Futebol Nacional

BRASILEIRO FEMININO

Quais as primeiras impressões de Sport e Vitória sobre o Brasileiro Feminino 2017?

O Superesportes consultou técnicos, atletas e membros da comissão dos times de Pernambuco sobre qualidade dos estádios, hospedagem, viagens e translado

postado em 04/04/2017 10:26 / atualizado em 04/04/2017 11:41

LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
O Campeonato Brasileiro de futebol feminino chegou, no último fim de semana, a sua quinta rodada. Está apenas no início, portanto. Mas já é possível saber se a estrutura disponibilizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) neste ano está atendendo às demandas das jogadoras e das equipes. Para isso, o Superesportes consultou técnicos, atletas e membros da comissão administrativa do futebol feminino de Sport e Vitória de Santo Antão, representantes pernambucanos na Série A1 da competição. Eles foram questionados sobre quatro tópicos: qualidade dos estádios, hospedagem, viagens e transportes oferecidos pela CBF.

Qualidade do campo

Os times ainda não visitaram todos os estádios em que irão jogar. Mas já fazem algumas ressalvas. “A qualidade dos gramados ainda varia muito. Não são todas as equipes que conseguem mandar seus jogos em estádios estruturados”, afirma o técnico do Sport, Jonas Urias. O treinador do Vitória, Beto Coelho, fez referência a um episódio em particular, na estreia, contra o Grêmio. A partida foi transferida da Arena do Grêmio para o CT Presidente Hélio Dourado, por solicitação do mandante.

“No dia do jogo, choveu bastante, muito mesmo. O gramado estava muito encharcado. Mas em algumas partes só. Em outras, a bola rolava normalmente. Por conta da água o gramado ficou pesado. E a nossa equipe é muito leve, de jogadas rápidas, não está acostumada a esse tipo de jogo. Lógico, se tivesse sido realizado na Arena, a gente não teria encontrado essas condições adversas”, ressalta.



Em São Paulo, no entanto, o cenário foi mais favorável. “No estádio do Audax o vestiário era limpo, muito bem organizado. O gramado também. A recepção deles (Audax) foi boa. Em termos de estrutura, em São Paulo, eles não deixaram nada a desejar, tanto o clube que recebeu a gente como a própria CBF”, observou Amanda Leite, lateral direita do Sport

Hospedagem

As instalações disponibilizadas foram elogiadas pelos treinadores dos dois times. “Não houve nada que me chamasse atenção, que faltou. Tudo correu dentro da normalidade esperada. Não tivemos nenhum problema na nossa estadia, nos nossos traslados, foi tudo ok. Estrutura decente e a altura do torneio”, registrou Jonas Urias, técnico do Sport. “Devido ao tempo que já estou aqui no clube, eu sempre acompanhei o time feminino em viagens, como preparador físico, auxiliar técnico. E vejo o mesmo nível de organização. Na verdade, acho que até aumentou um pouco o nível de hotéis”, afirmou Beto Coelho, técnico do Vitória.

Transporte

A análise aqui é do transporte disponibilizado pela CBF para os times se locomoverem quando atuam como visitantes - para os trajetos, aeroporto-hotel, hotel-estádio etc. Realizado por ônibus, ganhou elogios. “A estrutura foi excelente. Ônibus de primeira linha”, registrou Nira Ricardo, supervisora do futebol feminino do Sport. “O translado na cidade era terrestre, por ônibus alocados pela CBF. Era excelente. Com relação aos horários, o pessoal cumpria tranquilamente. Tudo muito correto. Muito pontual. A gente chega no aeroporto o ônibus já está lá”, acrescentou Beto Coelho, técnico do Vitória.

Viagem

Além dos elogios ao transporte disponibilizado nas cidades, também foram feitos para as viagens, que são realizadas por ônibus ou avião, a depender da distância do destino. “Em termos de logística e estrutura, foi muito semelhante ao ano passado. A grande diferença, na realidade, é que ano passado, para as equipes que não se classificavam para a segunda fase do campeonato, o torneio acabava em quatro jogos. Neste ano, essa mesma estrutura será oferecida pelo menos 14 vezes. Turno e returno, mesmo para as equipes que não se classificarem. Mas a estrutura é bem semelhante a do ano passado”, destacou  Jonas Urias.

Beto Coelho, do Vitória, utilizou como parâmetro a viagem mais longa que deve percorrer no torneio, para Porto Alegre, contra o Grêmio. “Foi tranquilo, fizemos uma viagem boa. Saímos daqui no sábado pela manhã, fizemos Recife-Rio, Rio-Porto Alegre. A conexão foi tranquila, foi quase que imediata. Chegamos em Porto Alegre por volta das 19h e jantamos no hotel.”

Neste quesito, a única ressalva ficou para a viagem à Caçador, interior de Santa Catarina, onde o Sport enfrentou o Kindermann. "Pela distância, a viagem foi um pouco cansativa. Acho que deveriam colocar o pessoal para viajar até dois dias antes do jogo porque a viagem é sacrificante. Chegamos acabadas. Saímos daqui às 11h do sábado e chegamos quase 1h da manhã do domingo. Mais de 12 horas viajando e com escala em Curitiba e no Rio de Janeiro. Depois do jogo, saímos de lá às 00h do domingo, chegamos às 14h da segunda-feira aqui e ainda jogamos na quarta-feira."

Questionários

Acompanhamento da CBF

De acordo com a supervisora do futebol feminino do Sport, Nira Ricardo, a CBF está atenta às condições oferecidas aos clubes. Após cada partida, o clube que está atuando como visitante é responsável por responder um questionário sobre os serviços prestados e a estrutura disponibilizada pela Confederação. “Perguntam sobre as condições do hotel, se tudo era de qualidade, se a logística da alimentação foi boa, se o ônibus chegou na hora certa, se era adequado, se o motorista foi receptivo”, explicou ela.

Gastos

Os valores pagos pela CBF

Da mesma forma como ocorrido nas últimas edições do Brasileiro, os gastos dos clubes para a disputa do torneio em ambas as divisões são totalmente custeados pela CBF. Assim, despesas com relação a passagens aéreas ou de ônibus (a depender da distância), hospedagem e alimentação são de responsabilidade da entidade. Para além dos translados, a CBF prevê que o mandante receba R$ 10 mil por jogo para gastos com a partida. Valor que, com relação ao Brasileiro do ano passado bem como edições anteriores, sofreu um acréscimo de R$ 3 mil. A equipe visitante ainda recebe R$ 5 mil reais por jogo, para as despesas que tiver. Quantia mantida desde a primeira edição do torneio.