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Diego Souza faz um ano de Sport e vê clube com mais coragem: "Ajudei de maneira positiva"

Ao Superesportes, atleta faz balanço da trajetória no clube, fala de Sul-Americana, companheiros com potencial de Seleção e desejo de fazer uma grande Série A 2015

postado em 12/08/2015 08:10 / atualizado em 13/08/2015 09:58

Brenno Costa /Diario de Pernambuco , João de Andrade Neto /Superesportes

Paulo Paiva/DP/D.A Press
No dia 12 de 2014, a diretoria fez o mistério que pôde. Mas, no fim do dia, Diego Souza, ao lado do meio-campista Ibson, desembarcou no Recife. A contratação quebrou um paradigma, como o próprio jogador acredita. Disputado por outros grandes clubes do país, o meia-atacante escolheu defender o Sport. A decisão completa um ano. Em entrevista ao Superesportes, o jogador faz um balanço sincero da trajetória no clube. Confira a entrevista completa com vídeo e galeria de fotos.

Qual o balanço que você faz de um ano no clube?
“Acho que meu balanço é bom, positivo. Cheguei ano passado nessa época e fizemos uma campanha boa dentro do que a gente podia fazer naquele ano. Isso me fez ter uma ambição de permanecer no ano seguinte. Então, graças a Deus deu tudo certo. Esse ano, o início foi um pouco conturbado com momentos bons e ruins, mas essa metade de ano tem sido bem proveitosa e tem valido a pena ter escolhido o Sport.”

Marcello Dias/Futura Press
E qual foi o momento mais marcante?
“Acho que o meu momento mais marcante aqui foi ter ido para o gol em um jogo importante, no Campeonato Brasileiro, um jogo tenso (contra o Flamengo, no Maracanã). Foi marcante para mim. Mas esse momento que estamos passando agora é, sem dúvida, o melhor momento meu no clube e o melhor momento do clube também. Então, a gente pretende seguir assim porque já já inicia o segundo turno e tem 19 jogos para a glória.”

Você acredita que pode ter ajudado o Sport a mudar de patamar?
“Eu acho que eu já ajudei de uma maneira positiva, sem dúvida nenhuma. Quando eu vim para cá, muitos diziam que há muito tempo não tinha um jogador desse porte, que o Nordeste era um lugar que era recriminado, que era visto com outros olhos. Acho que, nesse ponto, eu consegui ajudar muito, de abrir o Nordeste para o Brasil mostrando que não tem nada disso. Dentro de campo, se tem um bom futebol, fazendo uma campanha vitoriosa, querendo ou não, vão te enxergar. Esse ano foi um passo a frente por tudo que o clube criou de coragem, de contratações, de investimento em grandes jogadores que trouxeram mesclado com jovens. Esse passo vai valer muito para o Sport porque, daqui para frente, você tendo essa campanha você encoraja o presidente, o diretor, o torcedor a não se ver como coitadinho, a não se ver como ‘eu tenho que ganhar o Estadual, eu tenho que ganhar a Copa do Nordeste porque, no Campeonato Brasileiro, eu sou coitadinho’. Não, não é por ai. Quando você tem coragem de encarar de igual para igual as outras equipes, quando você monta um plantel de qualidade e faz um bom trabalho, você vai encarar todo mundo olhando no olho. Então, a gente tem demonstrado isso, que tem condições. Se a gente conseguir, se Deus quiser, ter sucesso, sem dúvida nenhuma, os próximos anos serão com a mesma coragem, com a mesma cobrança. Ninguém quer andar para trás. Então, é dessa maneira que eu tenho ajudado, tenho conversado bastante e elogiado a diretoria.”

Você acha que ajudou a abrir portas para o Sport no mercado?
“Sem dúvida. Ajudei da melhor maneira possível. Não é querendo falar, mas eu sempre joguei em clubes grandes e considero o Sport esse clube grande porque senão não teria vindo. É clube grande. Clube que tem torcida, tem tradição, tem gana de vencer. Então, foi um desafio meu de querer levar o Sport além. Contribuir da melhor maneira possível para acontecer o que está acontecendo. Viram isso aqui também e se acaba ligando uma coisa a outra. O André eu já conheço há muito tempo. O Marlone cresceu me vendo jogar até porque, no Vasco, ele era da base e eu tinha jogado no profissional do Vasco na época que ele estava para subir. E você está próximo. Você vê o caráter. Então, eu acho que isso tudo que eu fiz na minha carreira até hoje e ter vindo para cá, sem dúvida nenhuma, abriu as portas outros terem a mesma coragem que eu tive e colocar o Sport mais além do que já está.”

