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Náutico fatura R$ 11 milhões em vendas em três anos e se consolida como clube formador

Erick, no primeiro semestre de 2017, e Luiz Henrique, Robinho e Thiago nesta temporada geraram importantes lucros aos cofres da equipe alvirrubra

postado em 13/12/2019 07:30 / atualizado em 13/12/2019 08:09

(Foto: Léo Lemos/ CNC)
Erick, Robinho, Luiz Henrique e, mais recentemente, Thiago. Quatro vendas do Náutico que, somadas, geraram cerca de R$ 11 milhões aos cofres do clube - em um intervalo de menos de três anos. Este registro serve para consolidar ainda mais o clube como uma equipe formadora, tendo em vista que não é apenas a mera utilização dos atletas, mas está aliada ao retorno financeiro em um espaço curto de tempo, colocando o clube ainda mais na vitrine nacional, junto ao retorno à Série B.

Com os números animadores, o Superesportes conversou com Ítalo Rodrigues, hoje executivo de futebol alvirrubro, mas que está há oito anos no clube, onde desempenhou várias funções - desde supervisor, secretário e até gandula. De acordo com o dirigente, o momento positivo atual do clube no quesito deve-se a dois fatores.

“O que eu acredito que fez a diferença é a utilização da base, a mudança do estatuto. Isso trouxe a obrigatoriedade da utilização desses atletas. Esse é o primeiro ponto”, explicou. Desde 2017, passou a vigorar no clube que a equipe profissional deveria ter, pelo menos, 25% dos jogadores formados nas categorias de base do Centro de Treinamento Wilson Campos. 

O outro aspecto, segundo Ítalo, ocorreu em partes por conta de um momento difícil do Náutico. Com o rebaixamento à Série C há dois anos, era preciso que a atual gestão, encabeçada pelo presidente Edno Melo e pelo vice, Diógenes Braga recuperasse a imagem do clube no mercado.

“O segundo ponto, eu diria, foi um objetivo nosso. Quando a gente caiu para a Série C e fizemos um planejamento, a gente sabia que precisava recuperar a credibilidade do clube e a gente precisava tornar o Náutico visto pelo mercado (como) um clube de negócios”. 

O atacante Erick, vendido em 2017, foi negociado por R$ 2.8 milhões ao Braga-POR. Neste ano, com a política da gestão de manter sempre um percentual dos direitos econômicos visando venda futura, no primeiro semestre, foi a vez de Luiz Henrique e Robinho.

O volante foi negociado junto ao Moreirense-POR por R$ 1.024.284, tendo o Náutico mantido 20%. Enquanto o atacante deixou o clube por R$ 1 milhão com destino ao Bragantino, onde o Náutico segurou 35%. 
Ainda, o Timbu fez transferências por empréstimo. Bruno, goleiro, está no Gil Vicente-POR de forma onerosa - algo que o executivo fez questão de frisar também como nova política. Isso porque Ítalo explicou que o clube negocia atletas nesta modalidade desde que haja o pagamento via compra de um percentual, tendo também o passe fixado. 

“Desde que eu estou no Náutico, não lembro do clube ter emprestado um jogador para o Brasil cobrando o empréstimo. E isso tudo é, de fato, pela mudança de filosofia, gestão e planejamento do clube”, afirmou.

Robinho e Luiz Henrique, por exemplo, haviam sido, em 2018, emprestados ao Goiás e Bahia, respectivamente, nestes mesmos moldes - ambos os clubes, ao fim, terminariam optando por não concluir a aquisição dos atletas. “O atleta vai emprestado, se quiserem comprar em definitivo, eles compram. Mas não emprestamos atleta de graça para ninguém”, garante Ítalo.

Questionado se o clube vinha conseguindo reconstruir a credibilidade, o dirigente afirmou que 'o próprio mercado responde' - não apenas em negociações sobre vendas da base, mas também contratações para o elenco profissional. “Os atletas que hoje nos são oferecidos, muitos tentamos lá atrás e não quiseram nem ouvir proposta. Antes o Náutico era terceira ou quarta opção e hoje passa a ser a primeira”.

Como exemplo, o dirigente comparou os cenários das negociações entre dois atletas. “A gente na Série B negociou Erick por um valor e, agora na Série C, vendemos Thiago muito mais caro. Por que isso aconteceu se estávamos numa condição, entre aspas, pior? Numa série (divisão) menor, mais desvalorizada?”, indagou. “Porque a gente recuperou a credibilidade”, afirmou.

(Foto: Ricardo Fernandes/ Esp. DP )


Meta pessoal
Seguindo o fluxo atual, o Náutico tem vendido mais de um jogador revelado no clube por ano. Questionado se seria um objetivo do Náutico negociar um prata da casa por temporada, Ítalo disse que esta é uma cobrança que faz sobre si.

“Internamente não existe isso bem definido. Mas eu pessoalmente, como funcionário do clube, eu coloquei como meta pessoal, tentar fazer e tentar trazer mais essas negociações para o clube. É uma meta pessoal minha que, sem dúvida alguma, deva ser de Edno e Diógenes também. É um objetivo do clube”, concluiu Ítalo.

Outros jogadores negociados pelo Náutico recentemente
- Bartolomeu (atacante sub-17) - emprestado ao Palmeiras até 2021 de forma onerosa com passe fixado.
- Bruno (goleiro) - emprestado ao Gil Vicente- POR até junho de 2020 de forma onerosa com passe fixado. 
- Odilávio (atacante) - emprestado ao Figueirense até dezembro de 2019 de graça e o clube catarinense estuda sua continuidade.

Vendas do Náutico desde 2017
- Erick negociado ao Braga-POR por R$ 2.8 milhões
- Robinho negociado ao Bragantino por R$ 1 milhão - manteve 35% 
- Luiz Henrique negociado ao Moreirense-POR por R$ 1.024.284 - manteve 20%
- Thiago negociado por R$ 7 milhões - manteve 18%

Jogadores da base hoje no elenco profissional
- Goleiros: Jefferson e Renan
- Zagueiros: Diego Silva e Rafael Ribeiro
- Laterais: Hereda
- Volantes: Wagninho e Rhaldney
- Meia: Lucas Paraíba
- Atacante: Jefferson Nem