Sport

SPORT

Mesmo com aumento da cota de televisão, presidente prevê ano difícil para Sport em 2020

Milton Bivar afirmou que da mesma forma que o clube terá um incremento nas receitas para a próxima temporada, os débitos também irão aumentar

postado em 21/11/2019 18:40 / atualizado em 21/11/2019 18:46

(Foto: Nando Chiappetta/ Esp. DP)
Com o retorno à Série A, o Sport terá um incremento em suas receitas para 2020. Passando, fundamentalmente, pelo aumento na cota de televisão, que na Série B foi de apenas R$ 5,6 milhões. Com o novo contrato do clube com a Rede Globo, válido até 2024, não há como cravar exatamente qual será o aporte financeiro que o rubro-negro receberá a partir do ano que vem, já que existem algumas variáveis (como a quantidade de jogos em tevê aberta e fechada, além da participação no pay-per-view). O cálculo, porém, parte de uma cota fixa de R$ 22 milhões. De toda forma, dificilmente o montante final ficará abaixo dos R$ 43 milhões, pagos em 2018, último ano do Leão na Primeira Divisão.

No entanto, apesar do aumento das receitas, o presidente Milton Bivar segue com os pés no chão. E prevê ainda um cenário de dificuldades para o clube na próxima temporada. Em entrevista ao Superesportes, o mandatário rubro-negro justificou isso lembrando dos muitos débitos que o Sport ainda tem a pagar. Entre eles, um adiantamento feito com a própria Rede Globo. Segundo Milton, do montante de R$ 18 milhões devido à emissora, o clube conseguiu pagar apenas R$ 2 milhões este ano.

“O princípio básico da contabilidade é débito e crédito. Os haveres vão aumentar em uma proporção grande, mas essa também vai ser a hora em que vão estar chegando os maiores débitos do Sport. Como por exemplo com o Laércio Guerra (ex-diretor do clube e atual presidente do Retrô), para quem o Sport deve cerca de R$ 3,5 milhões. Temos ainda dívidas com Rithely, Ronaldo Alves, Magrão, Durval, o saldo com Sander, Felipe Bastos e Michel Bastos...Esses são só os que lembro de cabeça”, enumerou Bivar.

“Isso fora a dívida com a Globo que já conseguimos pagar esse ano R$ 2 milhões, que já foram descontados da cota desse ano. E ainda devemos mais R$ 16 milhões. O quadro para o próximo ano não é, nem de perto, melhor do que o deste ano”, garantiu.

Ainda de acordo com o mandatário rubro-negro, muitas dessas dívidas já foram renegociadas. Chegou, portanto, a hora de quitá-las. “O clube pode ainda se defender e procrastinar. Ou seja, pegar o problema e jogar para debaixo do tapete. Mas eu não gosto e nem sei fazer isso. De repente todo mundo vai achar que o Sport está um paraíso, mas a realidade é muito diferente. Vamos ter outro ano de muito sacrifício”, reforçou. 

Folha para 2020 

Diante desse cenário, o presidente rubro-negro prevê um aumento no valor atual da folha do Sport, especulada em torno de R$ 1,2 milhão. Mas não muito além disso. Sendo assim, o mandatário leonino também vê com ressalvas contratações mais caras e projeta um elenco com salários mais homogêneos, como foi em 2019.

“Certamente vou ter que aumentar a folha, porque mesmo que eu fique com boa parte do elenco, muitos vão querer um reajuste salarial e eu vou ter que reconhecer, sob pena de perder quase todos. Mas não será um acréscimo muito alto. Nem de perto será o dobro da folha atual. Será maior do que a atual, porém dentro de uma realidade financeira”, reforçou.

“Eu não vou cometer irresponsabilidade com o dinheiro do clube. Estou só iniciando um processo. Para o Sport ficar em uma situação tranquila vai precisar levar mais cinco ou seis anos. Sem fazer loucura. Porque se voltar a fazer, volta tudo de novo”, finalizou Biva