamento. Está muito aquém ainda. O meu sonho é chegar na Ilha e me preocupar com o resultado do jogo do Sport”, relatou Renata.

 

O Estatuto do Torcedor estabelece que os clubes e federações responsáveis por partidas realizadas em estádios para 10 mil pessoas devem fornecer transporte, ainda que pago, a pessoas com deficiência deficiência e idosos, a partir de um local de fácil acesso, como por exemplo estações de metrô.

 

Ciente disso, a reportagem do Diario entrou em contato com dirigentes de Sport, Náutico e Santa Cruz para saber como torcedores portadores de necessidades especiais serão recebidos após a pandemia pelo trio pernambucano.

“A Ilha do Retiro é um estádio antigo que sempre precisamos melhorar. A questão da acessibilidade é uma delas. Temos pontos importantes para atender os portadores de deficiência. Temos área para cadeirantes, temos corrimão e uma área nas sociais exclusiva para eles. Na arquibancada frontal a mesma coisa. Temos nos portões 6, 7 e 8 uma área só para os portadores de deficiência entrarem no estádio. Estamos concluindo também uma pista para os deficientes visuais. Essa pista vai da entrada da sede até o estádio. São melhorias que requer tempo e dinheiro”, garantiu o gestor de engenharia de patrimônio, Luciano Moura.

“Temos pontos importantes de acessibilidade. Possuímos rampas para usuários de cadeiras de rodas e um espaço demarcado para eles. Alguns setores do estádio também possuem corrimão, facilitando a locomoção. O trabalho é diário em todo o complexo dos Aflitos. Quanto às adequações necessárias para a volta do público ao estádio, ainda não temos nada definido. Vale lembrar que essa medida ainda está em estágio inicial e precisa da aprovação dos órgãos sanitários do Brasil e de Pernambuco. Quando aprovado, será necessário estabelecer um protocolo para garantir a segurança de todos. Apenas após esse protocolo, feito por todos, é que poderemos tomar ações necessárias de adequações”, explicou o diretor de patrimônio do clube, Ítalo Braga.

“Já possuímos algumas adequações para portadores de necessidades especiais, tais como: sanitários com acessibilidade para usuários de cadeiras de rodas nas sociais e nos camarotes e espaços exclusivos na área em frente às sociais, com acesso por rampas e corrimãos. Está sendo desenvolvido um projeto completo de acessibilidade com todos os sistemas exigidos, com piso tátil no acesso ao estádio, desde o passeio público até o setor onde o torcedor vai ficar, um mapa tátil no acesso ao estádio, balcões acessíveis nos bares e bilheterias, sanitários acessíveis em todos os setores, dentre outras adequações. Não temos estacionamento, mas será destinadas uma área para os portadores de deficiência, idosos e gestantes”, assegurou o gestor patrimonial, César Bezerra.