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Resistência, gordura e perda de massa: após avaliações, Sport estipula prazo para jogos

Fisiologista, Inaldo Freire traçou um panorama após primeira semana de atividades no CT e pediu mais 20 dias para colocar grupo em forma mínima

postado em 22/06/2020 07:40 / atualizado em 22/06/2020 08:11

(Foto: Anderson Stevens/ Sport Recife)
Não bastassem os três meses sem treinamentos, os jogadores do Sport não tiveram à disposição a melhor das estruturas para tentar manter a forma, como academias ou até mesmo espaços ao ar livre. Tudo isso, sabe-se, por conta da pandemia do coronavírus. Fatores inesperados. Inéditos. E que causaram incerteza. Até essa semana, quando o clube voltou às atividades e foi possível traçar alguns panoramas. Dentre eles a condição dos jogadores.

Durante a primeira semana de atividade, os jogadores passaram por avaliações físicas, como soccer test - que mede a capacidade aeróbia -, análise da força muscular e medição de gordura. E como esperado, estiveram bem aquém, no geral. Assim, é preciso mais três semanas de trabalhos para condicionamento até a volta dos jogos. Quem falou e explicou tudo isso foi o fisiologista rubro-negro, Inaldo Freire. Confira abaixo ponto a ponto. 

Soccer test - resistência
“Percebemos que, comparado ao mês de janeiro deste ano, tivemos um decréscimo do teste, no resultado dos testes. Na reapresentação em janeiro, tivemos 30% dos atletas abaixo da média prevista. Dessa vez, a gente teve 43% da média dos atletas abaixo da média prevista”, disse Inaldo, pontuando que o período inativo em janeiro foi de 30 dias, enquanto durante a pandemia foram 90 dias de paralisação. “Então muito esperado o resultado” , completou.

Ainda assim, Inaldo disse que alguns jogadores mantiveram bom nível no teste, apresentando dois nomes. “Tivemos algumas gratas surpresas, as avaliações de João Igor e Sander foram destaque”.

Percentual de gordura - baixo
Sem jogos, estrutura para treinos e um cenário atípico, o natural seria que alguns atletas pudessem apresentar ganho de peso relacionado à gordura. Mas isso esteve longe de ocorrer na Ilha do Retiro. “A gente achou que os atletas voltariam com um percentual de gordura alto. Isso não aconteceu, mostra o nível de profissionalismo deles e eles foram cuidadosos com alimentação”. disse Inaldo. “Mas percebemos que houve uma queda significativa da massa muscular
(Foto: Anderson Stevens/ Sport Recife)

Massa muscular - perda
A diversidade de cenários onde os atletas passaram a quarentena influenciou nas análises, mais especificamente nos trabalhos de força. Alguns conseguiram passar em cidades interioranas, com espaço ao ar livre; outros mantiveram-se áreas urbanas, precisando restringir-se aos cômodos da casa por causa do isolamento social.  

“No geral, vimos a perda de massa muscular quando passamos a fazer a avaliação da força no isocinético. Grande parte dos atletas tiveram diminuição no nível de força. E aí está intimamente relacionada à perda de massa muscular.  Passaremos a priorizar a partir de agora”. 

Próximos passos - e tempo 
O período ideal, na visão de Inaldo Freire, seria cinco semanas no total de condicionamento físico para os jogadores, mas o fisiologista sabe que esse prazo é difícil. Então acredita que mais 20 dias seria o mínimo para uma forma aceitável aos jogadores. Vale lembrar que o elenco não está usando a academia e tem feito os trabalhos todos no gramado, com pesos, sem utilizar máquinas de musculação.

“Esperamos pelo menos três semanas de treinamento para gente colocar esses atletas com menos risco de lesionar porque nessa primeira semana o trabalho de força foi todo desenvolvido no campo”, afirmou. “Mas acredito que a gente vai conseguir, sim, com a competência da comissão técnica reverter essa paralisação e dar conta do recado”.