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Magrão comenta aposentadoria sem 'muita falta' e relata vida na Itália em meio a pandemia

Ex-goleiro tem cidadania italiana, onde vive com a família desde que saiu do Sport, e aponta problemas enfrentados com a crise de Covid-19 no país

postado em 18/04/2020 16:00 / atualizado em 18/04/2020 16:20

(Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press)
Um dos grandes ídolos da história do Sport, independentemente da maneira como foi realizada a despedida do clube, o goleiro Magrão sempre despertará boas lembranças pelos inúmeros títulos e defesas, até mesmo para os torcedores rubro-negros mais magoados com o desfecho da sua caminhada na Ilha do Retiro. Hoje aposentado do futebol, Magrão vive com a família na Itália, país onde também goza de cidadania mas que também se tornou o principal foco da pandemia de Covid-19 na Europa, contabilizando quase 173 mil casos e 23 mil mortes até a última sexta-feira (17).

Em uma entrevista via live ao perfil oficial do Consulado de Torcedores do Sport em Campinas-SP, o goleiro relatou a rotina de confinamento no país, que só deve acabar no próximo mês. “Faz tempo, e não é nem quarentena, é cinquentena. Era para ter acabado em 3 de abril, mas foi para frente, até o dia 4 de maio. São quase dois meses em casa. Eu saio para ir ao mercado, só lá. E saio também com o meu cachorro, Chico, que era de Recife. Está comigo aqui (na Itália) e desço com ele para fazer as necessidades fora, que é permitido.”

Apesar do cenário problemático, Magrão explica que a situação foi ainda pior na Itália. "Agora está mais tranquilo, mas cheguei aqui 'o bicho estava pegando', uma ou duas semanas que cheguei, começaram a fechar a região, depois o país. Período complicado, preocupante. Mas depois começamos a mudar um pouco a nossa mentalidade. Porque quando começamos a ver os casos, matérias, hospitais cheios, caixões, tudo trouxe uma angústia muito grande", apontou.

"Paramos de ver as reportagens e trouxemos para nossas mentes coisas boas. Isso ajudou muito. E graças a Deus ficamos mais tranquilos. Antes eu ia no mercado nervoso, com medo, até esquecia as coisas da lista. Hoje eu estou indo mais tranquilo. Mas as coisas aqui estão melhorando, diminuindo os números”, completou.

Magrão ainda lamentou as condições enfrentadas logo após decidir pela aposentadoria do futebol, com mais tempo para a família. “Para mim poderia ser melhor, devido às circunstâncias. Está sendo complicado, porque fico mais em casa, mas é algo assim que é bom, pelo fato de ter tanto tempo usufruindo da minha família, esposa, logo logo com meus filhos. Porque na nossa profissão não ficamos com a família. Sou uma pessoa caseira, sempre gostei de ficar em casa, com a família.

O ex-goleiro ainda alega que se distanciou do esporte, sem conviver com saudades no dia a dia. "Particularmente, não sinto muita falta do futebol. Claro, vejo jogos, mas tenho curtido muito mesmo com a família. E com mais tempo para fazer as coisas livres. Está sendo bacana”, afirmou.