À distância, a estatura de Adryelson parece não ser suficiente para um zagueiro. Com 1,82 metro, ele, de fato, é o mais baixo entre os seis jogadores do Sport na posição. Mas, por outro lado, o atleta conta com uma vantagem que poucos têm. A impulsão, aliada a outros benefícios de uma parte física privilegiada, garante ao jogador a capacidade de entrar em campo e disputar de igual para igual com os atacantes da Série A. Os números mostram. Com condição de pular a uma altura de 55 centímetros, ele está acima da média do elenco e vira uma arma para o jogo aéreo. É um salto de qualidade, que foi fomentado na caixa de areia quando ainda sonhava com o futebol profissional no Maranhão, sua terra natal.
O dado é do fisiologista do Sport, Inaldo Freire. Segundo o especialista, Adryelson se destaca no teste do clube que se mede a impulsão vertical estática. A média do elenco rubro-negro é de 40 a 50 centímetros com um salto. “O atleta não faz deslocamento (corre) para fazer essa impulsão. Esse tipo de salto requer menos técnica e mais avaliação de força explosiva”, avalia o profissional do Leão. "O Adryelson faz 55 centímetros. É por isso que ele vai se sobrepor a alguns atletas que tenham igual estatura a dele. Ele vai terminar levando mais vantagem porque o alcance máximo dele vai ser 1,82 mais 55 centímetros, ele vai chegar a 2,37 metros (no salto)", acrescenta.
Foi com essa vantagem que Adryelson deu um pulo decisivo para ganhar ainda mais a confiança do técnico Milton Mendes, que deu a ele a primeira oportunidade de disputar uma Série A. Repleto de desfalques, o comandante deixou Max, uma das opções, no banco e apostou no zagueiro revelado pelo Leão para iniciar o duelo com o Internacional, pela 28ª rodada da Série A. A recompensa veio com uma atuação segura e um salto impressionante para fazer o primeiro gol da vitória de 2 a 1 de cabeça.
Desde então, Adryelson passou a ser titular do Sport e virou surpresa para uma temporada de resultados fracassados e pouco espaço para jogadores da base. Diante do Grêmio, às 16h30 deste sábado, em Porto Alegre, o jogador irá para o quatro duelo seguido. Ganha, portanto, mais uma chance de mostrar que tem condições de ajudar o clube a superar a luta contra o rebaixamento além da marca de segunda pior defesa do Brasileiro, com 50 gols tomados - um a menos do que o Vitória.
Para isso, aliará, pontos técnicos à impulsão e outros fatores físicos. “O que chama atenção de Adryelson é o fato de ser um atleta jovem, de 20 anos. Ele tem níveis de percentuais de gordura baixo. Isso é muito bom para zagueiro. Tem um porte físico interessante também”, diz Inaldo Freire. “É assim com Rithely (hoje no Internacional), por exemplo. Ele não tem uma grande estatura para volante, mas tem uma grande impulsão e, principalmente, um bom tempo de bola. O que também pesa para Adryelson”, acrescenta.