Sport

CAMPEONATO PERNAMBUCANO

No meio do caminho, o clássico: Sport e Náutico abrem série de dois confrontos no Estadual

Com hexagonal do título na metade, partida entre rivais ganha força na competição

postado em 27/02/2016 15:53 / atualizado em 27/02/2016 14:25

Marcel Tito /Diario de Pernambuco

Peu Ricardo/Esp. DP e Paulo Paiva/DP
Há dois jogos sem perder no Pernambucano, Sport recebe na Ilha o líder absoluto e invicto Náutico

Saiba mais

É a metade do caminho da fase classificatória do PE2016. O fim do turno, o início do returno. Para Náutico e Sport, a hora de medir forças. As próprias forças. Neste domingo, às 16h, os rivais se encontram no primeiro dos dois Clássicos dos Clássicos seguidos do Estadual. Confronto duplo que vale a autoafirmação e até mesmo a classificação à semifinal. O primeiro capítulo será na Ilha do Retiro.

A casa é do Sport, mas o Náutico é quem chega mais embalado. Único time com 100% de aproveitamento no Estadual, o Timbu tem o status de não ter sofrido gols na temporada. Invencibilidade que vem desde o ano passado. São 649 minutos sem ser vazado. Seis jogos inteiros. O desempenho é resultado do entrosamento e de muito trabalho. O quarteto defensivo formado por Rafael Pereira, Fabiano Eller, Ronaldo Alves e Gastón atua junto desde 2015. Estão confirmados para a partida.

Mas há uma preocupação. O setor defensivo, de modo global, não estará 100%. O volante Rodrigo Souza está suspenso. O atleta é um dos principais destaques alvirrubros na temporada. Sai num momento ruim. Gilmar Dal Pozzo, porém, minimiza a ausência. E não foge da responsabilidade. Escala o Náutico pensando em sair vitorioso da Ilha.

CONFIRA A CLASSIFICAÇÃO E OS JOGOS DO CAMPEONATO PERNAMBUCANO

Ao contrário do Náutico, o Sport já teve seus tropeços na temporada. Um deles, inclusive, em casa: contra o América, na segunda rodada do Estadual. Mas a equipe se levantou. Nos cinco jogos seguintes àquela derrota, quatro vitórias. Duas pelo Nordestão, duas pelo Estadual. Uma delas num clássico, contra o Santa Cruz. Onde havia dúvida, há uma certeza no torcedor rubro-negro: a equipe encontrou o seu caminho.

Nessa trajetória, o clássico é encarado como a oportunidade de reduzir a vantagem que o rival abriu enquanto o rubro-negro tropeçava. A diferença pode até zerar, considerando os dois embates. A vantagem do mando de campo para o capítulo deste domingo não é a única. O técnico Falcão contará com todos os titulares. Todos descansados, já que utilizou os reservas na partida contra o River-PI, quarta, pelo Nordestão. Todos 100% para o clássico.

