Um dos pontos polêmicos da saída da gestão do presidente Arnaldo Barros foi a decisão de retirar o Sport da Copa do Nordeste a partir deste ano. Mais uma vez, o gestor voltou a tocar no tema durante entrevista coletiva nessa terça-feira, no CT do clube. Agora, mostrou-se mais incisivo ao explicar as razões que o fizeram escolher pela saída do Rubro-negro. Ele apontou que a Liga do Nordeste comandada por Alexi Portela colocou o canal Esporte Interativo, que saiu da grade da TV paga, “debaixo” do braço e dificultou a chegada de novos parceiros. Além disso, voltou a garantir que a competição é deficitária financeiramente. Mais. Só a apoiará com uma mudança de formato de disputa que também não prejudique a condição física dos atletas. Confira abaixo o que Arnaldo Barros abordou sobre o tema.
Calendário
Pouca verba
“Eu trabalho contra você ter esse sacrifício todinho e o campeão ter R$ 3,5 milhões. Falam que a Copa do Nordeste é um mar de dinheiro. Onde está este dinheiro da Copa do Nordeste que veio para o Náutico? Onde está este dinheiro que veio para o Santa Cruz? Onde está este dinheiro que veio para o Salgueiro? Onde está para os demais clubes? Eu não sei se isso é suficiente ou necessário e eu respeito a decisão de cada clube até porque sei como é difícil administrar um clube porque eu administro um. O que eu sei é que o que se remunera é deficiente. Ela é deficitária para o clube. É deficitária financeiramente e esportivamente, na medida que você submete o elenco a uma quantidade de deslocamento para jogos que chega a ser desumano.”
Outros parâmetros e críticas à gestão
“Eu defendo a Copa do Nordeste, mas defendo em outros parâmetros. Eu defendo com Séries A e B, com clubes classificados pelo ranking. Eu defendo a Copa do Nordeste com mais de um parceiro no que diz respeito à aquisição de direitos. Temos que oferecer a Globo, a Record, aos outros. Tudo isso desagrada a atual gestão da Copa do Nordeste, que botou o Esporte Interativo debaixo do braço. Era esse ou não.”
Esporte Interativo
“Eu cheguei a apresentar ao Esporte Interativo para saber: ‘quais restrições que vocês querem para qualquer outro emissora. Me diga. Coloque aqui o que vocês querem que eu vou procurar parceiros para injetar recursos aqui e aumentar o ganho dos clubes para a gente ter um maior leque de opção. Não, não interessa. Tem que trazer para mim.’ Foi esse o problema. Eu vi, me perdoe a expressão, um incauto, um inadvertido, falar, quer dizer, falar não… eu tenho que me policiar... Usar o microfone, para usar um termo fleumático, para dizer que determinada emissora estava dentro do Sport e foi por isso que o Sport saiu da Copa do Nordeste. Perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado. Há uma máxima que diz: quando você está calado e está com receio de falar para não pensarem que você é imbecil, às vezes, é melhor você ficar calado para manter a dúvida do que abrir a boca e tirar a dúvida das pessoas.”
Decisão de saída tem apoio do Conselho
“O Sport é muito grande. O Sport tem autonomia. O Sport é baseado em princípios comerciais, em princípios lógicos da administração. No dia que saiu da competição, saiu com absoluta convicção. Alguém diz que eu tomei a decisão monocraticamente. Eu tomei essa decisão com o Conselho (Deliberativo). Eu apresentei os números. Está lá. Tem três páginas de ata.”
Sem pretensões políticas
“Agora é quero dizer o seguinte. O Sport está fora da liga. Eu trabalho 12 a 14 horas por dia. Eu tenho compromissos com o Sport e com meu escritório e a pessoa chegar para dizer que estou articulando para dizer que sou presidente da Liga. Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! Isso foge ao mínimo de critério. Eu não tenho a menor pretensão em ocupar qualquer cargo seja na Liga, seja na Federação, seja na CBF, seja em qualquer entidade. As minhas energias estão únicas e exclusivamente voltadas para minha família, para o Sport Club do Recife e para meu escritório de advocacia.”