Com o que o Sport já tem produzido em campo já se começa a falar menos de dinheiro e mais de rendimento dos jogadores?
“Esquece o dinheiro. Esquece. Vale a pena o Sport está em 10º lugar, 15º lugar, pagando trazendo um jogador só de renome? Não vale a pena. Não vale a pena esse investimento. Para Campeonato Brasileiro é importante você ter um grupo. Ter um jogador não vai te ajudar a ter uma campanha como está tendo esse ano. Claro, vai te ajudar em um jogo com a qualidade, com a experiência, mas, no contexto, você tem que ter uma equipe boa. Antes se falava assim: ‘Ah! Não pode perder para fulano em Estadual e Copa do Nordeste. Não pode perder para fulano e ciclano por aqui o salário é em dia e a folha de pagamento deles não paga 10% da nossa.’ Não tem nada a ver isso. Até porque, se fosse isso, a gente teria que abaixar a cabeça para outras equipes grandes do Campeonato Brasileiro. Na minha carreira inteira, eu jamais vou fazer isso. É homem contra homem. É 11 contra 11. Independente de quem eu vou enfrentar, se ganha mais ou se ganha menos do que eu, é ali dentro que as coisas têm que acontecer, entendeu? Agora, está sendo vendo que, com contratações, com elenco forte, bons jogadores, você consegue ter sucesso independente da onde você esteja.”

Com a fase que o Sport está passando, você pensa em Seleção Brasileira ou vê algum jogador do clube em condições de jogar lá? Ou acha que ainda existe um preconceito?
“Sem dúvida. Quando você começa a jogar um bom futebol, não importa aonde você esteja. Hoje, se encarar o Sport e não entrar concentrado, com a faca nos dentes, vai ser surpreendido. É isso que a gente tem feito. A gente sabe que no último jogo o auxiliar do Dunga estava aqui observando os jogadores jovens com talento. Então, sem dúvida nenhuma, isso já motiva todo mundo. Há muito tempo atrás já teve convocações do Sport Recife pelo plantel que era. Você pode ter um jogador bom, mas, se não faz um campanha boa, esquece. Você não vai ser enxergado. Então, você vê o caso do Renê, um grande lateral esquerdo. Tem o Rithely. São jogadores jovens, que têm um potencial incrível e já jogam aqui há algum tempo. Esse crescimento do Sport vai abrir portas para todo mundo. Vai ser até difícil de segurar para continuar mantendo um elenco forte porque, infelizmente, no Brasil é assim. Você monta um elenco forte e vai formando jogadores, mas o futebol precisa de dinheiro e você acaba tendo que vender jogador para cobrir as despesas. Mas isso também é bom porque acaba tendo que revelar novos jogadores e isso bota pressão na diretoria de base porque tem grande jogadores aqui e vai precisar reciclar.”

Mas a Seleção Brasileira está nos seus planos?
“Eu tenho 30 anos. Hoje, meu plano é o Sport. Hoje e até 31 de dezembro meu plano é só o Sport. Eu quero viver isso daqui da melhor maneira possível e ajudar da melhor maneira possível. A gente sabe que a aqui tem um bom elenco, um bom grupo, mas é um elenco reduzido. São 23, 24 jogadores e você perde dois ou três jogadores é complicado. Claro que tem grandes jogadores. Mas, se você perde três ou quatro, é difícil de manter o mesmo nível. Então, a gente tem que se cuidar. A gente tem se cuidado e eu espero fazer meu papel com a melhor qualidade aqui dentro para chegar em, quem sabe em dezembro, colher os melhores frutos e a gente pensa em 2016 para depois.”

Saindo da questão da seleção, a própria diretoria do Sport e a torcida tem muita vontade de ver o time aparecer bem também no cenário internacional. Você acredita que, com esse grupo, é possível fazer isso nessa Copa Sul-Americana?
“Sem dúvida. Eu joguei em grandes equipes e falava sempre assim: ‘pode vir qualquer um’. Você vai perder. Isso é normal. Mas que vai chegar dentro da casa deles ou na nossa e vai bater na nossa cara, é difícil. Tem que suar muito. A gente não é imbatível, mas, para ganhar da gente, vai ter que suar bastante e se dedicar bastante porque assim tem sido. Ninguém tira isso da nossa cabeça e a gente tem vendido caro.”

Tem uma chamada no Sportv que fala do Campeonato Brasileiro e você aparece nela com a declaração depois do jogo do Flamengo dizendo que eles estão de parabéns, mas que vai ter o jogo da volta. Esse jogo está se aproximando. Vai ser um partida especial para você? E para finalizar: 87 é do Sport?
“Sem dúvida. Isso daí já está mais do que decretado. Agora, uma coisa é você estar de cabeça quente. Naquele momento, eu me senti prejudicado. Discuti com o Vanderlei Luxemburgo naquele momento e o Vanderlei sempre foi um pai para mim. Dentro de campo é cada um defendendo o seu. Depois dali, você resolve de outra maneira. Claro, com lealdade. Então, naquele momento, eu me senti prejudicado e queria, de repente, que aquele jogo fosse no dia seguinte porque você, com a cabeça quente, vai pagar com a mesma moeda. Mas a pessoa vai amadurecendo. Tenho certeza que vai ser um jogo especial porque tem essa briga extracampo e a gente está em um momento bom que não quer perder. Sem dúvida nenhuma, um jogo especial que a torcida do Sport vai lotar a Arena e vai deixar aquilo um caldeirão. Eu gosto que fique assim porque isso motiva a gente e tira um algo a mais para vencer esse tipo de jogo.”

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