Estratégia, referência e falha: os detalhes do Sport diante do Náutico

  • Parte para cima? - Após poupar vários jogadores na partida da última quarta-feira contra o River, o técnico rubro-negro Paulo Roberto Falcão poderá ter força máxima para o clássico contra o Náutico. Com isso, a dúvida é saber se o treinador vai permanecer com o esquema com três volantes, com o qual o Sport conseguiu suas quatro vitórias na temporada, ou voltar a uma formação mais ofensiva, com um meia de criação e três homens no ataque. Caso opte pelo primeiro, o que é mais provável, Serginho fica mais a frente da defesa, dando liberdade para Rithely e Luiz Antônio apoiarem. Na frente, Lenis, pela direita, e Gabriel Xavier, pela esquerda, têm a função de ir ao fundo de campo e procurar Túlio de Melo no ataque. Os dois também podem inverter de lado, como durante a partida contra o Santa Cruz. No entanto, com a boa fase de Everton Felipe e o possível retorno de Mark González, Falcão também pode armar um equipe mais incisiva, com um dos dois indo para a esquerda do ataque, abrindo espaço para Gabriel Xavier atuar como meia de criação. Nesse caso, um volante deixaria o time. Provavelmente, Luiz Antônio.
  • Cruza para Túlio - Seja com três volantes ou com um meia e dois pontas, uma coisa não deve mudar no futebol do Sport para o clássico: em ambos os esquemas, o Leão segue tendo em Túlio de Melo a referência ofensiva, com a equipe praticamente jogando em função do atacante. Principalmente com jogadas aéreas. Em várias entrevistas, o treinador rubro-negro justificou a forma de atuar do seu time para explorar ao máximo a principal caraterística do camisa 99, artilheiro do clube na temporada com quatro gols. Todos após cruzamentos na área. Outra força do Sport é a presença dos volantes como elementos surpresas. Já foram três gols marcados por atletas da posição na temporada. Dois com Rithely, ambos de cabeça, e um com Luiz Antônio, finalizando de dentro da área adversária.
  • O termômetro do time - Apesar do Sport praticamente jogar em função de Túlio de Melo no ataque, a principal peça da engrenagem rubro-negra é um velho conhecido. Com 240 partidas disputadas pelo Sport, o volante Rithely é o motor do meio de campo rubro-negro. Além de inegável poder de marcação, é ele quem comanda a velocidade da equipe, sendo o primeiro elo da saída de bola da defesa para o ataque. Invariavelmente, se Rithely vai bem, o Sport joga bem. A mesma lógica vale para o inverso...
  • Falhas constantes - Nas sete partidas oficiais disputadas até agora, o Sport só não sofreu gols em uma (na vitória por 2 a 0 para o Fortaleza, na Copa do Nordeste). O número que indica uma fragilidade defensiva vem atendendo por um nome: Matheus Ferraz. Um dos destaques do Leão no Brasileiro do ano passado, o zagueiro foi responsável diretamente por gols sofridos contra Central, Botafogo-PB e Santa Cruz. Erros consecutivos que geram insegurança, tanto nele, quanto em todo o sistema defensivo. Se o Náutico souber explorar esse mal momento do zagueiro, pode ser um dificultador a mais para os donos da casa.
  • Paulo Paiva/DP
    Parte para cima? - Após poupar vários jogadores na partida da última quarta-feira contra o River, o técnico rubro-negro Paulo Roberto Falcão poderá ter força máxima para o clássico contra o Náutico. Com isso, a dúvida é saber se o treinador vai permanecer com o esquema com três volantes, com o qual o Sport conseguiu suas quatro vitórias na temporada, ou voltar a uma formação mais ofensiva, com um meia de criação e três homens no ataque. Caso opte pelo primeiro, o que é mais provável, Serginho fica mais a frente da defesa, dando liberdade para Rithely e Luiz Antônio apoiarem. Na frente, Lenis, pela direita, e Gabriel Xavier, pela esquerda, têm a função de ir ao fundo de campo e procurar Túlio de Melo no ataque. Os dois também podem inverter de lado, como durante a partida contra o Santa Cruz. No entanto, com a boa fase de Everton Felipe e o possível retorno de Mark González, Falcão também pode armar um equipe mais incisiva, com um dos dois indo para a esquerda do ataque, abrindo espaço para Gabriel Xavier atuar como meia de criação. Nesse caso, um volante deixaria o time. Provavelmente, Luiz Antônio.
  • Peu Ricardo/Esp. DP
    Cruza para Túlio - Seja com três volantes ou com um meia e dois pontas, uma coisa não deve mudar no futebol do Sport para o clássico: em ambos os esquemas, o Leão segue tendo em Túlio de Melo a referência ofensiva, com a equipe praticamente jogando em função do atacante. Principalmente com jogadas aéreas. Em várias entrevistas, o treinador rubro-negro justificou a forma de atuar do seu time para explorar ao máximo a principal caraterística do camisa 99, artilheiro do clube na temporada com quatro gols. Todos após cruzamentos na área. Outra força do Sport é a presença dos volantes como elementos surpresas. Já foram três gols marcados por atletas da posição na temporada. Dois com Rithely, ambos de cabeça, e um com Luiz Antônio, finalizando de dentro da área adversária.
  • Ricardo Fernandes/DP
    O termômetro do time - Apesar do Sport praticamente jogar em função de Túlio de Melo no ataque, a principal peça da engrenagem rubro-negra é um velho conhecido. Com 240 partidas disputadas pelo Sport, o volante Rithely é o motor do meio de campo rubro-negro. Além de inegável poder de marcação, é ele quem comanda a velocidade da equipe, sendo o primeiro elo da saída de bola da defesa para o ataque. Invariavelmente, se Rithely vai bem, o Sport joga bem. A mesma lógica vale para o inverso...
  • Ricardo Fernandes/DP
    Falhas constantes - Nas sete partidas oficiais disputadas até agora, o Sport só não sofreu gols em uma (na vitória por 2 a 0 para o Fortaleza, na Copa do Nordeste). O número que indica uma fragilidade defensiva vem atendendo por um nome: Matheus Ferraz. Um dos destaques do Leão no Brasileiro do ano passado, o zagueiro foi responsável diretamente por gols sofridos contra Central, Botafogo-PB e Santa Cruz. Erros consecutivos que geram insegurança, tanto nele, quanto em todo o sistema defensivo. Se o Náutico souber explorar esse mal momento do zagueiro, pode ser um dificultador a mais para os donos da casa.
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Como fica  se o Náutico vencer os dois clássicos
O Náutico está com a vaga nas semifinais encaminhada. Uma vitória em um dos dois Clássicos dos Clássicos deixaria o time com 15 pontos – suficiente para a classificação nas edições anteriores do Estadual. Faltaria o capricho da matemática. A perfeição para o Timbu nos dois jogos seguidos com o rival, no entanto, seriam duas vitórias. De preferência sem sofrer gols! Além da classificação garantida, o moral do elenco e da torcida ficaria ainda mais elevado. E deixaria o rival em situação complicada na competição.

