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Superesportes visita Gileno de Carli e encontra uma série de problemas estruturais no estádio

Espaço no Cabo de Santo Agostinho pode ser utilizado pelo Náutico no início da próxima temporada enquanto os Aflitos não tem reforma finalizada

postado em 30/11/2017 07:54 / atualizado em 30/11/2017 09:04

No papel, o Gileno de Carli está pronto para receber a equipe do Náutico - o clube negocia atuar no estádio do Cabo de Santo Agostinho enquanto a sua casa, os Aflitos, não fica pronta. O último laudo, emitido em agosto de 2016 e com validade de dois anos, indica que a condição estrutural era "satisfatória", tanto que foi liberado para a disputa da Série A2 do Campeonato Pernambucano deste ano. Mas não é bem assim. Nesta quarta-feira, a reportagem do Superesportes visitou o estádio e constatou que boa parte das obras consideradas necessárias para a liberação do estádio não foram finalizadas.

Para uma melhor compreensão, é necessário dispor os fatos em ordem cronológica. Uma vistoria em junho de 2016, com o intuito de avaliar a condição do estádio para receber jogos da Série A2 do Estadual, listou uma série de reparos que deveriam ser realizados. Os problemas eram muitos. Placas quebradas e ausentes nas canaletas ao redor do estádio, ferragens expostas, cupins nas madeiras de telhados, rachaduras em paredes, cobertura das arquibancadas danificadas, buracos nos alambrados e no forro das cabines de imprensa. 

Em tese, tudo seria consertado para a disputa da divisão de acesso do Campeonato Pernambucano do ano passado. Outra vistoria realizada em agosto de 2016,  pela Secretaria de Serviços Públicos do Cabo de Santo Agostinho, município do Grande Recife, atestou que as obras estavam em andamento. O laudo apontou que a conclusão dos serviços deixaria o estádio preparado. Mas não foi o que aconteceu.
 
Muitos problemas estruturais listados não foram solucionados. As placas que deveriam cobrir as canaletas de escoamento de água seguem quebradas - muitas estão faltando. As madeiras que sustentam o telhado do setor médico ainda estão infestadas de cupim. 

Houve ainda alguns reparos feitos de forma improvisada. O forro das cabines de imprensa, por exemplo, foram fixados com pedaços de arame. Há grandes rachaduras nas paredes e no chão.

Além disso, alguns poucos reparos realizados, como o caso das telhas das arquibancadas, já voltaram a apresentar problemas, como telhas soltas e em falta pela ação do vento.
 
Julio Jacobina/DP

Resposta da prefeitura do Cabo

Ouvido pelo Superesportes, o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, revelou detalhes do acerto com o Náutico para a utilização do Gileno de Carli. “O Náutico nos procurou para ceder o estádio e eu disse que não tinha problemas, desde que eles recuperassem o gramado e pegassem as contas de energia.” 

Porém, desconversou sobre as obras estruturais que constam em laudo como prontas, mas que não foram realizadas. “O jogo (entre Náutico e Itabaiana) ainda é em janeiro. Isso é simples. Com oito dias eu faço. Isso é coisa simples de fazer. Essas placas de fora do estádio e o que tiver que fazer, nós vamos recuperar, assim como a iluminação”, pontuou.

Cabral seguiu minimizando os outros problemas encontrados. “Não se apegue com essa rachadura. Não se preocupe. Eu garanto que faço. O problema é o gramado, que não presta”, disse.

O que diz FPF

Apesar de ser o órgão responsável pela organização do futebol no estado, a Federação Pernambucana de Futebol alega que a responsabilidade pelas vistorias referentes à condição estrutural é da prefeitura. “Desde a legislação mais recente, a Federação só faz a vistoria do gramado. A lei retirou essa obrigação da Federação. Era até um trabalho ruim para a gente, porque não temos técnicos e era preciso contratar esses especialistas", alegou o presidente Evandro Carvalho.

"Qualquer estádio hoje tem que cumprir um rito técnico de laudos. São cinco laudos, todos com o poder público. Não podemos responder sobre isso, porque não passa pela federação”, acrescentou.

Confira o último laudo com vistoria do estádio