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Elenco, sócios, finanças, Aflitos e Arena: reeleito, Edno Melo fala sobre futuro do Náutico

Em entrevista ao Superesportes, presidente alvirrubro fala sobre o que esperar da sua segunda gestão à frente do clube

postado em 07/12/2019 08:30 / atualizado em 07/12/2019 13:37

(Foto: Léo Lemos/CNC)
Aclamação, expectativas, sócios, saldo financeiro, patrocinadores, receita para o futebol, possibilidade de contratações midiáticas. Foram vários os temas abordados, em entrevista ao Superesportes, pelo presidente do Náutico, Edno Melo, que será reeleito por aclamação neste domingo para mais um biênio à frente do clube.

Novamente junto ao vice-presidente Diógenes Braga na chapa, Edno afirmou que enxerga como natural o aumento da cobrança nos próximos dois anos e diz que a pressão é também interna. Além disso, não descartou jogar na arena em 2020 - ainda que as chances sejam remotas, de acordo com ele. Ainda, voltou a citar o desejo de ter os Aflitos lotado apenas com sócios, citando a meta de associados ao fim do biênio. Confira a entrevista completa.

O senhor será o primeiro reeleito desde Valois. Acha que a pressão da torcida, a sua responsabilidade e as expectativas aumentam?
Acho que sim. O ser humano, naturalmente, se cobra um pouco mais. E esse biênio foi de muito sucesso para gente. Conseguimos resgatar muita coisa no Náutico. E (agora) eu vou ter que fazer o melhor de mim. É isso que eu espero fazer para que a gente consiga, de fato, dar continuidade a esse projeto, que é estar levando o Náutico a títulos, reconquistar o respeito tanto fora quanto dentro de campo. Então eu acredito que serão dois anos mais difíceis, mas que não vai faltar desempenho da minha parte. Eu vou concorrer comigo mesmo. Porque se a gente conseguiu fazer tanta coisa em tão pouco tempo, com tão pouco dinheiro, eu vou ter dois anos para continuar esse processo

O senhor acha justo o bate-chapa ou preferiria concorrer com outros candidatos?
Isso é uma consequência. Foi um trabalho desenvolvido, a gente não caiu de paraquedas, não foi um ciclo aventureiro. Temos um projeto para o Náutico, um planejamento. A gente não simplesmente entrou no clube sem saber o que fazer. Então naturalmente quando as coisas vão acontecendo, o reconhecimento da torcida, da imprensa, do público do futebol, naturalmente vão acontecendo. Ou seja, é uma consequência de algumas ações.

Qual a análise financeira: o saldo é positivo ou o clube aumentou as dívidas?
O clube sai com um passivo menor. Uma redução drástica de débito. Não foram criadas novas causas trabalhistas. Terminamos o ano pagando em dia, premiações, salários. Então isso é muito importante para começar o ano de 2020 mais tranquilo. Agora isso às duras penas, não é fácil

Para 2020, como anda a busca por patrocinadores. Existe alguma negociação?
Estamos conversando. Agora subiu o patamar do clube, temos uma visibilidade maior, televisionamento. Mais jogos. Estamos numa divisão melhor, mais valorizada. Então consequentemente os patrocinadores vão chegar. Temos negociado, mas ainda não fechamos. A visibilidade na Série B é de outro patamar. Quando temos televisionamento de todos os jogos, temos uma prospecção maior de patrocinador. E consequentemente mais receita.

(Foto: Léo Lemos/Náutico)
A previsão para gasto com futebol no início de 2020 é de R$ 500 mil. Existe alguma chance deste valor aumentar para a Série B?
Não só na Série B. O orçamento do Náutico hoje é acompanhado no Conselho Deliberativo, acompanhamento de orçamento, para que aconteça justamente isso (aumento). Se a gente avançar de fase na Copa do Brasil, na Copa do Nordeste. Se conseguir um patrocinador mais consistente até o fim do ano. Se existir uma ajuda de um grupo como existiu este ano e ano passado. Então esse orçamento de R$ 500 mil é o que podemos pagar hoje. A gente não quer fazer uma folha de R$ 1,2 milhão como foi feito em 2017 e não honrar. O que a gente quer fazer é uma folha que se pague no começo do ano até dezembro com tranquilidade. 

O Náutico teve um grande aumento no número de sócios e hoje tem mais de 16 mil. Existe alguma campanha em vista e qual a expectativa de associados ao fim do seu segundo mandato?
A cada dia que passa, o Náutico vai privilegiando ainda mais os associados. Então vai chegar um momento que o estádio dos Aflitos, que cabe quase 20 mil torcedores, vai caber só sócios. Quem não é sócio não vai poder assistir ao jogo, ter acesso ao clube social. Uma série de vantagens que estamos proporcionando ao sócio que não existia. O sócio apenas ajudava, sem contrapartida. Em janeiro teremos uma campanha bem consistente para que o associado entenda que o Náutico precisa dele de janeiro a dezembro, não só enquanto está tendo o futebol. Queremos ter pelo menos 20 mil sócios ao fim do biênio para poder bater com a capacidade dos Aflitos.

Para 2020, em caso de proposta, existe alguma possibilidade do Náutico mandar jogos na arena?
Seria uma probabilidade muito pequena, muito remota. É claro que eu não vou dizer ‘nunca’ porque pode acontecer um jogo pontual, mas o Náutico voltou para a casa dele e vamos priorizar os Aflitos enquanto a gente puder. Eu não vejo, hoje, o Náutico jogando nenhum jogo fora dos Aflitos. Mas, existindo uma proposta muito boa para o clube, para o torcedor, para o departamento de futebol, eu não vejo por que não fazer. Mas neste momento, garanto, o Náutico vai jogar nos Aflitos. 

Em 2018 o Náutico contratou jogadores de mais apelo como Ortigoza e Wendell. Em 2019, foi a vez de Jorge Henrique. Para 2020, existe a chance de alguém midiático?
Existe a chance de jogadores comprometidos, independente de ser midiático ou não. É esse o perfil que a gente quer. Jogador midiático que a gente traga e não possa pagar está gerando um passivo, desagregando o grupo. Isso passa muito pelo departamento de futebol, pelo marketing. Temos um grupo de apoio, não sei se eles vão querer trazer alguém midiático. Mas eu posso garantir que a gente vai trazer alguém comprometido que tenha o compromisso de vestir a camisa do clube, que a gente tenha um resultado final positivo.