INSPIRAÇÃO

Jovem goleiro norte-americano sonha defender EUA em uma Copa e se inspira no ídolo Magrão

Phillip Ejimadu treina no Nacional-SP, onde goleiro rubro-negro começou

postado em 20/06/2014 21:00 / atualizado em 20/06/2014 21:44

João Andrade Neto/DP

João de Andrade Neto
Enviado Especial

São Paulo - A Copa do Mundo costuma estreitar as fronteiras. Seja elas quais forem. Por mais improváveis que sejam. Afinal, qual ligação teria o goleiro do Sport, Magrão, com a seleção dos Estados Unidos? De cara, nenhuma. Mas ai veio o Mundial. E graças a ele, o jogador rubro-negro pode conhecer o jovem Phillip Ejimadu, de 14 anos. Filho de mãe brasileira e pai norte-americano. Nascido no estado de Minnesota e que sonha em defender os Estados Unidos em uma Copa do Mundo. Como goleiro. Posição do seu ídolo. Magrão.

A admiração de Phillip pelo camisa um leonino vem das histórias que escuta no modesto Nacional-SP, atualmente na quarta divisão do futebol paulista, clube onde treina no gol do time sub-15. E onde Magrão começou a carreira. Nesta sexta-feira, o jovem norte-americano atravessou a rua que separa a sede do Nacional do centro de treinamentos do São Paulo, onde a seleção dos Estados Unidos treinava visando o confronto de domingo contra Portugal. O sonho é um dia estar do outro lado do portão. E para isso, Phillip já tem sua referência.

“No Nacional há várias fotos do Magrão. Todos falam muito bem dele. Dizem que ele é uma referência. Procuro ver os jogos dele na televisão e me espelho nele. Tento ser o que ele é. Um goleiro seguro, tranquilo. Trabalho duro para isso. O meu intuito é fazer a minha base aqui no Brasil e depois voltar para jogar nos Estados Unidos. Quero disputar uma Copa pelo país. Quem sabe já a próxima", sonha Phillip, que após completar sete anos de idade veio morar no Brasil com a família. O que não diminui seu patriostismo. “Sou torcedor dos Estados Unidos. Mesmo contra o Brasil”, confessa o garoto, que no entanto torce por dois times brasileiros. “Sou Palmeiras aqui em São Paulo e Sport, no Recife”, disse. Nem precisa explicar o motivo.
Reprodução

O sonho de Phillip de defender a seleção norte-americana em uma Copa do Mundo e a admiração do garoto por Magrão são compartilhadas pela mãe, Selma Ejimadu, que é casada com um norte-americano e tem outros dois filhos também nascidos nos Estados Unidos. “Morei nos Estados Unidos por dez anos. Lá em casa, apenas eu torço pelo Brasil na Copa”, disse. “Ele sempre fala muito do Magrão. É um ídolo. Quem sabe Magrão não lê essa matéria e o chama para um teste no Sport”, disse dona Selma. Um pedido de mãe.

Origens
De fato, Magrão ainda é muito querido no modesto Nacional-SP. Basta falar o nome do goleiro para os funcionários do clube logo mandarem o aviso: “começou aqui’. E começou nas mãos de Cláudio Ferraz Aguirre, de 75 anos, dos quais os últimos 38 passou dentro do alviazulino da Barra Funda.

Hoje assessor da presidência, seu Aguirre acumulava as funções de preparador físico e de treinador de goleiros quando Magrão, ainda chamado de Alessandro, iniciou nas categorias de base do Nacional. Em seguida, veio a profissionalização no clube.
João Andrade Neto/DP

“Eu sou um dos culpados”, disse, brincando, seu Aguirre. “Trabalhei com ele no infantil e no juvenil. Já dava para notar que era um garoto de futuro. Sempre dedicado aos treinos, nunca reclamava. Além disso é uma pessoa educada, de boa família. O pai dele de vez em quando ainda vem aqui. Ele Sempre foi titular’, afirmou o veterano, que acompanha de longe as conquistas do pupilo. “Sei que ele é ídolo total no Recife. Se inventar de se candidatar a prefeito, ganha de lavada. Ele merece tudo de bom”, encerrou.