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Por dívida, presidente do Sport adota cautela quanto a crédito liberado pela CBF

Leão vem pagando, mensalmente, desde o início do ano, cerca de R$ 16 milhões para a Rede Globo - justamente a garantia pedida pela confederação

postado em 09/06/2020 16:00 / atualizado em 09/06/2020 16:04

(Foto: Paulo Paiva/ DP Foto)
Em crise financeira, o Sport viu surgir na última segunda-feira uma chance de afago aos cofres do clube, após a CBF anunciar uma linha de crédito de R$ 100 milhões para os clubes da Série A visando compensar as receitas suspensas da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissões da competição. Para isso, no entanto, é preciso dar como garantia à entidade quantia referentes às cotas da competição.

Algo que, para o Sport, ainda é incerto em 2020. Por causa de uma dívida de R$ 16,5 milhões relacionada à adiantamento de cota nas últimas Séries A que disputou, o Leão quita, de forma parcelada até o fim de 2020, este valor junto à emissora, o que pode inviabilizar esta liberação da CBF, de acordo com o presidente leonino, Milton Bivar, em entrevista ao Podcast 45 minutos.

“É uma linha de crédito. E crédito tem que dar garantia. Esse é o problema. Talvez a gente vá ver a banda passar e não possa fazer nada”, iniciou o mandatário, adotando cautela. “Todo mês estamos pagando, esse dinheiro está na planilha da Globo até dezembro”, complementou. Com a perspectiva de ter este crédito reduzido - ou até inexistente -, Bivar afirmou, no entanto, que a quantia já tem destino certo. 

“Tudo para pagar mão de obra. Salário dos funcionários, jogadores. Esse dinheiro vai ser todo destinado para isso. R$ 1 não vai ser para outra coisa”, garantiu. Ainda não há, contudo, o valor exato que será destinado aos clubes, ou quando exatamente isso ocorrerá - mas a tendência é que seja repassado até o fim do mês, conforme indicou a CBF em comunicado. 

Nesta quarta-feira, o Sport vai completar dois meses de salários atrasados (abril e maio), além dos direitos de imagem de março - o Leão está pagando apenas os valores referentes à “carteira” (CLT, que é de 60% a 70% dos vencimentos mensais) durante este período de pandemia, aguardando a volta das competições para compensar os direitos de imagem (que são 30% a 40% dos salários) acumulados.

Nos últimos meses, o clube perdeu receitas de patrocínios e teve grande redução na renda de sócios - no início da pandemia eram mais de 38 mil associados e atualmente o tem mais de 28 mil leoninos no quadro social -, além da perda com a bilheteria. Assim, paralisou todas as atividades amadoras do clube até o fim do ano e teve que recorrer à MP 936 que suspende contratos profissionais dos funcionários por até três meses.