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Contra o América, Náutico mostrou alternativas táticas que podem ser trunfos nas decisões

Novos laterais permitem outra movimentação ofensiva, que pode confundir rivais

postado em 16/03/2016 15:30 / atualizado em 16/03/2016 15:30

Emanuel Leite Jr. /Especial para o Diario

Ricardo Fernandes/DP
A vitória sobre o América lavou a alma dos alvirrubros. O resultado de 5 a 0 não só foi a maior goleada do Campeonato Pernambucano 2016, como também foi o placar necessário para que o Timbu reassumisse a liderança do Estadual. Entretanto, não foi apenas a volta ao topo da competição, que o Náutico tanto almeja conquistar, que ficou de nota positiva da partida frente aos americanos na última segunda-feira. A boa atuação da equipe alvirrubra - técnica e, especialmente, taticamente - ficam como registro para o futuro próximo. Com novas peças, como nas duas laterais e com um novo centroavante, o time apresentou movimentações que podem servir como armas para a reta final decisiva do Pernambucano. Aspectos que podem ser aprofundados nesta quinta-feira, no estádio Lomanto Júnior, contra o Vitória da Conquista, pela Copa do Brasil.

O sistema tático é o mesmo. Desde a reta final da Série B do Campeonato Brasileiro passado, o técnico Gilmar Dal Pozzo conseguiu dar liga ao time do Náutico a partir da moldura do 4-2-3-1. Isso segue imutável. Mas o esquema é tático e não estático. Futebol é um jogo de ocupação de espaços, que é obtida através da movimentação das peças no tabuleiro que é o gramado. Diante do América, o Timbu apresentou novos elementos neste campo de batalha e consolidou outros que haviam sido apresentados frente ao Sport. Alguns princípios de jogo que podem representar cartas na manga de Dal Pozzo para a fase decisiva do Campeonato Pernambucano.

Toda a mudança estrutural só foi capaz a partir das entradas de Walber (que fez seu segundo jogo como titular pela lateral direita) e Henrique (que estreou pelo alvirrubro na segunda-feira, graças à suspensão do lateral esquerdo Gastón). Com estes dois laterais, Dal Pozzo operou alguns ajustes táticos que deram muito mais mobilidade ofensiva ao time do Náutico, além de permitir o preenchimento do meio de campo defensivo adversário - a tal ocupação de espaços.

Com Walber dando mais profundidade na lateral direita, o treinador transferiu Rony para o lado esquerdo do meio de campo ofensivo, trazendo Caíque para a direita. Enquanto Caíque dava a cobertura para o apoio de Walber, Rony garantia a profundidade pela esquerda e permitia a entrada em diagonal de Henrique, criando superioridade numérica no setor do meio de campo, sendo um homem a mais para tabelas e triangulações.

No centro do ataque, Thiago Santana foi o escolhido em detrimento de Daniel Morais. É verdade que o novo centroavante titular foi incapaz de marcar o seu gol em uma noite em que três jogadores alvirrubros desencantaram. Mas, como Thiago não fica tão fixo na frente, o setor ofensivo recuperou a mobilidade ofensiva perdida desde a lesão de Bergson. Com ele em campo, Rony - elemento mais incisivo e agudo do ataque timbu - deixou de ser alvo fácil da marcação adversária pelo lado direito. Isso porque os dois alternavam de posição, confundindo o sistema defensivo oponente e permitindo a penetração dos meias Renan Oliveira e Caíque.

Foi apenas um jogo. Contra um adversário tecnicamente bastante inferior. Mas é indiscutível que o Náutico, em ritmo de treino, aproveitou o jogo com o América para aprimorar alguns princípios estruturais que podem vir a se tornar alternativas importantes em momentos mais agudos do Estadual. E o jogo com o Vitória da Conquista, amanhã, pode ser mais uma boa oportunidade para que o time aprimore estas novas dinâmicas de jogo.