Como fica se o Sport vencer os dois clássicos
A perfeição do Sport nos dois Clássicos dos Clássicos não seria conseguida com duas vitórias simples. Para não faltar nenhum detalhe, os triunfos teriam que ser acompanhados pela ultrapassagem sobre o rival. Isso é possível, mas não é tão simples. O Leão precisaria, além das duas vitórias, reverter a vantagem timbu no saldo de gols. O placar, nesse critério de desempate, é 6 a 0 para o Náutico. Seria necessário um saldo de três gols a favor nos dois jogos. Se acontecer, além de deixar a vaga na semifinal encaminhada, o Sport abalaria o rival para o restante da competição.

Ficha do jogo

Sport

Danilo Fernandes; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Durval e Renê; Serginho, Rithely, Luiz Antônio (Everton Felipe) e Gabriel Xavier; Lenis e Túlio de Melo. Técnico: Falcão.

Náutico

Júlio César; Rafael Pereira, Ronaldo Alves, Fabiano Eller e Gastón; Elicarlos e Eduardinho (Niel); Rony, Renan Oliveira e Esquerdinha (Thiago Santana); Daniel Morais. Técnico: Gilmar Dal Pozzo.

Local: Ilha do Retiro. Horário: 16h. Árbitro: Tiago Nascimento dos Santos. Assistentes: Marcelino Castro e Ricardo Chianca. Ingressos: R$ 60 (arquibancada) e R$ 30 (sócio e estudante).

