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Tricampeão do Nordeste

O Sport é Jason: parte 2

De 'praticamente eliminado' a campeão. Mais uma vez, o Sport é recompensado por lutar

postado em 09/04/2014 23:59 / atualizado em 09/04/2014 23:44

Paulo Paiva/DP/D.A Press
O terror das vítimas de Jason começa ao acaso. A partir de determinado capítulo da saga Sexta-Feira 13, algo provoca a sua ressurreição. Em uma das histórias, é um raio que atinge o seu corpo. Quem estava morto, então, ressurge para o terror das suas vítimas. Em 2011, o roteiro inspirou os rubro-negros. Contrariando a opinião de quem dava o Sport como “morto” na luta pelo acesso à Série A, eles colocaram a máscara de Jason. Disseram que o Sport era Jason. E o Sport foi Jason. Renasceu nas últimas rodadas e subiu. Como fez agora.

O segundo capítulo da série “O Sport é Jason”, grito evocado pela primeira vez em 2011, tem uma data certa para o seu início: 30 de janeiro. Dia seguinte à derrota do time no Nordestão, para o Guarany de Sobral, por 1 a 0. Com dois pontos somados em quatro jogos, o time estava morto na Copa do Nordeste. Durante o dia, a diretoria rubro-negra anunciou a demissão do técnico Geninho. Horas antes, o então treinador jogara a toalha admitindo a impossibilidade de classificação. Isso ainda era insuficiente para despertar Jason.

Como a inspiração é de um filme de terror, a noite é horário mais propício. Quanto mais tarde, melhor. Naquele dia 30, Náutico e Botafogo-PB se enfrentavam na Arena Pernambuco. O embate começou às 21h30. Terminasse com uma vitória timbu, não haveria Jason. Mas o Alvirrubro, que no jogo anterior havia vencido o Sport por 3 a 0 na Ilha do Retiro, perdeu. Era o momento de colocar a máscara.

A vingança
Jason não perdoa. E utilizou requintes de crueldade com a sua primeira vítima, o Náutico. Com Eduardo Baptista no comando, ainda interinamente, venceu por 3 a 0 na casa do rival, a Arena Pernambuco. Resultado suficiente para ultrapassar o Náutico, que tinha um jogo a menos, contra o mesmo Botafogo, desta vez no Rio Grande do Norte (o clube paraibano havia perdido um mando de campo). Jogo que terminou empatado em 1 a 1. O Leão seguia à frente do Náutico por conta do saldo de gols. Por conta do 3 a 0. Na última rodada, Jason dependia do próprio resultado. A vitória sobre o Botafogo bastava. Venceu por 1 a 0. Era só o início.

 

O espírito da Ilha
Classificado, o Sport entrava na fase mata-mata. Ideal para Jason. Ainda mais com a Ilha do Retiro a seu favor. Paulatinamente, o Leão reconquistou a confiança do seu torcedor. Que percebeu a sua importância nos resultados. O momento era de apoiar. Até porque, como a campanha não foi boa, o Leão faria o primeiro jogo na Ilha do Retiro até a decisão.

Era preciso liquidar logo de cara. Resgatar o tão falado espírito de 2008.

Ao contrário de Jason, que desperta imediatamente, a torcida do Sport acordou aos poucos. Até porque não era possível. Contra o CSA, o Leão disputou o primeiro jogo da história da Ilha do Retiro com os portões fechados. Punição imposta por conta da confusão envolvendo integrantes da organizada no Almeidão, no primeiro jogo do Nordestão.

Na semifinal, o apoio ainda foi tímido. Contra o Santa Cruz, público de 11.398 pessoas. Efeito da overdose de clássicos neste início de temporada, bem provável. Na final, contra o Ceará, a invasão ainda foi aquém do ano dourado da Copa do Brasil. Mas a quantidade não importava tanto. Os 27.519 torcedores defenderam o Sport como se esperava. Ajudaram o time a suportar a pressão cearense e vencer por 2 a 0, a conquistar o título, sacramentado na noite desta quarta-feira. No fim da noite. Da forma como Jason gosta.