Futebol Nacional

OPINIÃO

Coluna de Fred Figueiroa: 'O primeiro nó do Nordestão'

Colunista do Superesportes fala sobre o próximo campeonato regional

postado em 11/10/2018 11:05

Lucas Figueiredo/CBF
Dos quatro nós que a Copa do Nordeste precisa desatar para se viabilizar minimamente em 2019, o primeiro foi parcialmente desfeito ontem com a divulgação (ainda extraoficial) do calendário de jogos em 12 datas. A informação foi apresentada pelo jornalista Vitor Villar, do jornal Correio 24 Horas (BA) e do Podcast 45 Minutos. Considerei a solução apenas parcial por não ter conseguido contornar os dois principais problemas da edição 2018 em relação ao calendário: O fatiamento da tabela - criando um longo período entre as fases - e a disputa paralela ao Campeonato Brasileiro. São aspectos que minam o interesse geral na competição, que acaba saindo do foco dos principais clubes e, consequentemente, perde espaço na mídia. É um ciclo corrosivo difícil de ser quebrado com a ausência da transmissão e cobertura da Rede Globo e, desta vez, sem o suporte decisivo do Esporte Interativo na TV fechada. Mas este é um outro nó, ainda sem solução.

O único avanço 

Mas há ao menos um avanço no calendário de 2019: Desta vez a Copa do Nordeste não entrará também no período de paralisação das séries A e B para a disputa da Copa América - sediada no Brasil. Este ano, talvez você nem tenha percebido, as finais aconteceram durante a fase decisiva da Copa do Mundo - desprezadas pelo grande público, exceto, naturalmente, pelas torcidas dos clubes diretamente envolvidos. Ano que vem, entretanto, o último jogo do regional está previsto para o dia 28 de maio. Nesta semana, o Campeonato Brasileiro estará em sua 7ª rodada. O que ainda permite aos clubes dividirem suas atenções sem maiores danos físicos e técnicos imediatos. Mas só será possível medir isso com a soma de eventuais campanhas na Copa do Brasil e - caso alguma equipe consiga a vaga - Sul-americana. A absurda maratona que Sport e Bahia foram submetidos em 2017 e 2018 (chegando a disputar cinco competições simultâneas) pode se repetir mais uma vez - seja para o Bahia ou o Ceará, clubes que têm uma chance minimamente real de conseguir disputar o torneio continental.

Ajustes e sacrifícios 

Para garantir este avanço, a Liga do Nordeste definiu que as fases finais do regional serão semelhantes às do Campeonato Pernambuco. Ou seja, quartas e semifinal em jogo único. Entre essas duas fases haverá um intervalo de um mês. Depois serão mais 15 dias até a disputa dos dois jogos finais. Outro ajuste necessário foi na pré-temporada, novamente sacrificada, com apenas 13 ou 14 dias. Para os clubes que só disputarão o estadual - caso do Sport, por exemplo - serão mais 4 ou 5 dias de preparação. Foi acertado ainda que as equipes de Pernambuco e da Bahia só disputarão o regional no meio de semana, já que as federações dos dois estados têm contrato de transmissão com a Globo. Inevitavelmente existirão semanas em que os times, mais uma vez, terão que atuar três vezes.

Os outros três nós 

A definição do calendário deve acelerar as negociações para definir outros cenários que seguem abertos: Transmissão na TV fechada, cotas de patrocínio e a participação do Bahia. O Tricolor tem até novembro para confirmar sua presença e o presidente Guilherme Bellintani já deu uma série de sinais que pode seguir o caminho do Sport e desertar. No momento, o Bahia estuda as possibilidades para o início da próxima temporada, entre elas, uma possível negociação da transmissão dos seus jogos no pay per view - alternativa que pode ser estendida aos outros cinco grandes clubes do torneio (Vitória, Santa Cruz, Náutico, Ceará e Fortaleza). Caso não se viabilize essa negociação, a chance de saída do Tricolor ganha mais força - inclusive com a definição do calendário invadindo a Série A. Caso isso aconteça, a vaga ficará com a Juazeirense, terceiro clube de melhor ranking na Bahia e que, inclusive, chegou a disputar a fase classificatória para o torneio e foi eliminada pelo Salgueiro.