O Fita Azul chegou! Camiranga chega ao Recife para a 28ª Regata Recife-Fernando de Noronha

"A Fita Azul é um pouco difícil de alguém tirar da gente. O barco é muito rápido. Deve ter alguns projetos para tirar da gente essa Fita, mas por enquanto…” A frase do comandante do Camiranga, Pedro Cruz, atual bicampeão da Regata Recife-Fernando de Noronha, não é de soberba. Está baseada na lógica. Não há, na 28ª edição da Refeno, nenhuma embarcação em condições normais de chegar primeiro ao arquipélago do que o barco gaúcho, que compete contra ele mesmo.

A meta da tripulação do Camiranga, que aportou na tarde desta-feira do Recife para participar da Refeno, é completar o percurso abaixo do ótimo tempo do ano passado: 20h26min37. Recorde entre os monocascos. A meta ousada é fazer abaixo das 20 horas.

Para isso, as condições do tempo serão determinantes. Mas a tripulação está confiante, em especial pelo maior conhecimento do barco. “Da última vez que fizemos esta regata até hoje velejamos bastante, muito mais do que tínhamos velejado antes. O conhecimento do barco ajuda", afirmou o argentino Diego Garay.

O comandante destaca que o Camiranga vem conseguindo reduzir o tempo em todas as regatas que disputou mais de uma vez, como aconteceu na própria Refeno. Em 2014, o barco ganhou o Fita Azul com 22h43min40. Além disso, detém o recorde em duas delas: a regata Alcatrazes, em Ilha Bela - 6h04min03s - e a regata Santos-Rio - 18h09min33s -, ambos estabelecidos em 2015.

Adrenalina
Se ganhar o Fita Azul neste ano é algo anunciado, superar o recorde histórico da Refeno é algo praticamente fora do alcance. A marca do barco baiano, estabelecida em 2007, está muito distante. Teria que ser um dia especial. “O barco tem a capacidade de fazer, mas tem que ser um dia especial. É aquele dia para o recorde.” A marca do Adrenalina é de 14h34min54s.

Diferencial
Basta entrar à bordo do Camiranga para perceber que, de fato, é um barco superior aos demais participantes da Refeno. Imponente, alia estrutura e tecnologia. Pedro Cruz explica o que faz do barco o favorito absoluto ao Fita Azul.

"É o peso com muita área de vela. É muito vento empurrando pouco peso. Ele é todo em fibra de carbono, então o diferencial básico é esse. Enquanto nos outros barcos o vento tem que empurrar ou puxar um determinado peso, aqui o peso é muito pequeno, a relação peso potência é muito boa”, afirma. “E no mais tem todo material de ponta, de primeira linha. Esse barco foi um projeto bem pensado e bem feito.”