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Teliana Pereira ressalta raízes em entrevista: "Faço questão de falar que sou pernambucana"

Em passagem rápida pelo Brasil, tenista concedeu entrevista exclusiva ao Superesportes

postado em 20/04/2015 18:23 / atualizado em 21/04/2015 18:06

Fred Figueiroa /Diario de Pernambuco

WTA Bogota/Facebook/Divulgação
O título do WTA de Bogotá foi a 23ª taça conquistada por Teliana Pereira em sua carreira profissional. Ela, no entanto, não hesita um instante em afirmar que esta tem um significado maior que as 22 anteriores - ganhas em torneios da série ITF (uma espécie de 2ª e/ou 3ª divisão do tênis internacional). "Um título da WTA é a consagração de todo o trabalho que vem sendo feito. Meu primeiro objetivo era chegar entre as cem melhores e consegui. Depois, no fim do ano passado, eu tava conversando com meu irmão e com o Alexandre (namorado e gestor da carreira) e perguntaram qual o meu sonho: Respondi que seria ganhar um WTA. Seria algo que guardaria para o resto da minha vida. Estou muito feliz. Trocaria este título por todos os outros com toda certeza", afirmou a tenista número 1 do Brasil e que, nesta segunda-feira, subiu para a 81ª posição no ranking.

Depois do título em Bogotá, Teliana voltou ao Brasil em uma rápida passagem de dois dias antes de seguir para o Marrocos, onde disputa na semana que vem o WTA de Marrakech. "Não deu tempo nem de cair a ficha. Acho que quando chegar em casa, largar as malas, ver a minha família e guardar o troféu, a ficha vai cair. Por enquanto, tudo que sinto é felicidade, Por todo o trabalho que foi feito, por superar todas as lesões e interrupções que eu tive".

A casa de Teliana é em Curitiba, cidade onde vive desde os oito anos e onde foi apresentada ao tênis. Palco da transformação da vida dela e de toda a família que deixou o povoado de Barra de Tapera, no Agreste de Pernambuco, em busca de dias melhores no sul do país. Pernambuco, no entanto, nunca ficou para trás.

"Eu vivi muito pouco por aí, mas quando me perguntam, sempre faço questão de falar que sou pernambucana. Afinal foi aí que tudo começou. Onde toda a minha família mora Amo Curitiba também. Falo que meu coração está dividido. Mas sou pernambucana, tenho muito orgulho de representar o estado em que nasci", conta a tenista número 1 do país.

O calendário sempre intenso entre treinos e torneios acabam multiplicando a distância dela com a sua terra natal. Pernambuco é mais um sentimento do que uma realidade para Teliana. "Conheço muito pouco o estado. Desde que saí, voltei apenas duas vezes e foram apenas para ficar algumas horinhas. Mas estou planejando voltar e passar mais tempo. Preciso disso. Sempre as pessoas daí me mandam mensagens, percebo o carinho que têm por mim. E fico muito feliz e lisonjeada. Quero voltar e conhecer mais do meu estado", concluiu.

O melhor momento da carreira?

O título em Bogotá fechou uma sequência impressionante de dez vitórias e nenhum set perdido. As primeiras cinco, uma semana antes, no ITF de Medellin. "Este WTA chegou em um momento diria que inesperado. Claro que eu trabalho sempre e estava trabalhando pra isso. Mas estava vindo de lesão, e é sempre diícil voltar. Demora pra pegar o ritmo de jogo e recuperar a confiança, inclusive. Não esperava realmente ganhar agora. Já achei que teve outros momentos da minha carreira que tive mais chance", revela a tenista - em referência, certamente, ao início de 2014, quando chegou à semifinal do WTA do Rio de Janeiro.

A maior conquista de uma brasileira no tênis desde 1988 é um prêmio por tudo o que ela passou e também uma lição que abre caminhos. "Estou sempre lutando. Acordo todo dia com vontade de jogar. Todo dia dou o meu máximo. Isso mostra que trabalho duro dá resultado. E que vale a pena você passar por todo tipo de processo que não é fácil", afirmou.

Depois do WTA de Marrakesh, Teliana segue para a disputa de dois Challengers na França (Cagnes sur Mer e Saint Gaudens) já como preparação para Roland Garros. Como a lista do Grand Slam francês foi fechada na semana passada (quando a brasileira era apenas a 130ª do mundo), ela acabou ficando fora da chave principal e precisará passar pelo qualifying.