Santa Cruz

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Doriva tenta contornar atrasos salariais ao elenco e motivar jogadores do Santa Cruz

Treinador fala em "projeção", entende esforço da direção na busca por recurso e por isso não condena venda de mando de campo para a Arena Pantanal

postado em 30/09/2016 19:07 / atualizado em 30/09/2016 20:06

Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP
Além da tarefa de salvar o Santa Cruz de um quase irreversível rebaixamento, coube ao técnico Doriva motivar os jogadores em meio ao cenário de crise financeira vivida pelo clube. A direção deve três meses de salários ao elenco e o treinador sabe que os débitos são capazes de interferir no psicológico de alguns atletas. O presidente Alírio Moraes não quis dar prazo para quitar as dívidas depois de reunião nesta sexta-feira. Por sua vez, o comandante estimula o seu elenco no restante da Série A do Brasileiro com uma palavra-chave: projeção.

O Santa Cruz tem confrontos seguidos contra equipes da parte de cima da tabela: Palmeiras (Arruda), Flamengo (Pacaembu) e Corinthians (Arena Pantanal, cujo mando foi vendido pela diretoria coral). Frente a adversários de ponta da competição, Doriva acredita que bons desempenhos do time serão capazes de dar uma maior visibilidade aos jogadores. Destaque que renderia interesse de outros clubes ou mesmo uma renovação mais vantajosa com o Tricolor.

“Projeção é o que tem que alimentar a gente diante do protagonista da competição (o Palmeiras). Uma vitória teria uma repercussão muito positiva. É isso que vamos buscar. A gente trabalha nessa linha de motivação. Temos sequência contra adversários dificílimos, mas que podem nos projetar na competição”, disse o técnico. “A gente tem que mostrar que eles (jogadores) têm uma vitrine maravilhosa. O resultado do nosso trabalho pode mudar o porvir deles e até do clube”, completou.

A vitória por 3 a 1 sobre o Independiente Medellín, embora insuficiente para evitar uma eliminação do Santa Cruz na Copa Sul-Americana, foi uma prova que o pensamento nos salários não prejudicou o desempenho da equipe, assegura o treinador. “Estamos dando o nosso melhor. Dentro de campo não tem afetado, porque atletas têm se doado ao máximo. Exemplo disso foi o último jogo.”

Após até mesmo Grafite ter exposto a gravidade da falta de pagamento ao grupo, Doriva também não escondeu a dificuldade de lidar com um elenco com bolsos vazios. “Já vivenciei (atrasos) como atleta e é difícil. É particular, porque cada um sabe onde aperta o seu calo.” Ao mesmo tempo, se mostra flexível com a direção, que segue na tentativa de levantar recursos para pagar as dívidas.

“Estamos vendo esforço da diretoria”, pontuou. Por isso, não condena a venda do mando de campo do duelo com o Corinthians para a Arena Pantanal. “A situação é crítica e diretoria tem que se mexer para solucioná-la. A gente entende que seria importante jogar aqui, mas momento não permite isso. A diretoria respeita e muito o torcedores do Santa Cruz.”