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Arnaldo Barros e João Humberto Martorelli serão investigados por má gestão do Sport

Nesta terça-feira, aconteceu reunião ordinária do Conselho Deliberativo do Sport que orientou a investigação dos ex-presidentes rubro-negros

postado em 13/08/2019 23:10 / atualizado em 13/08/2019 23:21

<i>(Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press)</i>
Um clima de tensão e expectativa encheu o salão da sede social do Sport na noite de ontem. A reunião ordinária do Conselho Deliberativo do clube do mês de agosto teve como principal atrativo a apresentação do relatório de análise dos balanço do 2018. O documento elaborado por comissão especial, em suas 24 páginas, mostrou indícios de má gestão e sugeriu punições em três âmbitos. Após votação, ao final da sessão foram aprovadas por unanimidade a instalação de assembleia geral para a apuração de responsabilidade dos ex-presidentes Arnaldo Barros e João Humberto Martorelli, o afastamento de ambos do quadro de sócios e, por fim, o encaminhamento do relatório ao Ministério público de âmbito estadual e federal.
 
Logo no início da apresentação do documento elaborado pela comissão, que foi formada por cinco conselheiros do clube, sendo presidida por Etério Rodrigues e composta por Fábio Monterazo, Aristides Batista, Ivone Fonseca e João André Rodrigues, colocou-se que foi necessária a análise dos anos entre 2015 a 2018. A primeira informação detectada foi uma perda de quase R$ 85 milhões em patrimônio líquido do clube. De acordo com dados apresentados, em 2015, o clube possuía R$ 105 milhões em patrimônio, algo que foi reduzido para 20 milhões em 2018. Além disso, foram identificados mais de R$ 60 milhões de dívidas em impostos e tributos em 2018.
 
"Não temos saúde financeira para contratar uma empresa de auditoria com o escopo necessário para investigar tantos dados. Temos um contrato vigente com a BDO, uma das cinco maiores empresas de auditoria, porém nosso pacote é o básico. Eles auditam apenas o básico na nossa prestação de contas. E essa comissão se comprometeu a fazer este trabalho hercúleo e detalhado para trazer todos estes dados", salientou o presidente do Conselho Deliberativo rubro-negro, Ricardo de Sá Leitão.
 
Outros pontos colocados foram adiantamento de cotas junto à TV Globo entre dezembro de 2015 e 2016. Valores na ordem de R$ 58 milhões, algo que é proibido pelo ProFut, lei de responsabilidade fiscal do futebol, e pode trazer consequências ao clube. Também foram demonstrados indícios de adiantamentos de verbas a uma empresa, classificada como fantasma no relatório, que prestava serviço de lava-jato para o clube.

Ao fim da leitura do parecer da comissão, um dos membros do levantamento colocou as seguintes proposições que foram postas no documentos elaborado.
 
"Precisamos que se entenda o seguinte: Não temos os poderes do MP ou do Tribunal de Justiça. Não podemos quebrar sigilo bancário e nem telefônico, por isso não podemos afirmar, mas temos indícios mais que suficientes de má gestão e ou gestão temerária nos exercícios dos presidentes João Humberto Martorelli e Arnaldo Barros. Por isso, pedimos para que o Conselho analise para tomar as medidas cabíveis", disse Aristides Batista.