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Guardião da sala de troféus, Seu Baixa lamenta perda de Leonardo, o maior campeão pelo clube

Responsável pelo museu rubro-negro, o funcionário revelou que antes de se internar, Leonardo chegou a visitar sala de troféus do clube leonino

postado em 02/03/2016 17:05 / atualizado em 02/03/2016 17:19

João de Andrade Neto /Superesportes

Thaís Lima/ Esp DP
Ex-lateral-direito na década de 1960, Sebastião Marques Carneiro é há mais de uma década o responsável pela sala de troféus do Sport. Nesta quarta-feira, Seu Baixa, como é conhecido, compareceu para mais um dia de trabalho, mas que não verdade não era apenas mais um dia de trabalho. A poucos metros dali, no salão nobre da sede, estava sendo velado o jogador que mais contribuiu para a sala de troféus do clube, que conta com um acervo de mais de dois mil taças, sendo 1.819 devidamente catalogadas. Nove delas levadas até lá tendo como um dos responsáveis o ex-atacante Leonardo, com sete estaduais e duas Copas do Nordeste. Ao maior campeão pelo Sport, morto na última terça-feira, Baixa, aos 72 anos, fez questão de prestar pela última vez a sua reverência. "Um dos maiores que vi jogar pelo Sport. Só tenho que agradecer", resume.

O próprio Baixa também tem suas conquistas pelo Sport. Foi bicampeão pernambucano em 1961 e 62, e do Torneio Norte-Nordeste de 1968. Mas reconhece que na história rubro-negra, poucos chegam aos pés de Leonardo. "Ele foi um dos melhores. Um ídolo especial porque ganhou muitos títulos e marcou muitos gols. Fez história aqui", enfatiza. Com 136 gols, Leonardo é o terceiro maior artilheiro da história do Sport, atrás apenas de Traçaia, com 202 gols, Djalma Freitas, 161. No entanto, em jogos oficiais, ninguém balançou mais as redes que o ex-atacante, falecido aos 41 anos. 

E sempre que ia à Ilha do Retiro, gostava de passar na sala de troféus para rever suas conquistas. A última visita teria ocorrido pouco antes de ter se internado no Hospital da Restauração, no dia de 3 de fevereiro, com quadro de neurocisticercose, doença provocada pelo consumo de carne de porco indevidamente preparada. "No mês passado ele esteve aqui com um amigo. E sempre pedia para ver os troféus que ganhou. Ele dizia que gostaria de ter continuado jogando pelo Sport para conquistar mais taças. Ganhou nove. Seriam dez, onze...." encerrou Baixa, em um tom de quem gostaria de ter compartilhado esse sonho. Mas com a certeza que Leornado estará eternizado na história do Sport de muitas formas. Nove delas, sob seus cuidados, na sala de troféus do clube.