Seleção

COPA FEMININA

Em jogo de fortes emoções, Brasil perde na prorrogação e é eliminado da Copa Feminina

Apesar de jogo aguerrido e de qualidade técnica e tática surpreendente contra a Seleção da França, o Brasil cedeu o resultado na reta final

postado em 23/06/2019 18:14

<i>(Foto: LOIC VENANCE/ AFP)</i>
Acabou a Copa do Mundo para a Seleção Brasileira Feminina. Apesar de jogo aguerrido e de qualidade técnica e tática surpreendente contra a Seleção da França, o time conseguiu um empate no tempo normal (1x1), mas cedeu o resultado na prorrogação (2x1) e foi eliminado do torneio. Em um jogo marcado pela intensidade e pelas fortes emoções, as anfitriãs fizeram valer o mando de campo e venceram as brasileiras.  

Primeiro tempo

A partida começou surpreendendo. Diferente do que muitos esperavam, o Brasil conseguiu fazer um confronto equilibrado e inteligente, longe de dar espaço para a Seleção Francesa dominar. O time de Vadão optou por um jogo de intensidade e, agora sim conforme o esperado, apostando nas jogadas de contra ataques velozes. Essa estratégia deixou acabou deixando as anfitriãs um pouco afobadas, cometendo erros individuais que se concluíram em lances perigosos a favor das brasileiras.

A bola correu com rapidez. Foi uma primeira etapa sem descanso para as duas defesas. Aos nove minutos, Marta conseguiu a primeira finalização para o Brasil. No lance, a bola saiu rasteira pelo lado esquerdo da goleira Bouhaddi, mas passou perto. Aos 10 minutos, em jogada ensaiada em cobrança de falta a meia francesa Henry mandou um chute fortíssimo, mas que passou por cima do gol de Bárbara.

Aos 25 minutos, veio o lance mais importante do primeiro tempo: a França conseguiu balançar as redes em uma cabeçada da atacante Gauvin. Entretanto, a arbitragem utilizou a tecnologia do VAR e marcou um toque da mão da jogadora, anulando o gol. Bom para a Seleção Brasileira, que pôde continuar propondo um jogo intenso, não precisando recuar o time. 
O Brasil continuou indo para cima e, aos 43 minutos, Cristiane teve a melhor chance do jogo a favor do seu time. Recebeu a sobra de uma bola pelo canta esquerdo do campo e finalizou em gol. Não entrou por mérito da goleira francesa, Bouhaddi, que fez uma grande defesa. Vale ressaltar que a equipe brasileira desceu para os vestiários com mais posse de bola. 55% contra 45%.

Segundo tempo:

No retorno do intervalo, o jogo não perdeu a característica. Os times voltaram com um ritmo ainda mais intenso, afinal, prorrogação nunca é a melhor opção para qualquer que seja a equipe. Aos cinco minutos, jogada de contra ataque da França resultou em finalização defendida por Bárbara. O reinício da partida foi um momento de maior pressão francesa. Não à toa, aos oito minutos, as francesas abriram o placar, agora si, Gauvin marcou um gol legal. Ela recebeu um cruzamento de Diane e cabeceou em gol. 

Aos 10 minutos, o Brasil se impôs também colocando pressão. Cristiane recebe cruzamento na área, cabeceia forte em gol. No reflexo, a goleira francesa espalma e a bola ainda bate na trave antes de sair. A intensidade brasileira não parou por aí.  Com 18 minutos de bola rolando no segundo tempo, a Seleção Brasileira empatou a partida. Thaísa acerta um chute no cantinho da barra francesa.

A partir do empate, só deu Brasil. O técnico Vadão, conhecido por jogar na retranca, expôs não fez valer o título, expôs o time e foi para cima. A etapa final foi a mais emocionante do jogo. Aos 40 minutos, Andressinha cobrou uma falta em direção ao gol francês, mas a bola acabou nas mãos da goleira rival. Aos 42, foi a vez de Tamires levar a torcida à loucura. Empurrou a bola para dentro do gol em um belo chute, mas a arbitragem anulou o lance por impedimento. Até o fim do segundo tempo, Brasil seguiu pressionando, mas não desempatou e o duelo se encaminhou para a prorrogação.

Prorrogação

O primeiro tempo da prorrogação já começou com uma surpresa muito negativa para o Brasil. Uma das principais jogadores do time, a atacante Cristiane, deixou o campo chorando aos cinco minutos, sentindo fortes dores na coxa esquerda. Geyze entrou no seu lugar. A partir de então, a equipe brasileira sentiu a perda e o cansaço, diminuindo o ritmo de jogo. O melhor lance surgiu no final da primeira etapa. Aos 15 minutos, Debinha, em jogada de velocidade, conduziu a bola pelo lado esquerdo do campo, puxou para dentro, chegou na pequena área e finalizou. Zagueira francesa salvou quase em cima da linha.

Para o segundo tempo, mais um banho de água fria para as brasileiras. No primeiro lance, a França desempatou a partida, com Henry, em mais uma jogada comum da França: bolas aéreas. O gol foi fruto de jogada ensaiada. A bola foi cruzada na área e, batendo de chapa, ela tirou a goleira Bárbara do lance, abrindo a vantagem. Ali, a Seleção desabou emocionalmente. Cansada fisicamente, não conseguiu reagir e perdeu a partida. 

FICHA TÉCNICA

França 2
Bouhaddi; Torrent (Perisset), Mbock Bathy, Renard e Majri (Karchaoui); Henry, Bussaglia, Le Sommer; Diani, Gauvin (Cascarino) e Asseyi (Thiney). Técnica: Corinne Diacre

Brasil 1
Bárbara; Letícia S (Poliana), Mônica, Kathellen e Tamires; Formiga (Andressinha), Thaísa, Ludmila (Beatriz) e Debinha; Marta e Cristiane (Geyze). Técnico: Vadão.

Local: Stade Océane, Le Havre
Horário: 16h
Gols: Gauvin (França), aos 8 minutos do 2T; Thaisa (Brasil), aos 18 minutos do 2T, Henry (França), no primeiro minuto do segundo tempo da prorrogação
Cartões amarelos: Renard (França), Tamires (Brasil), Formiga (Brasil), Beatriz (Brasil)