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Sem bons resultados em campo, cenário político do Náutico deve se agitar nos próximos dias

Atual gestão do MTA pode entregar clube em situação bem pior do que recebeu

postado em 06/04/2015 09:17 / atualizado em 06/04/2015 14:18

João de Andrade Neto /Superesportes

Roberto Ramos/DP/D.A Press
A goleada sofrida para o Salgueiro por 4 a 1 e a eliminação ainda no hexagonal final do Campeonato Pernambucano como lanterna terá reflexos no Náutico nesta e na próxima temporada. Com a atual gestão cada vez mais fragilizada, os bastidores políticos voltarão a se agitar. Nesta segunda-feira, inclusive, Glauber Vasconcelos se licenciou da presidência por 30 dias alegando problemas de saúde. No entanto, a preoucupação principal, segundo algumas lideranças ouvidas pela reportagem, não é com a sucessão ao atual mandatário, com eleição marcada para dezembro, e sim com a preparação para a Série B, que começa em maio. Isso porque assumir 2016 fora da Copa do Nordeste, com o risco de também não disputar a Copa do Brasil (depende do ranking da CBF) e - em uma situação hipotética - afundado na Série C, não é cenário positivo nem para o atual grupo que comanda o Náutico, e muito menos para a oposição, encabeçada por um grupo dos ex-presidentes André Campo, Sergio Arquino e Ricardo Valois.

No entanto, contraditoriamente, pelo enorme desgaste político vivido desde a última eleição, há pouco a ser feito para mudar o isolamento da atual gestão. Da mesma forma que um impeachment do presidente Glauber Vasconcelos é rechaçado por todas as correntes políticas do clube, pelo desgaste natural que o processo causaria, é fato também que o primeiro passo para um plano emergencial só será possivel se for dado pelo atual mandatário do clube. Uma espécie de reconhecimento de erros e pedido de desculpas públicos pelas acusações feitas a ex-diretores e presidentes na última eleição. Algo também pouco provável que aconteça.

As feridas ainda estão abertas. Uma das maiores reclamações dos opositores do Movimento Transparência Alvirrubra é o fato das críticas feitas no período eleitoral atingirem todos ex-presidentes que comandaram o Náutico de 2001 até 2013. "Colocaram todos na vala comum. Quem errou e quem tem serviços prestados ao clube", disse uma das pessoas ligadas ao grupo dos ex-presidentes. A essa altura, nem uma renúncia de Glauber (hoje descartada) amenizaria essas rusgas. "A bronca não é com Glauber e sim com o MTA", disse outra liderança.

Sem entendimento, ou uma completa guinada por parte da atual gestão, o Náutico, que completa amanhã 114 anos, deve continuar sangrando. E se preparando para a eleição de dezembro. O MTA deve tentar fazer o sucessor de Glauber. Da mesma forma, é certo que o grupo dos ex-presidentes também lançará um candidato. Uma terceira via hoje é o ex-diretor de futebol Alexandre Homem de Melo, que lançará hoje uma conta no Twitter para voltar a mídia, já que não faz parte de nenhum grupo. Já os ex-presidentes Paulo Wanderley e Berillo Júnior, desgastados em todas as correntes, devem acompanhar à margem todo o processo.