Estratégia, referência e falha: os detalhes do Náutico diante do Sport

  • Sem mudanças - Logo após a vitória sobre o América, o técnico alvirrubro Dal Pozzo deixou claro: o sistema tático de seu time é o 4-2-3-1 e isso não vai ser alterado, independentemente das ausências. Sem Rodrigo Souza (suspenso) e Bergson e Ratão lesionados, as opções que o treinador tem à disposição implicam em mudanças do estilo de jogo. No lugar de volante, Eduardinho prende mais Elicarlos à frente da área, enquanto Niel ficaria mais preso, perdendo a mobilidade que Elicarlos e Rodrigo Souza imprimiam na cabeça-de-área. No setor ofensivo, Dal Pozzo pode colocar o atacante Thiago Santana, que seria uma troca direta. Porém, tem a possibilidade de escalar Esquerdinha e Renan Oliveira, dois meias que dariam mais consistência na recomposição defensiva, tanto pregada pelo treinador.
  • Na base da velocidade - Embora tenha vencido seus quatro jogos no Campeonato Pernambucano, sem ter sofrido nenhum gol, o Náutico demonstrou enorme dificuldade para ultrapassar as defesas adversárias retrancadas. Não vai ser o caso contra o Sport. Com o Leão jogando em casa e correndo o risco de sair do G4 em caso de derrota para o Timbu, é de se esperar que o time de Falcão proponha o jogo. Ou seja: poderá dar espaços para que os alvirrubros explorem aquela que tem sido a sua arma mais letal neste Estadual: as transições ofensivas rápidas, fazendo com que a bola chegue ao atacante Daniel Morais com a defesa adversária desarrumada.
  • Rony, ousadia pela direita - É justamente com a velocidade de seus atacantes abertos nas pontas que o Náutico tem criado alguns de seus lances mais perigosos na competição. Sem Bergson, o arisco Rony concentra a responsabilidade de desafogar o jogo ofensivo alvirrubro. Ousado, habilidoso e rápido, o jovem atacante tem dado bastante dor de cabeça aos adversários alvirrubros. De drible fácil, chega sem dificuldade à linha de fundo adversária. É a referência ofensiva timbu.
  • Nas costas de Gastón - Falcão já disse que não gosta de ver seu time atuando muito centralizado. É adepto da amplitude ofensiva e incentiva seus jogadores a explorarem as pontas. Os meias-extremos exploram bastante a linha de fundo, dando profundidade ao ataque e buscando sempre o cruzamento para Túlio de Melo dentro da área. Se pelo lado direito da defesa o Náutico tem a consistência do zagueiro Rafael Pereira atuando como lateral, na esquerda tem Gastón Filgueira. O uruguaio sobe com frequência ao ataque e costuma deixar espaços abertos no setor defensivo. Lacuna que Lenis pode explorar e que Dal Pozzo certamente vai trabalhar para que haja a devida cobertura no setor.
  • Peu Ricardo/Esp. DP
    Sem mudanças - Logo após a vitória sobre o América, o técnico alvirrubro Dal Pozzo deixou claro: o sistema tático de seu time é o 4-2-3-1 e isso não vai ser alterado, independentemente das ausências. Sem Rodrigo Souza (suspenso) e Bergson e Ratão lesionados, as opções que o treinador tem à disposição implicam em mudanças do estilo de jogo. No lugar de volante, Eduardinho prende mais Elicarlos à frente da área, enquanto Niel ficaria mais preso, perdendo a mobilidade que Elicarlos e Rodrigo Souza imprimiam na cabeça-de-área. No setor ofensivo, Dal Pozzo pode colocar o atacante Thiago Santana, que seria uma troca direta. Porém, tem a possibilidade de escalar Esquerdinha e Renan Oliveira, dois meias que dariam mais consistência na recomposição defensiva, tanto pregada pelo treinador.
  • Peu Ricardo/Esp. DP
    Na base da velocidade - Embora tenha vencido seus quatro jogos no Campeonato Pernambucano, sem ter sofrido nenhum gol, o Náutico demonstrou enorme dificuldade para ultrapassar as defesas adversárias retrancadas. Não vai ser o caso contra o Sport. Com o Leão jogando em casa e correndo o risco de sair do G4 em caso de derrota para o Timbu, é de se esperar que o time de Falcão proponha o jogo. Ou seja: poderá dar espaços para que os alvirrubros explorem aquela que tem sido a sua arma mais letal neste Estadual: as transições ofensivas rápidas, fazendo com que a bola chegue ao atacante Daniel Morais com a defesa adversária desarrumada.
  • Paulo Paiva/DP
    Rony, ousadia pela direita - É justamente com a velocidade de seus atacantes abertos nas pontas que o Náutico tem criado alguns de seus lances mais perigosos na competição. Sem Bergson, o arisco Rony concentra a responsabilidade de desafogar o jogo ofensivo alvirrubro. Ousado, habilidoso e rápido, o jovem atacante tem dado bastante dor de cabeça aos adversários alvirrubros. De drible fácil, chega sem dificuldade à linha de fundo adversária. É a referência ofensiva timbu.
  • Peu Ricardo/Esp. DP
    Nas costas de Gastón - Falcão já disse que não gosta de ver seu time atuando muito centralizado. É adepto da amplitude ofensiva e incentiva seus jogadores a explorarem as pontas. Os meias-extremos exploram bastante a linha de fundo, dando profundidade ao ataque e buscando sempre o cruzamento para Túlio de Melo dentro da área. Se pelo lado direito da defesa o Náutico tem a consistência do zagueiro Rafael Pereira atuando como lateral, na esquerda tem Gastón Filgueira. O uruguaio sobe com frequência ao ataque e costuma deixar espaços abertos no setor defensivo. Lacuna que Lenis pode explorar e que Dal Pozzo certamente vai trabalhar para que haja a devida cobertura no setor.
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