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Sport vence o Campinense nos pênaltis e enfrenta o Santa na semifinal do Nordestão

Leão foi melhor durante os 90 minutos igualando o placar do jogo de ida: 3 a 1

postado em 02/04/2017 18:18 / atualizado em 02/04/2017 19:39

Paulo Paiva/DP
O enredo de Sport x Campinense na fase final da Copa do Nordeste foi o mesmo de 2016. Os mandantes venceram em casa, ambos pelo mesmo placar, e a decisão foi para os pênaltis. A primeira diferença é que desta vez não valia uma vaga na final, algo que não diminuíra a tensão nas arquibancadas. A segunda mudança em relação ao ano anterior é que a decisão foi na Ilha do Retiro - não no Amigão. A única semelhança foi a que no fim das contas mais importou. Os visitantes perderam dois pênaltis e os mandantes, desta vez o Sport, acabou vencendo a decisão nos pênaltis e avançou à semifinal da Copa do Nordeste.

Mais uma vez, o goleiro Magrão foi decisivo quando as penalidades foram necessárias para definir o futuro do Leão. O camisa 1 rubro-negro defendeu a cobrança de Thiago Orobó e deu a vantagem ao Leão, que foi perfeito nas quatro cobranças necessárias. Com a classificação, o Sport pegará o Santa Cruz na semifinal da competição regional nos dias 23 e 26 de abril, sendo a primeira partida na Ilha do Retiro e a segunda no Arruda.

O jogo

O clima na Ilha do Retiro era diferente. A primeira decisão de 2017 mudou os ares do clube e apesar da desvantagem após a partida de ida em Campina Grande, a confiança estava alta. Isso foi visto pelo bom público no estádio e pela empolgação dos rubro-negros na arquibancada - com quase 20 mil rubro-negros, maior público do ano na Ilha. Ainda faltavam 15 minutos para o apito inicial, mas os gritos vindos de todos os setores do Adelmar da Costa Carvalho davam a impressão de que a partida havia começado mais cedo.

Na verdade, ela começou assim que o apito final foi dado no estádio Amigão na última quinta-feira. As declarações de Rithely ao sair do gramado e as mudanças feitas de última hora por Ney Franco neste domingo, que promoveu as entradas do lateral-esquerdo Evandro e do volante Fabrício, nas vagas de Mansur e Everton Felipe, respectivamente, foram provas de que algo precisava ser feito. E logo.

A ordem foi entendida por todos os jogadores. O Sport começou fulminante e foi letal no primeiro ataque. Aos quatro minutos de partida, Rithely lançou em profundidade com perfeição, Rogério acreditou na bola e com um toque deslocou Gledson. Com o gol aberto, o camisa 17 ainda fez questão de chutar com toda a raiva possível para o fundo das redes.

Apesar da motivação, os donos da casa não foram afobados nem se deixaram levar pela empolgação da torcida. Após o gol, soube colocar a bola no chão e trabalhar as jogadas com mais calma. O resultado parcial de 1 a 0 ainda classificava o Campinense, mas não era necessário ter agonia alguma. A Raposa tentou responder, mas sem sucesso e o Leão começou a arrumar uma cilada mortal.

Em uma jogada mal construída pelos visitantes, aos 17 minutos, Rithely avançou com a bola pela lateral direita e tinha a opção de passar para Diego Souza, que estava mais perto, ou tentar lançar Rogério ou André, posicionados dentro da área. Preferiu o camisa 87. Diego avançou já dentro da área, deixou um zagueiro no chão e fez o gol que já dava a classificação ao Sport.

O sufoco leonino era gigante e o técnico Ney da Matta tomou uma atitude rápida e radical. Aos 25 minutos de jogo fez duas modificações. Tirou Ronael e Negretti e promoveu as entradas de Fernando Pires e Maranhão. O restante do primeiro tempo foi ver o Campinense dominar a posse de bola, mas não saber o que fazer com ela.

Enquanto isso, o Leão aguardou no seu campo e não se arriscou. O terceiro gol poderia ter vindo ainda no primeiro tempo quando Rogério tentou lançar André, mas errou feio o passe. Se tivesse mais capricho no lançamento, ou levantasse a cabeça e visse Diego Souza do outro lado do campo entrando na diagonal, a história poderia ter sido diferente.

Segundo tempo

Com 2 a 0 no placar, o Sport não precisava se arriscar. Estava classificado com o resultado, mas não teve como degustar por muito tempo esse sabor assim que a segunda etapa começou. Com menos de quatro minutos de bola rolando, Augusto fez grande jogada pela direita, passou pela marcação e tocou para Reinaldo Alagoano. O camisa 9 teve calma o suficiente para tocar para a entrada da área, onde Fernando Pires teve toda a calma do mundo para ajustar o corpo e chutar no canto direito de Magrão.

O gol fez com que Ney Franco decidisse mudar. Viu que Rodrigo estava em uma tarde para esquecer e colocou o time para cima ao tirar o volante Rodrigo e promover a entrada do meio-campista Everton Felipe. Deu certo em pouco tempo. Em contra-ataque, aos 14 minutos da etapa final, Rogério cruzou rasteiro no meio da área, André finalizou, mas teve o chute bloqueado e a bola subiu. No rebote, Diego Souza, de bicicleta, ampliou para o Leão.

O resultado, que seguia o mesmo roteiro da partida de ida, já que o mandante abriu 2 a 0 e sofreu um gol antes de fazer o terceiro, levava a partida para os pênaltis e isso não era o interesse de nenhuma das equipes. A partida ficou eletrizante e a sensação era que qualquer um dos lados poderia fazer mais um gol a qualquer ataque. Por volta dos 35 minutos, o Campinense deu sinais de que aceitaria a decisão por pênaltis. Decisão tomada muito cedo. O Sport não desistiu de seguir pressionando e investiu pesado com Lenis pelo lado direito. A pressão não surtiu o efeito esperado e as penalidades máximas decidiram a partida.

Pênaltis

O Sport elegeu Ronaldo Alves, Everton Felipe, Lenis, Fabrício e Diego Souza para as cobranças. O Leão foi perfeito e Diego Souza sequer precisou cobrar a sua penalidade. Isso porque Magrão defendeu a cobrança de Thiago Orobó e viu Joécio chutar por cima da sua trave, na última batida paraibana. O erro carimbou a vaga rubro-negra nas semifinais. 

Ficha do jogo

Sport 3 (4)

Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Durval e Evandro (27’ do 2ºT); Rodrigo (Everton Felipe, aos 13’ do 2ºT), Rithely, Fabrício e Diego Souza; André (Lenis, aos 25’ do 2ºT) e Rogério. Técnico: Ney Franco

Campinense 1 (2)

Glédson; Osvaldir, Joécio, Paulo Paraíba e Gilmar; Negretti (Fernando Pires, aos 25’ do 1ºT), Magno, Augusto (Thiago Orobó, aos 27’ do 2ºT) e Jussimar; Maranhão (Ronaell, aos 25’ do 1ºT) e Reinaldo Alagoano. Técnico: Ney da Matta.

Local: Ilha do Retiro. Árbitro: Antônio Dib Morais (PI). Assistentes: Mauro Cezar Evangelista (PI) e Rondinelle dos Santos Tavares (AL). Gols: Rogério (4’ do 1º) e Diego Souza (17’ do 1ºT e 14’ do 2ºT) (S); Fernando Pires (aos, 3’ do 2º). Cartões amarelos: Rogério, Rithely e Evandro (S); Oswaldir e Thiago Orobó (C). Público: 19.308. Renda: R$ 403. 520,00.