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Geração do primeiro título do Náutico: novos alvirrubros comemoram taça do Pernambucano

Eduardo, Pedro, Alice e Melissa, torcedores de 13 anos, 12 anos, cinco anos, e dois meses, viram o time campeão pela primeira vez após longo jejum sem taças

postado em 09/04/2018 09:00 / atualizado em 09/04/2018 09:05

Peu Ricardo/DP
Fome. Fome de grito. Grito de gol. Gol que sela: "Náutico campeão pernambucano". Surpresa. Surpresa de alegria. Alegria de quem já nasceu "vencedor". Esse é o contraste entre as gerações de jovens torcedores alvirrubros. Uns, que, aos 13 anos, estão famintos, pois nunca tinham visto o time do coração ganhando um título. Outros que, aos 2 meses de idade, já estão se esbanjando no momento histórico do clube que um dia virão a se apaixonar. O fato é que acabou! É o fim do jejum de quase 14 anos sem títulos estaduais! São gerações diferentes postas em pé de igualdade, unidas pela felicidade de presenciar o Náutico levantando o tão esperado troféu.

Eduardo Andrada tem 13 anos e é um dos torcedores que esperou a vida inteira para ver o clube conquistando um título. Ontem, na vitória alvirrubra sobre o Central por 2 x 1, ele pôde soltar o grito aliviado de "campeão" pela primeira vez. "Sensação indescritível. Já vi o time chegar perto de ser campeão várias vezes, sempre batendo na trave. Esse longa fase do Náutico 'morrendo na praia' me deixava triste, mas nunca me fez perder a fé. Agora, chegou a hora. O meu Timba é campeão e, este ano, ainda vai brilhar muito", disse entusiasmado.

Melissa Soares também presenciou o primeiro título da sua vida, porém, em um contexto bem diferente. Com apenas dois meses de idade, a garotinha já nasceu campeã. Os pais, o fotógrafo Luiz Carlos e a representante farmacêutica Karina Soares, acreditam que a quebra de jejum do Náutico no ano de nascimento da filha será marcante. "Mel já chegou dando sorte. Acredito que esse título vai marcá-la pro resto da vida. Sempre que ela olhar pra trás, quando estiver maiorzinha, vai lembrar 'o Náutico estava sem título e no ano que eu nasci, a o título chegou", comentou, orgulhoso, o paizão Luiz, alvirrubro apaixonado desde a infância.

E, na família Soares, não é só Melissa que vive um fato inédito como torcedora do Náutico. A surpresa é em dose dupla, já que a sua irmã Alice Soares, de 5 anos, também está na sua primeira vez vendo o Timbu levantar um troféu. "Estamos felizes, porque as meninas viveram esse momento. Luíz introduziu essa paixão na família, e, hoje, o time nos une bastante. Desde que Alice tinha 3 anos, nós a levamos ao estádio. Em breve, estaremos levando Melissa e iremos os quatro", comentou a mãe Karina. "Hoje, a minha família é um reflexo do amor que eu desenvolvi durante toda a minha vida pelo Náutico", completou Luíz.
Shilton Araujo/Esp.DP

De pai para filho

A geração primeiro título não pára por aí. A alegria transborda também transborda na família Brayner, cujo vínculo com o Náutico vai além da torcida. O adolescente de 12 anos Pedro Brayner explica: "Eu comecei a torcer pelo Náutico quando eu era muito pequeno. Entrava sempre no campo com os jogadores. Com o incentivo e influência do meu pai, que já foi atleta de futsal do clube, desenvolvi essa paixão pelo time. Hoje, o amor pelo Náutico me faz feliz", disse. É isso mesmo, o professor de Educação Física Patrick Brayner, aos 45 anos, é tetracampeão pernambucano, campeão juvenil de futebol de campo da categoria de base, técnico da mesma alguns anos depois, além de acumular importantes conquistas nacionais de futsal, todas pelo Náutico.

Olhando para todo o seu amor e trajetória no clube, Patrick, emocionado, descreve o sentimento único de saber que, pela primeira vez, Pedro pode comemorar um título alvirrubro. "O Náutico foi uma casa pra mim. Vivi durante treze anos da minha vida lá. Agora tenho mais uma alegria: ver nos olhos do meu filho a felicidade de gritar 'é campeão! Pedrinho é muito mais Náutico do que eu, e esse é um momento mágico e inesquecível para nós dois e um dos mais emocionantes da minha vida", vibrou Patrick, que, além de ex-atleta e ex-técnico da base do Timbu, é amigo de infância do treinador Roberto Fernandes.
Shilton Araujo/Esp.DP

Valeu a pena

Depois de acompanhar boa parte dos jogos do time em 2018, Eduardo Andrada destacou a gana do time como fator primordial da boa campanha do clube no Estadual e defendeu que é feliz por ser alvirrubro. "A raça foi o grande diferencial para fazer com que o Náutico chegasse até essa final no Estadual. Simpatizo muito com Náutico; vale a pena ser torcedor do único hexacampeão de Pernambuco", disse o jovem, que tem como maior ídolo o ex-jogador alvirrubro, Kuki.

Eduardo explicou ainda que apenas ele e o seu pai torcem para o time da Rosa e Silva, destacando que o restante de sua família torce para o rival Sport. "Apesar de a maioria dos meus parentes serem torcedores do Sport, eu e meu pai sempre fomos apaixonados pelo Náutico. Nunca perdi a fé no Náutico, mesmo quando o clube estava em seus piores momentos", enfatizou Eduardo.

Alívio. Alívio de descanso. Descanso de uma aflição que chegou ao fim. Depois de 13 anos, o Clube Náutico Capibaribe ergue o taça do Campeonato Pernambucano, quebra a "maldição" do jejum, chega vivo à praia e marca para sempre gerações de alvirrubros que jamais esquecerão o apito final do dia 8 de abril de 2018, selando o título do alvirrubro campeão pernambucano.