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Vices campeões nacionais pelo Náutico reforçam torcida pelo inédito título brasileiro

Ivan Brondi, vice da Taça Brasil de 1967, e Augusto, segundo colocado da Série B de 1988, recordam campanhas e engrossam coro pela taça da Série C

postado em 24/09/2019 08:30 / atualizado em 24/09/2019 08:35

<i>(Foto: Arquivo DP)</i>
Contra o Sampaio Corrêa, o Náutico disputará a sua terceira final nacional. Em busca do primeiro título. Isso porque tanto na Taça Brasil de 1967, quanto na Série B de 1988, os alvirrubros “bateram na trave”. E para traçar um paralelo entre o presente e o passado, o Superesportes ouviu ex-jogadores alvirrubros que participaram dos dois vice-campeonatos. 

E entre histórias e recordações das campanhas, a certeza de que caso a taça venha dessa vez, será sim motivo para de festa e orgulho. Mesmo sendo referente a uma Série C. “Não existe herói na derrota, só na vitória”, resumiu Ivan Brondi, vice-campeão em 1967.

1967 - Vice em um Maracanã alagado

<i>(Foto: Arquivo DP)</i>
A década de 1960 é a década de ouro do Náutico. Além do ainda inalcançável hexacampeonato estadual, os alvirrubros também se tornavam conhecidos nacionalmente com as participações na Taça Brasil. E após ser eliminado nas semifinais de 1965 e 1966, a equipe pernambucana dava um passo além ao decidir o título de 1967 após eliminar América-CE e a dupla mineira Atlético e Cruzeiro, esse o campeão no ano anterior. 

Na decisão, o Timbu encarou a “academia” do Palmeiras, de Ademir da Guia, que havia sido eliminado pelo próprio Náutico em 1966. Após derrota no primeiro jogo, na Ilha do Retiro, por 3 a 1, os alvirrubros mostraram força ao calar o Pacaembu com uma vitória por 2 a 1, levando a disputa do título para uma terceira e derradeira partida. No Maracanã.

“Aquele foi um momento de muita euforia. Até os torcedores de Sport e Santa Cruz iam aos nossos jogos nos prestigiar. Jogávamos sempre com a Ilha do Retiro lotada. E todo mundo torceu para o Náutico naquela final. Lembro que a diretoria do Palmeiras ofereceu a renda da terceira partida ao Náutico para que ela fosse jogada também em São Paulo, mas o nosso presidente Wilson Campos não aceitou e optou por cumprir o regulamento”, recordou Ivan, um dos craques do Náutico, que tinha também nomes como Salomão, Nino e Lala.

“Mas choveu muito no Rio de Janeiro. Se cogitou até adiar a partida. E isso atrapalhou bastante o nosso time. Aquele clima não combinou com a gente porque tínhamos uma equipe mais leve e o Maracanã estava praticamente alagado. Fizemos uma grande campanha, que infelizmente não foi coroada com o título. É muito difícil dizer o que aconteceria se o campo estivesse em condições melhores. Mas com certeza nossas chances seriam maiores”, lamentou.

Sobre a final de 2019, Ivan Brondi, que foi presidente do Náutico em 2016 e 2017, se mostra otimista quanto ao título. “Sem menosprezar o adversário, mas vejo o Náutico com ampla possibilidade de vencer. Só fica marcado quem ganha. Não importa a divisão”.

A campanha

11 jogos
5 vitórias
2 empates
4 derrotas

1988 - Frevo na volta pra casa

<i>(Foto: Arquivo DP)</i>
Vinte e um anos depois, o Náutico voltava a decidir um título nacional. Dessa vez da Série B. E tendo como adversário um calo durante toda a campanha. Ao todo foram cinco confrontos contra a Internacional-SP ao longo do campeonato, com dois empates e três derrotas. Uma delas, no jogo único da decisão, por 2 a 1, em Limeira, já que a equipe paulista tinha melhor campanha. As duas equipes já haviam conquistado, dias antes, o acesso.

“O objetivo maior era colocar o Náutico na Série A e nós conseguimos. Mas também queríamos ser campeões. Aquela final foi levada a sério por todos no clube”, recordou o ex-meia Augusto, que atualmente mora na cidade de Paulista e está desempregado. “Como havíamos conquistado o acesso dias antes contra a Ponte Preta, em Mogi Mirim, não voltamos para o Recife. Ficamos em São Paulo direto para a final”, recordou.

Na decisão, após um 0 a 0 no primeiro tempo, a segunda etapa foi eletrizante, com a Internacional abrindo o placar aos 15 e o Náutico empatando dois minutos depois, com o atacante Newton. Porém, aos 37, após falha da defesa, os donos da casa construíram a vitória por 2 a 1. No entanto, o vice campeonato não diminuiu a festa da torcida alvirrubra, que recebeu o elenco com muito frevo no aeroporto dos Guararapes.

“Na verdade foi uma festa acumulada pelo acesso e também um reconhecimento do nosso trabalho. O Náutico disputou a Série A em 1989, 1990, 1991, 1992, 1993 e só foi cair em 1994. Já a Inter de Limeira foi rebaixada dois anos depois”, cutucou Augusto.

Assim como Ivan Brondi, o ex-meia timbu também torce pelo título da Série C. E reforça a importância da conquista inédita. “Todo título é importante. Acho que não tem favorito. O Sampaio também tem uma boa equipe. Mas confio muito e torço pela conquista do Náutico. Se o time mostrar a mesma vontade que vem mostrando e com a força da torcida, acredito que essa primeira conquista nacional pode chegar dessa vez”, encerrou.

A campanha

29 jogos
15 vitórias
5 vitórias nos pênaltis*
3 empates
6 derrotas

*Naquela edição do Brasileiro, as partidas que terminavam empatadas iam para os pênaltis valendo um ponto extra para o vencedor da disputa
<i>(Foto: Arquivo/DP)</i>