Como volantes que não estavam na Série A ajudaram a melhorar desempenho do Sport

As chegadas de Jair e Marcão ao Sport  foram no apagar das luzes. A dupla aportou na Ilha do Retiro já na reta final de contratações da temporada, em um momento de forte pressão com a queda de rendimento do clube na Série A. Dentro desse contexto ruim, eles estrearam juntos no empate em  0 a 0 com o Cruzeiro, na Ilha do Retiro, pela 24ª rodada. Marcão como titular. Jair no decorrer do confronto. De maneira surpreendente, começaram a dar uma maior consistência no setor que estava sendo um dos grandes problemas do Leão desde a saída de Anselmo. Já no duelo seguinte, na derrota de 2 a 1 para o Corinthians, viraram a dupla de volantes titular que, mesmo com o momento de pressão e chance real de rebaixamento, tem se livrado das críticas. Uma solução que provoca a pergunta: como dois jogadores que estavam distantes dos holofotes conseguiram se adaptar rapidamente na Série A?

A parceria na proteção de defesa é uma herança da rápida passagem de Eduardo Baptista no Sport, que durou apenas 40 dias, e ganhou continuidade com Milton Mendes. Na ocasião, o antigo treinador indicou Marcão. O atleta de 27 anos estava no Cuiabá, que disputou a Série C do Brasileiro e conseguiu o acesso. Antes, havia participado do Campeonato Paulista pelo Linense, quando chamou a atenção do antigo comandante. A indicação veio no momento de mercado restrito quando o Leão já não podia contratar mais peças de clubes da Série A e não tinha verba em caixa para apostar em reforços de um patamar financeiro maior. 

Com isso, ver Marcão vestir a camisa do Sport foi um ato que gerou desconfiança por parte da torcida. Em parte, por saber que o jogador também carregava um rebaixamento à Série B no currículo. No ano passado, ele disputou 22 jogos da campanha do Atlético-GO, que acabou como lanterna. No início, foi titular. No fim, era reserva. No currículo, ele ainda acumula passagens por times de menor expressão que o Rubro-negro.

Em campo e no discurso, porém, Marcão ganhou espaço e confiança. “É chegar na madeira, sem aliviar”, disse, logo na apresentação oficial pelo Sport. Apesar da dureza nas palavras, o jogador tem se mostrado limpo em campo. Nos sete jogos que disputou, recebeu apenas um cartão amarelo. A promessa de pegar pesado, por outro lado, aplicou-se na entrega tática e marcação apesar da pouca técnica. 

Na última rodada, na vitória de 2 a 1 sobre o Vasco,  o técnico Milton Mendes incumbiu Marcão de um papel importante. Ciente da vocação ofensiva do lateral Cláudio Winck, deslocou o volante para atuar na marcação pelo lado direito e ajudar o Leão a sofrer menos com a exposição no setor. No fim, Winck ainda conseguiu marcar o gol da vitória. 

Mais técnico e com boa distribuição de jogo, Jair tem um papel importante na transição do jogo da defesa para o ataque complementando a função de Marcão. O volante, que também se destaca nas corridas de alta intensidade chegando a 20 km/h, segundo dados do fisiologista Inaldo Freire, veio ao Sport em uma condição diferente do parceiro. Aos 24 anos, ele já estava se destacando no Juventude. 

Defendendo a equipe gaúcha, era o maior ladrão de bolas da competição - com 50 desarmes. Destacando-se na Segundona, o atleta era monitorado pelo executivo de futebol Klauss Câmara, que já havia tentado a contratação dois meses antes do acerto oficial e o conhecia pela formação na categoria de base do Internacional.

Clubes: Nacional de Patos-MG, Boa Esporte, Criciúma, Linense, Brasil-RS, Botafogo-SP, Atlético-GO, Linense e Cuiabá

Idade: 27 anos 

Contrato com Sport: 12/2018

Jogos com Sport: 7

Clubes: Internacional, Rio Verde-GO, Boa Esporte, Veranópolis e Juventude

Idade: 24 anos

Contrato com Sport: 12/2019

Jogos com Sport: 6

2 vitórias

1 empate

3 derrotas

38,8% de aproveitamento

33,3% é o aproveitamento do Sport na Série A

Sport 0 x 0 Cruzeiro*

Corinthians 2 x 1 Sport

Sport 0 x 1 Palmeiras

Atlético-MG 5 x 2 Sport

Sport 2 x 1 Internacional

Sport 2 x 1 Vasco