
E entre histórias e recordações das campanhas, a certeza de que caso a taça venha dessa vez, será sim motivo para de festa e orgulho. Mesmo sendo referente a uma Série C. “Não existe herói na derrota, só na vitória”, resumiu Ivan Brondi, vice-campeão em 1967.
1967 - Vice em um Maracanã alagado

Na decisão, o Timbu encarou a “academia” do Palmeiras, de Ademir da Guia, que havia sido eliminado pelo próprio Náutico em 1966. Após derrota no primeiro jogo, na Ilha do Retiro, por 3 a 1, os alvirrubros mostraram força ao calar o Pacaembu com uma vitória por 2 a 1, levando a disputa do título para uma terceira e derradeira partida. No Maracanã.
“Aquele foi um momento de muita euforia. Até os torcedores de Sport e Santa Cruz iam aos nossos jogos nos prestigiar. Jogávamos sempre com a Ilha do Retiro lotada. E todo mundo torceu para o Náutico naquela final. Lembro que a diretoria do Palmeiras ofereceu a renda da terceira partida ao Náutico para que ela fosse jogada também em São Paulo, mas o nosso presidente Wilson Campos não aceitou e optou por cumprir o regulamento”, recordou Ivan, um dos craques do Náutico, que tinha também nomes como Salomão, Nino e Lala.
“Mas choveu muito no Rio de Janeiro. Se cogitou até adiar a partida. E isso atrapalhou bastante o nosso time. Aquele clima não combinou com a gente porque tínhamos uma equipe mais leve e o Maracanã estava praticamente alagado. Fizemos uma grande campanha, que infelizmente não foi coroada com o título. É muito difícil dizer o que aconteceria se o campo estivesse em condições melhores. Mas com certeza nossas chances seriam maiores”, lamentou.
Sobre a final de 2019, Ivan Brondi, que foi presidente do Náutico em 2016 e 2017, se mostra otimista quanto ao título. “Sem menosprezar o adversário, mas vejo o Náutico com ampla possibilidade de vencer. Só fica marcado quem ganha. Não importa a divisão”.
A campanha
11 jogos
5 vitórias
2 empates
4 derrotas
1988 - Frevo na volta pra casa

“O objetivo maior era colocar o Náutico na Série A e nós conseguimos. Mas também queríamos ser campeões. Aquela final foi levada a sério por todos no clube”, recordou o ex-meia Augusto, que atualmente mora na cidade de Paulista e está desempregado. “Como havíamos conquistado o acesso dias antes contra a Ponte Preta, em Mogi Mirim, não voltamos para o Recife. Ficamos em São Paulo direto para a final”, recordou.
Na decisão, após um 0 a 0 no primeiro tempo, a segunda etapa foi eletrizante, com a Internacional abrindo o placar aos 15 e o Náutico empatando dois minutos depois, com o atacante Newton. Porém, aos 37, após falha da defesa, os donos da casa construíram a vitória por 2 a 1. No entanto, o vice campeonato não diminuiu a festa da torcida alvirrubra, que recebeu o elenco com muito frevo no aeroporto dos Guararapes.
“Na verdade foi uma festa acumulada pelo acesso e também um reconhecimento do nosso trabalho. O Náutico disputou a Série A em 1989, 1990, 1991, 1992, 1993 e só foi cair em 1994. Já a Inter de Limeira foi rebaixada dois anos depois”, cutucou Augusto.
Assim como Ivan Brondi, o ex-meia timbu também torce pelo título da Série C. E reforça a importância da conquista inédita. “Todo título é importante. Acho que não tem favorito. O Sampaio também tem uma boa equipe. Mas confio muito e torço pela conquista do Náutico. Se o time mostrar a mesma vontade que vem mostrando e com a força da torcida, acredito que essa primeira conquista nacional pode chegar dessa vez”, encerrou.
A campanha
29 jogos
15 vitórias
5 vitórias nos pênaltis*
3 empates
6 derrotas
*Naquela edição do Brasileiro, as partidas que terminavam empatadas iam para os pênaltis valendo um ponto extra para o vencedor da disputa
