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REFENO

Patoruzú vence de ponta a ponta e fatura a Refeno pela primeira vez na sua história

Embarcação de Pernambuco foi a primeira a chegar na ilha de Fernando de Noronha na tarde deste domingo

postado em 30/09/2018 18:34 / atualizado em 01/10/2018 10:04

<i>(Foto: Everest Imagens/Cabanga)</i>
Do alto do Mirante do Boldré, às 14h58 deste domingo, veio o aviso: “Lá vem o Patoruzú!”. Era o campeão da Regata Recife-Fernando de Noronha terminando sua jornada de 545 quilômetros (292 milhas náuticas) entre a capital pernambucana e o arquipélago com o tempo de 25h58min12seg. Era também o favorito confirmando o favoritismo. Com a Fita Azul (nome dado ao campeão) para o trimarã, Pernambuco volta a conquistar a Refeno após cinco anos ausentes do lugar mais alto do pódio (a última embarcação do estado a conquistar a Fita Azul havia sido o Ave Rara em 2013, com o tempo de 35h30min44seg). 

Capitaneada pelo pernambucano Higinio Luís Augusto Marinsalta, o Patoruzú era apontado desde antes a largada como o candidato ao título, após o tetracampeão da competição, o barco Camiranga, do Rio Grande do Sul, não confirmar participação na edição deste ano. Com isso, o Patoruzú acabou tendo que optar entre duas estratégias: dar o máximo do barco para tentar quebrar seu próprio recorde ou abrir mão da marca pela conquista inédita.

Mas desde que largaram do Marco Zero, no Recife, na tarde de sábado, a embarcação logo tomou a dianteira. Em todas as parciais de posicionamento divulgados pela Refeno, o Patoruzú apareceu na frente. Apesar da vantagem, a vitória não foi tão tranquila como aparentou que seria. Em determinado momento, a tripulação da embarcação campeã passou por algumas dificuldades. Tanto que a primeira previsão de chegada à Noronha era às 13h, mas depois passou para às 15h.

“A regata foi muito difícil para nós. As primeiras 150 milhas nós avançamos bem rápido, tivemos ventos de mais de 15 nós de velocidade. Porém, ontem, entre às 16h e 17h nós quebramos uma drissa e às 21h quebramos o tirante de bombordo. Foi um momento muito tenso, tivemos que parar o barco, chegamos até a pensar em voltar, mas conseguimos fazer a amarração de forma, até certo ponto, segura e viemos poupando o barco desde então”, contou o capitão do Patoruzú, Higino Marinsalta. 

Na segunda colocação, está o Kat, embarcação da família Schurmann, conhecida mundialmente pela vivência em alto mar. Em terceiro lugar, na mesma situação do Kat, estava o Mussulo III. Ambas, na manhã desta segunda-feira, chegaram ao arquipélago.  

As que já chegaram  

1 - Patoruzú - 14h58min12
2 - Kat- 18h25min22
3 - Mussulo - 20h00min40
4 - Tedesco - 21h09min36
5 - Audaz - 22h37min38
6 - A Travessia - 22h58min11s
7 - Marujo’s - 23h57min15s
8 - Zenith - 00h12m53s
9 - VMAX 3 - 00h20m00s
10 - Ukiukiu Nui - 00h22m33s
11 - Kakamaumau - 00h38m34s
12 - Ciranda - 00h49m4s
13 - Avoador - 1h22m29s
14 - Bolero II - 1h26m55s
15 - Batuta - 1h51m14s
16 - Plankton - 1h55m38s
17 - Pinguin - 2h23m44s
18 - Seugugu - 2h27m17s
19 - Ventania - 2h35m25s
20 - Yarebe - 2h41m40s
21 - Aventureiro - 2h45m53s
22 - Avatar - 3h4m59s
23 - Dadu - 3h5m10s
24 - Madame - 3h9m15s
25 - Algo + - 3h17m37s
26 - Zen - 3h57m19s
27 - Jahú - 3h58m42s
28 - Soturi - 4h6m4s
29 - Gladiador - 4h58m30s
30 - Nemos - 5h14m22s
31 - RS1 - 5h20m23s
32 - Papangu - 5h21m40s
33 - Zen 5 - 5h24m47s
34 - Endurance - 5h29m36s
35 - Tutatis - 6h00m27s
36 - Ocean Spirit - 6h2m43s
37 - Labadee - 6h2m55s
38 - Aya - 6h18m5s
39 - Charada - 6h27m16s
40 - Sem Fim - 6h27m19s
41 - Nandu - 6h40m34s
42 - Arribasaia - 7h3m2s
43 - Matajusi - 7h13m38s
44 - Panda - 8h 26min19
45 - Tucanus III - 8h34min57
46 - Toro - 9h13min22
 

Demais embarcações

A Refeno deste ano contou com 61 embarcações inscritas e 453 velejadores. Divididas em 12 classes, a chegada de todos à Ilha de Fernando de Noronha acontecerá ao longo de três dias. Tanto que, na chegada do Patoruzú, as últimas duas embarcações, Yara e Travessia, estavam praticamente ainda metade do percurso.

Como é em Noronha

A Refeno é, sem dúvidas, um evento grande. Desde a quantidade de inscritos à distância percorrida. Mas a chegada em Noronha é um tanto quanto curiosa. É traçado uma linha imaginária entre uma embarcação ancorada em alto mar até o alto do Mirante do Boldré (uma construção com aparência de abandonada), distantes chega de dois quilômetros entre um ponto e outro. E é lá onde fica a comissão da prova. Para quem quer acompanhar a chegada das embarcações é, sem dúvidas, o melhor lugar para acompanhar. 

Desistentes

Até o fechamento desta matéria, duas embarcações já havia desistido da competição. O Jahú 2, que  teve o mastro quebrado e o Tranquilidade, com problemas na proa.