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Acusado de atirar em Lucas Lyra vai a júri popular

Julgamento deve ocorrer ainda no primeiro semestre, mas não tem data definida

postado em 17/02/2016 19:41 / atualizado em 17/02/2016 20:42

João de Andrade Neto /Superesportes

Paulo Paiva/DP/D.A Press
Na última terça-feira, completaram-se três anos do crime cometido contra o torcedor Lucas de Freitas Lyra, atingido com um tiro na cabeça, em frente aos Aflitos, antes da partida entre Náutico e Central, válida pelo Campeonato Pernambucano de 2013. O tiro foi dado pelo segurança da empresa de ônibus Pedrosa José Carlos Feitosa Barreto e desde então a família do estudante luta por justiça. Nesta quarta, mais um passo foi dado contra a impunidade. Em audiência no Tribunal de Justiça de Pernambuco, liderada pelo desembargador Antônio de Melo Lira, foi definido por unanimidade pelo julgamento do acusado em juri popular. Ainda sem data definida, o juri deve ocorrer ainda neste semestre.

Livre do flagrante, José Carlos Feitosa Barreto ficou preso apenas 10 dias em 2013, antes de ser liberado para aguardar o julgamento em liberdade. Inicialmente, os advogados de defesa recorreram da primeira decisão de juri popular, em abril de 2015. Liminar que foi derrubada nesta quarta. Com o andamento do processo nº 0010814-69.2013.8.17.0001, o segurança, enfim, irá responder pelo crime de tentativa de homícidio.

"Essa foi uma decisão importantíssima para que ele responda por esse crime. A impunidade é um incentivo para a violência", comemorou Mirela Lyra, irmã de Lucas.
 
Outra batalha
Além da luta por justiça na esfera criminal, a família do alvirrubro também trava outra batalha na esfera civel. No último dia 25, o juiz José André Machado Barbosa Pinto, concedeu uma antecipação de tutela ao jovem, na qual obriga a Pedrosa e o Grande Recife Consórcio de Transporte a custear toda a sua recuperação, com direito a medicamentos, profissionais e a instalação de uma homecare. Ambas recorreram da decisão, mas tiveram seus pedidos negados. Caso não cumpram com o que foi determinado, cada empresa pagará multa diária de R$ 3 mil.

No momento, os famíliares de Lucas procuram uma casa adequada para receber o jovem, que segue internado no Hospital Português. No despacho, o aluguel desse novo imóvel também será custeado pelas duas empresas. 

Atualmente, Lucas Lyra já consegue se alimentar normalmente e vem melhorando a fala. Além disso, consegue mexer braços e pernas, apesar de ainda não conseguir caminhar. Porém, devido ao tiro recebido e aos medicamentos, sofreu um curvamento nas retinas e perdeu a visão periférica. Segundo a irmã, no entanto, com as terapias, não há risco de perda da visão total.