Mais Esportes

NFL

Histórias que mexerão com a NFL em 2017

Confira algumas notícias para ficar de olho durante a nova temporada do futebol americano

postado em 06/09/2017 23:00 / atualizado em 06/09/2017 20:36

AFP PHOTO / TIMOTHY A. CLARY
Nos Estados Unidos, algumas histórias durante a temporada serão acompanhadas de perto durante toda a temporada. Algumas são de exaltação, outras de exclusão e com certeza gerarão cliques, comentários e muita audiência.

Excluído por protestar
AFP PHOTO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / EZRA SHAW
Em 2016, o quarterback Colin Kaepernick decidiu protestar contra as desigualdades raciais e não se levantar durante o hino norte-americano, uma tradição antes de eventos esportivos. Após ser criticado, decidiu se ajoelhar, mas não deixou de protestar. Uma decisão que lhe custa uma chance de continuar jogando.

Após a temporada passada, Kaepernick rompeu o contrato com o San Francisco 49ers, equipe que tinha sido a sua única até o momento na NFL e pela qual foi até o Super Bowl XLVII. Desde então, Colin segue atuando em causas humanitárias e acreditava que poderia arrumar emprego em outra equipe, mas até o momento isso não ocorreu. Apesar de ser mais experiente e mais talentoso do que outros quarterbacks da liga, nenhuma equipe ofereceu um contrato ao jogador. Um claro boicote, mas que não cessou os protestos.

O fim de semana de protestos raciais em Charlottesville mais uma vez mostrou que o país segue dividido e outros atletas decidiram seguir mostrando a sua insatisfação. Alguns jogos de pré-temporada tiveram protestos de jogadores negros e, em alguns casos, apoio de companheiros brancos.

Seja com um abraço durante o hino, como fez quarterback do Oakland Raiders Derek Carr no companheiro Khalil Mack, algo nunca ocorrido, ou no protesto de 12 jogadores do Cleveland Browns, em duas partidas seguidas, que teve a presença de dois atletas brancos. Em pé, ajoelhados ou de braços dados os atletas mandaram a mensagem de que seguirão mostrando a sua insatisfação e que a briga não é apenas do homem escolhido como bode expiatório. 

Kaepernick deve seguir mesmo desempregado e é provável que nunca volte a atuar profissionalmente. Os donos dos times preferem ignorar os protestos e pedidos dos torcedores. A ideia é sempre passar a ideia que a liga é limpa de criminosos e atletas que já agrediram mulheres ou tiveram problemas sérios com a lei geralmente não ganham novas chances. Um destino que o ex-camisa 7 do 49ers terá que conviver por ser um jogador que decidiu não se calar.

O Bode da NFL
AFP
A palavra bode em inglês significa goat, que também é a sigla para great of all time (maior de todos os tempos). Assim, é mais do que normal ver o nome de Tom Brady ao lado de fotos ou emoticons do animal. Uma prova que o quarterback do New England Patriots, aquele mesmo que a mídia no Brasil teima em vender como o marido de Gisele Bundchen, é considerado uma lenda e que estamos tendo o privilégio de assistir. Até quando é o grande mistério.

Com 40 anos completados há um mês, Tom Brady ainda está longe de ser o quarterback mais velho a atuar na NFL, mas no nível que ele segue nenhum jamais conseguiu. Ao invés de demonstrar declínio na carreira, o camisa 12 dos Patriots tem feito o contrário. Seu percentual de acerto de passes só tem aumentado e o número de turnovers (bolas entregues) só tem diminuído. 

Apesar dos pedidos da esposa famosa para que ele se aposente, Brady já declarou que espera jogar mais seis anos. Um número que lhe faria quarterback mais velho a jogar uma partida de NFL. Ele nem precisa atuar por tanto tempo, mas quatro anos praticamente garantem o recorde que ainda pertence a Steve DeBerg, quarterback dos Falcons e que jogou contra os Jets aos 44 anos e 279 dias.

Com cinco títulos de campeão da NFL, maior número para um jogador da sua posição, Brady se mantém em alto nível porque segue uma rotina quase espartana que é inquebrável durante a temporada. Por isso ele chega após os 40 sem apresentar problemas físicos ou de performance. Um exemplo para quem pensa em atuar em alto nível.

Os "grevistas" e os altos salários
Rams / Divulgação
Na NFL os times vivem em harmonia por conta de um sistema socialista. Uma ironia para uma sociedade que prega o capitalismo. A liga funciona, assim como a NBA, com um teto salarial igual para todos os atletas. Cada equipe gerencia seus 167 milhões de dólares como deseja. Algo que às vezes não dá tão certo e sem poder estourar o limite, alguns jogadores se sentem injustiçados. 

Um dos principais atletas da liga, o running back Le’Veon Bell, passou toda a pré-temporada fora de Pittsburgh, casa dos Steelers, time que está sob contrato. Por não ter chegado a um acordo com sua franquia e assinado um contrato longo e lucrativo, Bell está atuando sob a franchise tag que é uma forma de manter um jogador sob contrato com o time mesmo que ele não deseje. Contudo, o atleta recebe a média dos cinco melhores salários jogadores da sua posição na liga. Um bom dinheiro, mas que nem todos, como Bell, aceitam. 

A forma de protestar para ganhar o que julgam ser o correto é fazer greve e não se apresentar. Bell acabou a greve na última sexta-feira e deve estar em campo, mesmo sem ter participado da pré-temporada, contra o Cleveland Browns. Algo que não ocorrerá com o defensive tackle Aaron Donald. 

Um dos melhores jogadores defensivos da liga, Donald está no seu último ano de contrato com o Los Angeles Rams e receberá neste ano “apenas” 3,2 milhões de dólares. Um número bem abaixo dos melhores atletas da sua posição. Para tentar uma renovação vantajosa e também evitar que a cláusula que faz com que ele continue sob contrato no próximo ano e siga recebendo abaixo do que merece, a estrela dos Rams não apareceu no centro de treinamento da equipe nesta temporada. Algo que ele parece decidido a fazer até conseguir o que o deseja.