O Recife vermelho e branco

Olha aquela bandeira na varanda do prédio, ou as quatro bandeirinhas nas janelas do carro. Veja aquela camisa vestindo a criança no colo do pai, ou a flâmula ao lado do motorista daquele ônibus. Presta atenção naquela faixa de campeão exibida com orgulho pela senhora. Quanta gente fazendo questão de dizer que torce pelo Náutico. Quanto orgulho. Um dia após a conquista do título de campeão pernambucano de 2018, o torcedor alvirrubro ocupou as ruas do Recife nesta segunda-feira. Uma compreensível esticada na comemoração. Gente por toda a parte, de toda a parte. Gente de todas as idades. Gente feliz como o aposentado Cristóvão Bezerra, de 62 anos, que logo cedo estava desfilando pelas ruas do Espinheiro com uma camisa do Timbu.

“É a segunda camisa. A que usei ontem era outra”, disse, garantindo que vai continuar usando vermelho e branco nos próximos dias. “Tenho outras camisas”, advertiu. Cristóvão foi um dos 42.352 torcedores que viram, no domingo, a história ser escrita na Arena de Pernambuco. “A gente foi para o jogo com a emoção aflorada. A impressão é que não tinha como dar errado”, opinou. Para ele, o título de domingo foi o segundo mais emocionante que ele lembra. “O de 2001 foi ainda mais emocionante”, cravou.

É para aproveitar o êxtase de Seu Cristóvão e de outros tantos alvirrubros que muitos ambulantes andam vendendo faixas de campeão. As de melhor qualidade custam, em média, R$ 10. Há também uma versão mais popular, a R$ 5. É o caso, por exemplo, de Jackson Francisco da Silva, 40 anos, e de Antônio Severino de Souza, 33 anos, que estão em dois pontos pontos diferentes da cidade, mas ambos próximos do estádio dos Aflitos.

“As faixas estão saindo bem”, garantiu o rubro-negro Jackson. “Mas achei que seria melhor”, ponderou. Opinião compartilhada pelo tricolor Antônio Severino. “Se o campeão tivesse sido o Santa Cruz ou o Sport, venderia mais.”