O LEÃO DOS LEÕES

As quase saídas de Magrão

Por quatro vezes, goleiro ficou muito perto de deixar a Ilha do Retiro

postado em 20/04/2015 06:00 / atualizado em 17/04/2015 15:48

Daniel Leal /Diario de Pernambuco , Brenno Costa /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D. A Press
Quem vê Magrão completando dez anos de Sport pode até imaginar que ele sempre esteve firme e forte no clube. Nem sempre foi assim. O goleiro viveu um começo conturbado. Vaiado, pensou em deixar a Ilha logo no segundo ano de clube. Houve ainda outros três momentos em que ele por muito pouco não deixou o Leão. Veja quais foram.

2006: a hostilidade da torcida
O Sport não vinha bem no Estadual. Há menos de um ano no clube, Magrão ainda era questionado pela torcida. Houve um tempo em que as vaias e xingamentos fizeram parte da sua rotina no Leão. Em 2006, após levar dois gols do Estudantes de Timbaúba, vieram os primeiros duros questionamentos e o pensamento em sair. “A torcida caiu matando em cima de mim. Toda a vez que eu pegava na bola, vaiavam. Fui muito criticado, perdi a posição e lembro que fiquei muito triste. Meus filhos e minha esposa estava tristes. Pensamos, sim, em deixar o clube”, disse o goleiro. “Lembro que saí chorando com os meninos (do jogo contra o Estudantes), dissemos que não daria mais, mas ele perseverou. Mas pensamos em realmente parar. Como família não estávamos aguentando tanta pressão”, lembra Marilu.

2008: sondagem da Europa
Magrão vivia o seu auge no Sport. Tinha acabado de ser campeão da Copa do Brasil e, assim como boa parte do elenco, estava valorizado. A proposta que mexeu com o goleiro veio do Rayo Vallecano, da Espanha. “Houve uma conversa com um empresário e um diretor do clube. Cheguei até a acertar as bases salariais e tudo. Mas depois o presidente da época achou melhor contratar um goleiro espanhol”, conta Magrão. “Nós tínhamos uma Libertadores pela frente. Fizemos um esforço grande, o negócio da Espanha não avançou e ele renovou por mais uma temporada conosco”, disse Guilherme Beltrão, diretor do Sport naquele ano de 2008.

2010: Magrão por três
O Sport estava rebaixado à Série B. Durval estava de malas prontas para deixar o Sport e ir para o Santos. O zagueiro foi e, por muito pouco, Magrão não foi junto. “Um dirigente de lá me ligou, chegou a oferecer um contrato, a fechar comigo questão de salários”, lembra o goleiro. “Falei com Givanildo Oliveira, na época o treinador, se ele poderia me ajudar na questão. O Santos ofereceu Fábio Costa, Ávalos e mais um jogador. O Sport acabou não aceitando. E não fiz tanta questão de brigar para liberar até porque nessa época eu estava muito feliz aqui e não tinha mais motivo para sair”, recorda Magrão.

2013: a política
Magrão recebeu convite para disputar vaga na Câmara dos Deputados. Filiou-se ao PSB por volta de setembro daquele ano. O contrato com o Sport terminaria no fim do ano. O goleiro demorou a ser procurado pela diretoria e chegou a dar uma entrevista comentando que o jogo contra o Paysandu, pela Série B, poderia ter sido o seu último na Ilha do Retiro. “O clube estava interessado em Tiago Cardoso e o goleiro reserva seria Fernando Henrique. Essa renovação foi bancada, digo sempre porque tenho um relacionamento, por Gustavo Dubeux”, conta Guilherme Beltrão. O presidente na época era Luciano Bivar.

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