Presidente do Náutico comenta polêmicas

Vivendo o período mais conturbado de sua gestão, o presidente Glauber Vasconcelos concedeu, na manhã desta sexta-feira, uma entrevista aos repórteres que acompanham a rotina do Náutico. A coletiva, convocada pelo próprio dirigente, teve como objetivo unificar o discurso em torno de assuntos polêmicos que compõem a crise alvirrubra. Adotando um tom amigável, o mandatário tentou justificar pontos como o atraso do pagamento da folha do elenco e dos funcionários e a necessária qualificação da equipe.

Salários atrasados
"Acabamos de quitar o mês de maio. Nossa dívida atual é referente ao pagamento do salário e do direito de imagem de junho. Hoje (25), completamos 15 dias de atraso do salário e cinco da imagem. Mas esse problema não é uma exclusividade do Náutico. Em Pernambuco, tem outros clubes mais atrasados que a gente. No cenário nacional, saiu uma notícia de que o São Paulo está com três meses de atraso de imagem. O Botafogo também está sofrendo com isso…"

obs.: segundo o clube, os salários dos demais funcionários do clube são pagos junto com o do elenco.

Demora na regularização dos reforços
"Não deixamos de regularizar os reforços por falta de recurso, como foi divulgado. O problema é que estamos negociando os contratos com mais cautela. Para evitar problemas como a saída de Zé Mário, por exemplo, quando não houve muito o que pudéssemos fazer para evitar. Por isso, todo contrato passa na mão do jurídico. Até pra resguardar o clube. Teve determinado jogador que, nas entrelinhas, dizia que no sexto jogo o salário dele deveria ser dobrado. Se não tivéssemos visto isso… Outro, exigia nas enrtelinhas que fosse liberado sem ônus mediante o surgimento de praticamente qualquer proposta."

Falta de patrocínio
"Surgiu uma informação numa reunião do Conselho dando conta que o clube estaria em dia com as Certidões Negativas de Débito (CNDs) e que, assim sendo, poderíamos pleitear o patrocínio da Caixa Econômica Federal. Fomos tentar este acerto, juntamente com o senador Humberto Costa, mas constatamos que não tínhamos todas as CNDs. Mas é importante ressaltar que não ficamos deitados em berço esplêndido. Fizemos contato com 46 empresas e ouvimos sempre que os investimentos deste ano haviam sido direcionados para a Copa do Mundo. Passada a Copa, tem a eleição. Fizemos um trabalho forte junto à Fiat, que me pediu uma proposta dos três clubes. Isso foi feito e apresentamos uma proposta conjunta. A proposta foi enviada à sede da Fiat, mas a recessão do setor automobilístico adiou o projeto. Talvez, para o próximo ano. Atualmente, estamos conversando com a Ambev para ter um contrato de longo termo. Até 2017. A ideia é buscar patrocínios para o Náutico, e não para a gestão. Mas vamos receber  um grande a visita de uma grande empresa na próxima semana e estamos torcendo que dê certo. Se fechar, vai embelezar a camisa."

Auditoria das contas
"A primeira empresa que entramos em contato declinou a proposta e apresentou suas justificativas em seu site. Agora, entramos em contato com outra grande empresa. Mas, devido à dificuldade da compreensão dos documentos, atrasou um pouco. Mas o processo está quase concluído e o resultado será apresentado na próxima reunião do Conselho. Uma vez apresentado, publicaremos os balanços no site do clube."

Isolamento político
"Nós, que estamos no clube, estamos abertos a qualquer pessoa que queira colaborar conosco. Independentemente, de que lado esteja. Estamos juntos pelo Náutico. Convido qualquer liderança que queira participar da gestão a vir e nos ajudar. Não existe arrogância ou prepotência. Américo Pereira tem nos ajudado. Tenho perturbado ele demais. Ele foi conosco para o Rio e nos ajudou com um financiamento. Aqui não existe um partido ou um grupo, mas o Clube Náutico Capibaribe. Quem conhece meu perfil pessoal sabe que não tenho qualquer pretensão de mandar sozinho no Náutico."

Erro na escolha da primeira diretoria de futebol
"A vida é parte de uma evolução. Tivemos uma diretoria que trabalhou no clube por muito tempo. Apesar da saída intempestiva, continuo tendo estima por eles. Foram campeões pelo clube e tinham experiência. Mas não custa lembrar que precisamos montar um time em 14 dias. E ainda assim, tivemos um bom desempenho no Pernambucano. Apenas apontar os erros seria injusto."