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Justiça penhora direitos econômicos de Thiago para pagamento de dívida com Chuck González

Dívida do clube com agência que trouxe o chileno em 2009 é de R$ 400 mil

(Foto: Tarcísio Augusto/DP)
O passado voltou a bater a porta do Náutico nesta sexta-feira. Por conta de uma dívida do clube com a Agência 90 minutos Empreendimentos e Participação LTDA, responsável por trazer o chileno Daniel “Chuck” González, em 2009, os direitos econômicos do atacante Thiago, principal revelação alvirrubra em 2019 e um dos principais jogadores do Timbu na campanha vitoriosa da Série C, foram penhorados conforme decisão da 18ª Vara Cível da Capital. 

O despacho foi emitido pelo juiz José Ronemberg Travassos da Silva, que atendeu o pedido da defesa da empresa para pagamento da dívida obtida pelo Náutico e que gira em torno de R$ 400 mil. Na decisão, é colocada como motivação o ganho de recursos econômicos com uma possível negociação do jovem atacante de 18 anos. Vale ressaltar que a própria diretoria do Náutico prevê que a venda de Thiago seria a maior da história do clube.

Procurado pela reportagem do Superesportes, o departamento jurídico do Náutico, por meio do vice-presidente jurídico do clube, Bruno Becker, afirmou que o Timbu ainda não foi oficialmente notificado e que, sendo assim, ainda não está contando prazo de defesa. De qualquer forma, adiantou que os alvirrubros irão recorrer da decisão assim que forem intimados. 

“A gente ainda não foi intimado oficialmente, portanto, não está contando o prazo para o recurso. O que houve uma determinação da penhora de um valor em torno de 400 mil reais para que o juízo da 18ª vara bloqueasse de uma futura venda de Thiago. Vamos recorrer dessa decisão. Vamos investigar se realmente é devido e se o valor é esse. Outra coisa, a penhora foi feita em cima de uma coisa incerta, que são os direitos econômicos de Thiago, coisa que pode nem ser recebida, uma vez que o jogador pode não ser vendido”, destacou.

“Estamos esperando com tranquilidade e vamos tomar as medidas cabíveis. Quando formos notificados, vamos analisar o processo e entrar com recurso pois acreditamos que há algumas irregularidades. Mas é claro que não é algo definitivo. Caso Thiago seja vendido esse dinheiro não cai diretamente para a agência, mas sim, fica em suspenso na Justiça para que haja o pagamento da empresa por parte do Náutico, pois trata-se de uma penhora”, explicou Becker. 

Vale lembrar que o Náutico já conseguiu reverter decisão judicial em caso semelhante. Em 2017, a Justiça penhorou os direitos econômicos do atacante Erick para que o Náutico pagasse dívidas contraídas com o zagueiro Willian Alves, o ex-volante Magrão e o próprio Chuck González. Naquela ocasião, foi feito o pedido de penhora do valor de R$ 1 milhão, algo em torno de um terço do valor dos direitos do atleta, atualmente no Gil Vicente, de Portugal.

Na ocasião, o juiz responsável pelo caso entendeu que não seria razoável penhorar uma venda futura, o que poderia inclusive prejudicar uma terceira parte, que não faz parte do processo.