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Além da parte tática: gestão do elenco faz trabalho de Claudinei Oliveira no Sport crescer

Técnico adota discurso de valorização de cada jogador e motiva grupo

postado em 05/06/2018 08:25 / atualizado em 05/06/2018 14:01

 Paulo Paiva /DP
O sucesso do Sport neste início de Série A está atrelado também ao que acontece fora de campo. Ao mesmo tempo em que ajustou o time taticamente, o técnico Claudinei Oliveira pregou uma gestão de elenco que ajuda o Rubro-negro a superar problemas como o atraso no salário para disputar as primeiras posições e avançar na intenção de se distanciar da zona de rebaixamento o quanto antes. Essa postura do comandante pode ser resumida em uma palavra: valorização. O treinador sempre procura dar sequência ao time titular e ressaltar o papel de cada atleta. Com isso, dá confiança pela sequência. E, quando é obrigado a fazer mudanças, adota o discurso uníssono de exaltar quem entra.

O grande exemplo veio na última rodada. Sem poder contar com cinco jogadores, entre eles os titulares Ernando e Anselmo, o treinador sequer perdeu tempo lamentando, por exemplo, a saída do principal jogador e capitão do time. Pelo contrário. Concentrou-se em exaltar o papel de quem entraria em campo diante do Internacional. No caso, os substitutos foram Durval e Deivid. “Vamos valorizar aqueles que estão entrando, que estão treinando firmes no dia a dia. A gente confia em que está entrando”, costuma dizer o treinador. No fim, um ponto importante foi conquistado com 0 a 0 no placar diante dos Colorados.

Com essa postura, Claudinei Oliveira também opera outro pequeno milagre. Antes da chegada do treinador, o elenco do Sport era visto como fadado ao fracasso depois de não render durante todo o início de temporada. Até agora, porém, o técnico teve apenas três reforços para a Série A: o volante Deivid, o meia Michel Bastos e o atacante Rafael Marques. Desses, apenas o último é titular no momento. Ainda assim, consegue fazer um trabalho acima das expectativas colocando o discurso em prática de reconhecer a importância de cada jogador em um grupo que não foi formado por ele.

Para o duelo contra o Atlético-PR, às 21h de amanhã, na Ilha do Retiro, o treinador também voltará a ter problemas para escalar a equipe apesar dos retornos dessas peças que ficaram ausentes contra o Internacional - com exceção do lateral Cláudio Winck, que ainda se recupera de lesão muscular. Com o lateral Sander, suspenso, terá que optar pelo prata da casa Evandro, que não atua desde o ano passado, ou convencer Michel Bastos a voltar à posição em que começou a carreira. Outra escolha pode ser a improvisação de Raul Prata, abrindo espaço para que Deivid jogue como lateral direito. 

A sequência

O trabalho de valorização do elenco também se vê no lado contrário: o de quem ganha sequência. Nesse caso, o volante Fellipe Bastos é um grande exemplo. Após se machucar na estreia e depois fazer jogos questionados pela torcida, o atleta seguiu na equipe de Claudinei Oliveira e hoje se vê em melhor condição. Para isso, credita, em primeiro ponto, o trabalho do técnico.

“Trabalho e confiança de Claudinei (para a evolução). Ele me passa muita confiança. Sempre trabalhei muito e busquei o meu espaço, sempre respeitando os companheiros que estavam jogando. Sabia das minhas limitações e que precisava melhorar. Trabalhei bastante nisso. Vejo também bastante vídeo. Eu venho numa crescente. É normal que, quando você ganha uma sequência de jogo, tenha uma evolução. Espero continuar melhorando e ajudando o Sport.”