Santa Cruz

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Santa recebe parte do dinheiro da Conmebol e corre para pagar atraso, evitando perder atletas

Diretoria deve quitar folha de julho nesta sexta; pagamento exclui risco de saída de atletas, que poderiam rescindir contrato caso completassem três meses sem receber

postado em 06/10/2016 10:30 / atualizado em 06/10/2016 19:39

Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

Julio Jacobina/DP
A conta bancaria do Santa Cruz acordou um pouco mais cheia. Enfim, parte do dinheiro advindo da Conmebol pela participação do clube na Copa Sul-Americana foi depositado. De acordo com informações de bastidores colhidas pela reportagem do Superesportes, o repasse vai servir para ajudar a saldar um dos meses de atraso nos salários do elenco e também de funcionários (alguns chegam a cinco sem receber). O presidente do Tricolor, Alírio Moraes, não estipula prazo para o pagamento aos jogadores. Evita promessas ao máximo. Na última reunião que teve com o grupo, inclusive, preferiu não datar a quitação das dívidas. Mas, ainda segundo apuração com uma fonte ligada à diretoria, a folha de julho deve ser quitada até esta sexta-feira. Para, além de honrar com os seus compromissos, o clube não perder atletas de graça.

Pagando julho, o Santa seguirá devendo agosto. Como setembro vence agora em outubro, o Tricolor ficaria, portanto, com a dívida de "só" dois salários de carteira e evitaria ver seus jogadores deixarem o Arruda amparados pela Justiça. Isso porque o artigo 31 da Lei Pelé determina que o atleta que estiver com os seus proventos, no todo ou em parte, atrasados por três meses ou mais tem direito de rescindir unilateralmente o contrato, podendo ainda exigir uma “cláusula compensatória desportiva”, ou seja, uma multa por rescisão. A diretoria coral corre para pagar os outros débitos (ou parte deles) ainda em outubro.

O valor depositado pela Conmebol e que ajudará o Santa a pagar uma das folhas chega, no máximo, a R$ 800 mil. Poderia ser bem mais: R$ 1,1 milhão. No entanto, este primeiro repasse da entidade sul-americana sofreu bloqueio por causa de dívidas do Tricolor com a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenafap), referentes a 2003, e parte dele precisou ser recolhido pela Justiça do Trabalho. O Tricolor ainda espera ainda a outra metade da alíquota da Conmebol: mais R$ 1,1 milhão que, ao menos por enquanto, não está comprometida por causa de débitos passados. A parcela não tem data para ser paga.