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Ivan Brondi quebra silêncio e garante concluir mandato de presidente do Náutico

Pressionado pela torcida, atual mandatário alvirrubro concedeu entrevista ao Superesportes na qual analisou momento conturbado do clube

postado em 19/06/2017 20:20 / atualizado em 19/06/2017 20:22

Léo Lemos/Náutico
Um dos principais alvos da revolta da torcida do Náutico, o presidente Ivan Brondi é geralmene avesso a entrevistas. Desde que assumiu o clube, em maio do ano passado, substituindo Marcos Freitas, que se afastou por problemas de saúde, o dirigente, um dos ídolos alvirrubros, presente nos seis títulos do lendário hexacampeonato (1963-1968), poucas vezes falou com a imprensa. Mas nesta segunda-feira, atendeu com paciência à reportagem do Superesportes

Por telefone, Ivan, de 75 anos, reconheceu o momento difícil pelo qual passa o Timbu, criticou a antecipação da eleição, marcada para o dia 16 de julho e garantiu que vai concluir o seu mandato, que se encerra em dezembro, afastando especulações em torno de uma possível renúncia. Também falou da redução da folha salarial e da pressão da torcida. Confira os principais pontos da entrevista.

Possibilidade de afastamento
"Por enquanto, não existe essa possibilidade. Pretendo trabalhar com o grupo até o final da gestão. A não ser que ocorra algum problema de saúde. Mas já não sou tão inexperiente assim. Estou acostumado a emoções. Entramos nesse barco e vamos até o fim."

Pressão da torcida
"A única coisa que não concordo é quando se parte para agressões. Isso não convém em um clube como o Náutico. Isso é a única coisa que me deixa amargurado. Aqui estão muitos abnegados que estão deixando parte do seu tempo para ajudar a administrar o clube. No mais, não tenho absolutamente nenhum problema. Só acho injusto porque estamos trabalhando em prol do clube. Não sou eu quem está perdendo gols ou sofrendo gols. Mas é muito mais fácil imputar a culpa a uma pessoa. Não me sinto culpado de nada e estou trabalhando na medida que posso e do meu conhecimento. E espero que os resultados comecem a aparecer para tirar o Náutico dessa situação incomoda."

Momento do clube
"Os resultados não condizem com o esforço que está se fazendo. Diminuimos a folha e não podemos ficar na ilusão de contratar quem não podemos pagar. Só vamos contratar algum jogador de primeira linha caso algum associado ou abnegado queira bancar. Estamos aberto a qualquer tipo de ajuda. Estamos precisando que todos os alvirrubros se abracem, deixem as intrigas de lado e venham para cá trabalhar."

Situação financeira
"O momento é muito difícil porque a gente tem dificuldades que vieram se somando do ponto de vista jurídico e de pagamento de contrato de jogadores que passaram pelo clube. As coisas vão piorando quando os compromissos vão vencer e não se consegue saldá-los. Mas esse volume de compromissos que a gente tem é decorrente de algumas coisas que se fez em gestões anteriores, não só nessa administração. Mas, na medida do possível, esta gestão está honrando os compromissos. Uma coisa de cada vez."

Antecipação da eleição
"Acho que no momento não deveria acontecer. Mas a assembleia dos sócios é soberana. E se foi resolvido desse jeito, a gente tem que acatar a vontade do sócio. Esperamos que tenha um desfecho feliz."

Folha alta no início do ano
"A gente pensa em fazer as coisa da melhor maneira possível. Pode ter havido algum exagero. A gente na verdade teve uma folha alta. Mas esperávamos um resultado melhor. Se tivessemos uma folha baixa talvez não chegassemos em quarto lugar como chegamos (no Campeonato Pernambucano). Futebol às vezes é aposta. Apostamos assim como já haviamos feito no ano passado, quando disputamos o acesso à Série A até a última rodada. Mas não conseguimos êxito em nenhuma das duas etapas. O que a gente pode fazer hoje é reduzir a folga e dar chance aos garotos da base."