Um norte-americano com sotaque cearense

Apesar dos oito norte-americanos, a liga conta com mais dois italianos e um peruano. Nenhum deles chegou contratado como a maioria dos norte-americanos. A paixão pelo esporte foi o que moveu os italianos Marco Giovati e Pietro Domenichini a vestirem o camuflado do Ceará Caçadores. Pelo mesmo motivo, o peruano Jesus Emanuel começou a jogar pelo Espectros em 2014. Porém, a história do norte-americano Caleb Burkhalter é o que mais chama a atenção.

Caleb nasceu em Memphis, cidade do Tennesse, mas seu coração já nasceu apaixonado pelo time da Universidade de Aurburn, onde seus pais estudaram. Porém, Caleb nunca teve a oportunidade de jogar na sua terra natal. Aos oito anos deixou os Estados Unidos e mudou-se para Fortaleza e hoje pode ser confundido com um cearense, já que o sotaque é de quem é da terra.

Em 2010 ele descobriu que haviam times de futebol americano na capital cearense e deu o primeiro passo para realizar não apenas o seu sonho, mas também o dos seus pais. “Sempre cresci sonhando em um dia jogar futebol americano. Mas como eu vivia no Brasil e nunca tinha ouvido falar do esporte aqui no Brasil. O sonho de jogar foi morrendo, até que um dia alguem me falou que tinha uns times aqui. Passei por alguns times até que finalmente cheguei nos Dragões do Mar em 2012 e fiquei lá até a fusão que resultou no Caçadores”, explicou Caleb.

Atuando como wide receiver o norte-americano não pensa em voltar para os Estados Unidos para atuar. Sua vontade é ajudar a expandir o futebol americano no Brasil e segue sonhando em título para a sua equipe. “Certamente eu não iria parar de jogar agora que temos reais chances de ser campeões. Temos trabalhado duro o ano inteiro para isso, e temos um grande time, não só em talento mas em espirito. Todos dando o seu 100% até o ultimo apito de cada.”