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Fã de Football Manager, ativo nas contratações e pós-graduado: quem é o auxiliar técnico do Sport

Aos 31 anos, Thiago Gomes pausou planos de ser treinador para trabalhar com Falcão e Paulo Paixão. Ida para o Leão da Ilha aconteceu do "dia para a noite"

postado em 17/01/2016 14:35 / atualizado em 17/01/2016 15:36

Brenno Costa /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP
A vida de Thiago Gomes mudou do dia para a noite. Literalmente. Aos 31 anos, ele estava certo para ser o treinador do São José no Campeonato Gaúcho deste ano. Aliás, tinha um contrato para duas temporadas. Até que o telefone tocou. Era o gerente de futebol do Internacional, Jorge Macedo, em busca de um auxiliar técnico. Ele queria ajudar o treinador Falcão, que estava acertado com o Sport. Foi quando surgiu o convite repentino, que alterou os planos de uma carreira.

“Para mim, seria muito produtivo ser técnico de um time profissional no campeonato estadual. Provavelmente, seria o mais novo no Brasil”, lembra Thiago. Mas não foi. O convite veio em uma sexta-feira à noite. No dia seguinte pela tarde, o gaúcho chegou no Colorado e ficou sabendo da possibilidade de ir para o Leão da Ilha. Pouco depois do encontro, teve uma conversa na casa de Falcão.

“Depois, ele me ligou às 23h da noite: ‘tu podes embarcar segunda?’. Deixe que vou dar um jeito, eu disse. Fui no São José domingo, rescindi contrato e me despedi dos caras. Na segunda, cheguei aqui de 13h e, de tarde, já estava dando treino às 15h para os não-relacionados do jogo contra o Vasco”, recorda sobre o acerto com o Leão ainda em setembro do ano passado.

Ricardo Fernandes/DP
A decisão de Thiago quebrou um planejamento. Ele alimenta o desejo de ser técnico desde cedo. Para isso, formou-se em educação física e fez pós-graduações em fisiologia do exercício e treinamento técnico e tático. Passou ainda pelas categorias de base do Internacional e do Atlético-PR e foi até nos Estados Unidos ser comandante do pequeno Brazilian Football Academy (BFA), na Califórnia. Além disso, esteve no Corinthians como auxiliar de Osmar Loss e seguiu com o técnico para os profissionais do Bragantino.

No Sport, deu um passo atrás no que pensava para ter a possibilidade trabalhar ainda com o renomado preparador físico Paulo Paixão. Na parceria com Falcão, é valorizado. Nos treinos, que costumam ser fechados, o auxiliar tem espaço até para comandar algumas atividades da semana sob a observação do comandante. Mais. Participa ativamente na indicação de reforços.

Influência na vinda dos gringos
Após perder as principais peças de 2015, o Sport apostou na vinda dos colombianos Henríquez e Reinaldo Lenis, além do chileno Mark Gonzalez. Atletas que Thiago já monitorava. “Trabalho muito com o Falcão nessa linha de poder montar a equipe. Até porque tenho algumas ferramentas e bancos de dados que faço há muito anos. O mercado sul-americano me atrai muito. Acho que é uma alternativa muito importante para os times brasileiros”, diz.

Jogo de computador virou escola
No desejo de ser técnico, o auxiliar do Sport era fã de um jogo de computador: o Football Manager. No game, o usuário pode passar por todas etapas na montagem de uma equipe até comandar o time dentro das partidas. Experiência, inclusive, que rendeu a Thiago uma vitória na vida real. Quando comandava o sub-20 do São José, ele perdia no primeiro tempo para o Veranópolis. Até que mudou a equipe como fazia brincando.

“Eu usava o 4-4-2 e, quando saía perdendo, eu tirava um zagueiro, colocava mais um atacante e fazia um 3-4-3. Eu reuni os jogadores e disse que iríamos ficar com três zagueiros, com os laterais fazendo essa função. O segundo tempo acabou sendo um atropelo. Vencemos de 3 a 1 ou 4 a 1. Não me lembro o placar exato. Depois do jogo, os diretores vieram falar comigo: ‘que mexida, hein!'. Na hora, eu nem me lembrei do jogo. Mas, depois, fiz essa conexão e vi que deu certo na vida real”, lembra, ao risos.

Interação nas redes
Com um perfil mais jovem, Thiago é adepto das redes sociais. Ele tem um perfil no Twitter em que coloca informações do dia a dia do clube e de bastidores, além de interagir com os torcedores. “Falcão não gosta muito de internet. Eu já tenho mais esse contato com as redes sociais. Não me atrai muito, mas eu acho legal ter esse contato. A gente está em uma era que a rede social está muito presente na vida de todo mundo. Acho muito importante que, sem excessos, a gente tenha um contato com o torcedor. Eu gosto.”

Hesiodo Goes/Esp. DP