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Em Portugal, atacante Erico Junior analisa carreira e revela tristeza com saída do Sport

Cria das divisões de base do Leão da Ilha, atleta de 22 anos estreou pelo Mafra, da 2ª divisão do Campeonato Português; jogador explicou razões de deixar o Rubro-negro

postado em 11/11/2015 14:54 / atualizado em 11/11/2015 16:33

Daniel Leal /Diario de Pernambuco

Mafra/Divulgação
Um dia, Erico Junior despertou empolgação na torcida do Sport. Veloz, estilo “raçudo” – do jeito que os rubro-negros gostam. Em pouco tempo, Pelezinho, apelido que o atleta trazia consigo desde a infância, passou a ser apontado como nova promessa das divisões de base do clube. O então técnico do Leão, Sérgio Guedes, passou a ser pressionado por sua titularidade. O próprio treinador chegou a tratar o jovem como o “Terrorista da Ilha”, pelo modo como incendiava o jogo ao entrar no segundo tempo. Os dias passados esfriaram o amor da torcida. A relação abriu espaço para o ódio, impaciência e xingamentos. Erico caíra de rendimento, apesar das oportunidades.

No Leão, foram 39 partidas. Muitas delas sob o comando do técnico Eduardo Baptista. No fim de 2014, porém, o ciclo do atacante no Leão foi encerrado. Questionado no clube do coração, Erico decidiu buscar novos ares no Paysandu. Não funcionou. Lesionado, encontrou pouco espaço após a recuperação em Belém. Com as portas fechadas na sua antiga casa, chegou a um acordo para a rescisão de contrato. Estava definitivamente interrompida a história com o Sport – não encerrada, garante o atleta, que deixa um possível retorno futuro em aberto.

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Do garoto que surgiu como “Pelezinho”, no início de 2013, hoje nem o apelido mais resta. A alcunha minimizada do “Rei do Futebol”, pesada desde sempre, ficou no passado. Recém-chegado a Portugal, novo reduto do ex-prata da casa rubro-negro, simplesmente ele é Erico Junior: um jovem, brasileiro, disposto a buscar seu espaço na Europa.

O atacante não trata a chegada ao modesto Mafra, da Segunda Divisão do Campeonato Português, como um recomeço. Vê o momento apenas como um seguimento da curta, mas recheada carreira. Sem mais qualquer vínculo com o Sport, o atleta assinou recentemente contrato de duas temporadas com o clube português, atualmente na zona de rebaixamento da Segundona do Português. Estreou ao entrar no segundo tempo no duelo com o Atlético CP, terminado em 0 a 0, no último domingo.

Em entrevista à reportagem do Superespotes, Erico passou a limpo a sua carreira. Provando que segue carregando a mesma essência que o fez surgir como promessa do Leão: amor ao que faz e a confiança que dias melhores virão.

Como se deu a saída do Sport no começo do ano? Por que você acha que não foi aproveitado por Eduardo Baptista na época, já que no ano anterior tinha sido bastante utilizado pelo técnico?
Foi mais pelo momento que estava vivendo. Problemas com a torcida… Conversei com minha família, ache que era hora de respirar novo ares. Não foi nada com Eduardo nem com ninguém, foi mais para buscar novo horizontes mesmo.

Ficou chateado em ter tido o contrato rescindido com o Leão?
Fiquei um pouco triste, pois gostaria de ter continuado. Eu pedi para rescindir porque houve, não um desentendimento, mas não houve um acordo com a diretoria. Foi um momento que eu estava saindo do Paysandu, eu não queria mais continuar em Belém e, no momento, não era para eu voltar para o Sport. Eles só queriam que eu saísse de lá se arrumasse outro clube. Aí eu disse que se era assim, se não desse para eu voltar, que me dessem a rescisão. E eles aceitaram.

O que houve em Belém? Por que foi tão pouco utilizado no Paysandu?
Cheguei em Belém, já tinha me recuperado das lesões do ano anterior, mas logo no começo do ano me lesionei de novo. E aí já fiquei atrás. Quando me recuperei, trocou treinador, chegou o Dado (Cavalcanti), mas só joguei um jogo com ele. Não sei o que aconteceu… Foi opção dele mesmo. Ele tinhas as preferências dele, depois ele trouxe mais jogadores novos. Acabou que o time também não estava bem no campeonato e acho que isso pesou bastante.

E depois que saiu, por que ficou tanto tempo parado?
Apareceram algumas propostas, meu empresário que ficou resolvendo, mas não chegamos a acordos com outros clubes. A prioridade era vir para a Europa, eu estava tranquilo esperando a oportunidade. Foi por isso que fiquei mais tempo parado, mesmo com propostas do Brasil, mas que não agradaram.

Fala um pouco dessa tua chegada ao Mafra? Como é a estrutura do clube? Você já conhecia o time?
Cheguei aqui há um mês, fiquei esperando a documentação chegar, o que houve na última sexta-feira, um papel assinado do Sport. Já fui relacionado para o jogo. Pude estrear (no último) domingo. O clube tem uma estrutura boa, dá condições de trabalho. E não conhecia o clube antes, mas estou gostando muito e me adaptando bem.
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Quais tuas expectativas aí? Você tem tratado essa chegada em Portugal como uma espécie de recomeço na carreira?
Expectativa aqui é fazer um bom campeonato e aparecer aqui em Portugal, uma vitrine muito grande. Estou bem preparado, me receberam muito bem. Espero fazer bom campeonato, me destacar porque quando você se destaca aqui a proporção é bem maior do que aí no Brasil. Vim para cá com essa perspectiva de crescer aqui. Como eu falei anteriormente, aqui é a porta da Europa.

Acha que o prata da casa no Sport tem mais dificuldade em se firmar?
Prata da casa aí é complicado, às vezes não tem tanta paciência como tem com alguns jogadores que chegam com mais bagagem. Não reclamo de não ter tido oportunidade, pois sei que tive. Mas acabou que não aconteceu da forma que eu queria. É assim mesmo, bola para frente. Sei que poderia ter jogado mais, poderia estar aí até hoje como meus companheiros estão, mas é isso aí. Vida que segue.

Você vê a ida para o Mafra como uma espécie de recomeço na carreira?
Mais um desafio que aprece na minha vida e que estou disposto a passar por cima, mas não encaro como um reinício.

Acredita que o apelido Pelezinho atrapalhou em algo? Aí em Portugal o pessoal conhece o apelido, o que falaram?
Não acho que tenha atrapalhado em nada. Nunca carreguei esse peso. E aqui não me apresentei com esse apelido. Alguns amigos do grupo viram vídeos e tal, mas para o clube é Erico Junior mesmo e pronto.

Acredita que ainda volta para o Sport um dia?

Pelo carinho que tenho do Sport, por ser torcedor, creio eu que não deixei as portas fechadas. Foi uma saída tranquila, nada brigado. Agora estou focado no Mafra, mas quem sabe um dia eu volto eu outra situação, com outro peso.