"Desde o primeiro tempo eu já estava imaginando que uma hora iria sobrar uma bola boa para que eu pudesse chutar no gol. A todo momento imaginava isso. Mas não tinha noção do quão longe eu estava do gol. Mas quando a bola sobrou eu não pensei duas vezes. Arrisquei e fui feliz". Foi assim, em um misto de confiança e surpresa, que o lateral-direito Bryan resumiu o lance que deverá marcar para sempre a sua carreira. Uma bomba, ainda do círculo central, que entrou direto no ângulo e aquela altura virava o placar a favor do Náutico na vitória por 3 a 2 sobre o Confiança, pela Série C. Um gol que, de tão bonito, merece concorrer ao prêmio Puskas. Segundo o próprio Bryan.
O curioso é que esse foi apenas o segundo gol do jovem jogador, de 21 anos, como profissional. O primeiro foi anotado em 2016 pelo modesto Concórdia, da segunda divisão do Campeonato Catarinense. Mas que não chega perto da importância do anotado no último sábado. O lateral, inclusive, já faz campanha para que a sua obra prima chegue até a Fifa para concorrer ao prêmio de gol mais bonito do mundo em 2018.
"Com certeza acho que (o gol) pode estar concorrendo sim (ao prêmio Puskas). Conto com a ajuda da torcida alvirrubra e de todos para que o gol possa estar sendo compartilhado e ele possa estar concorrendo", afirmou, em entrevista ao Superesportes. "Foi o gol mais bonito da minha carreira. Foi antológico como disse o narrador da partida. Foi um golaço mesmo e fiquei muito feliz por ter feito", completou.
O curioso é que o Náutico já teve um atleta concorrendo ao Prêmio Puskas. O feito coube ao uruguaio Juan Oliveira, em 2013, graças a um gol de primeira, de fora da área, em um clássico contra o Sport pela Copa Sul-Americana. Porém, o jogador ficou fora da listas dos três finalistas.
Boa fase
O golaço do meio de campo contra o Confiança também coroou o excelente momento que Bryan vem vivendo no Timbu. De praticamente fora dos planos do clube para a Série C, o lateral passou a ser titular absoluto com a chegada do técnico Márcio Goiano, a quem ele deve boa parte da boa fase.
"O Márcio foi um cara que acreditou no meu trabalho, junto com a diretoria. Estou muito feliz por ele ter apostado em mim e eu graças a Deus dei o resultado. Quero continuar surpreendendo ele e surpreendendo a todos", destacou o jogador que também revelou nunca ter perdido as esperanças de ganhar uma sequência de jogos no Náutico.
Vale lembrar que assim que chegou ao clube, o defensor teve que lidar com uma série de lesões musculares. "Em nenhum momento passou pela minha cabeça que eu não teria mais oportunidades. A todo momento trabalhei imaginando que em algum momento iria aparecer alguma brecha. Procurei aprimorar a minha parte física e técnica. E essa oportunidade apareceu com a chegada do Márcio Goiano e graças a Deus pude abraçar. Vamos continuar trabalhando forte para conseguir o primeiro objetivo que é a classificação do Náutico", finalizou.
Prêmio Puskas
Desde a sua criação pela Fifa, em 2009, dois brasileiros já receberam o Prêmio Puskas. O primeiro foi o atacante Neymar, em 2011, quando ainda atuava pelo Santos com um gol marcado sobre o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro, quando arrancou com a bola enfileirando adversários com dribles a partir do meio de campo. Ou segundo foi do hoje jogador profissional de futebol virtual Wendel Lira, em 2015, com um voleio quando atuava pelo Goianêsia, contra o Atlético-GO pelo Campeonato Goiano.
Outros nomes de peso como o português Cristiano Ronaldo, o sueco Ibrahimovi%u0107, o colombiano James Rodriguez e o francês Giroud, este no ano passado, também já foram agraciados.