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Presidente do Náutico quer maior presença da torcida alvirrubra nos jogos na Arena de PE

Para o mandatário, o torcedor não comparecer em melhor número o 'entristece demais' e que, pelo trabalho feito no clube, não há desculpa

postado em 25/07/2018 08:35 / atualizado em 25/07/2018 08:38

Júlio Jacobina/DP
Time encerrando jejum de títulos após 13 anos, com boa campanha na Série C e faltando pouco para assegurar a sua vaga nas quartas de final. Além disso, o retorno para os Aflitos está cada vez mais próximo. Então, o que falta para o torcedor do Náutico empolgar e comparecer na Arena Pernambuco em maior número, já que demonstrou durante a temporada que tem capacidade para isso? O Superesportes entrevistou o presidente alvirrubro, Edno Melo, para abordar o tema e saber a visão da diretoria. 

“Eu não entendo (o fato da baixa média de público). Fico procurando o motivo para que a torcida do Náutico não apoie o time. Não vejo nada para dizerem ‘ah, o time não chegou por causa disso’. ‘Não, porque estão muito escuras as contas do clube’. A gente abriu um canal de transparência. Se o sócio quer saber como que está gastando o dinheiro dele, ele pode saber. Basta olhar no nosso site, que temos o balanço de como está sendo destinado esse dinheiro. Então eu não entendo”, contou o mandatário.

“A campanha dos últimos jogos é muito boa, e sinceramente, não sei dizer. Sabemos a dificuldade que é para manter as contas em dia e a gente está mantendo as contas em dia. Pagamos o direito de imagem dos jogadores nessa segunda-feira, que venceu no dia 20. Tudo que diretoria pode fazer, está sendo feito. Tivemos o jogo contra a Juazeirense em um sábado, com horário bom (17h). Torcedor não tem desculpa. Tem ingresso barato (preço promocional a R$ 15) e valorização do sócio”, explicou Edno. 

"A gente precisa chegar até o fim do ano pagando em dia, elenco e funcionários, e a gente está tendo resultados. A gente pode cobrar do elenco e eles correspondem. Eles tem muito o que dar e não tem nada que falte para eles. O que tem faltado, infelizmente, é o apoio da torcida. (O torcedor) tem que sair de rede social, do sofá de casa, e chegar para a arquibancada. Se não puder ir, que venha para a nossa sede social, compre um ingresso e dê para quem pode ir", continuou.

"A campanha de volta para casa está de vento em popa. E é isso que vejo que está faltando. Não sei se está faltando dar uma chacoalhada, porque a hora é agora. Tivemos que correr atrás de outras fontes para poder pagar o direito de imagem do dia 20, e esperávamos a renda do jogo contra a Juazeirense para pagar essa folha. O público foi por volta de 7.500, e era jogo para, pelo menos, o dobro. É uma pena, mas faltou", disse Edno. 

“O que o Náutico tem planejado é cumprir com o planejamento que assumiu desde o começo do ano, pagando salários em dia de elenco e funcionários, austeridade ao máximo. Acabamos de ganhar o Campeonato Pernambucano, que o clube não ganhava há 13 anos. Estamos com a campanha do voltando pra casa, cada vez mais próxima de acontecer, e somos vice-líderes na Série C. E nessa competição, a receita que a gente tem é do torcedor no estádio. O time vem fazendo essa campanha mágica, com sete vitórias em nove jogos e isso entristece demais pelo torcedor não chegar. A hora de chegar junto do nosso clube é agora”, falou o presidente.

A presença da torcida do Náutico na Série C tem deixado a desejar. Em oito jogos dentro de seus domínios, a média é de apenas 3.804 torcedores por jogo. Contraste grande com a média acima de 11 mil no Estadual. O Alvirrubro busca, ao menos, no próximo jogo contra o ABC, uma presença melhor. E caso sacramente a vaga na próxima fase, o peso da decisão para retornar à Série B faça a Arena Pernambuco lotar novamente.

Recuperação no campeonato

Após um começo muito ruim na Série C, figurando na zona de rebaixamento em oito das dez primeiras rodadas do torneio, o Timbu se recuperou de maneira impressionante. Desde a chegada de Márcio Goiano, o clube conseguiu sete vitórias, um empate e uma derrota. Um aproveitamento de 81,4%. A crise vivida durante o período na degola levantou vários questionamentos sobre o trabalho implementado no Náutico, e o mandatário relatou que foi preciso ser racional para avaliar e corrigir o que vinha dando errado. 

“Se a gente no começo do campeonato começamos mal, é porque fomos campeões e achamos que íamos decolar, mas não foi. Se tivéssemos refeito o time, nós diríamos que somos incompetentes por trocar todo mundo. O trabalho não foi errado, porque fomos campeões. Mexemos muito pouco no time, colocamos apenas duas ou três peças ali. E lembro quando apresentei Márcio Goiano ao elenco, perguntei ao jogadores o que faltava, se faltava alguma coisa, porque acreditávamos neles. E ninguém falou nada, porque não faltava nada a eles. E foi aí que entreguei o elenco a Márcio, que o elenco não precisava de nada, talvez motivação”, prosseguiu. 

“Trocamos três peças do elenco de novembro passado para o de agora. Só saíram Clebinho, Daniel Bueno e Hygor. Como que podem três peças acabar com tudo que a gente vinha fazendo? Não tem como. A gente não vinha errando em tudo, não dava para achar isso. Achamos o erro, consertamos e fizemos os ajustes para que as coisas voltassem a dar certo”, encerrou. 

Confira o público do Náutico nos jogos como mandante na Série C:

Náutico 1 x 1 Santa Cruz - 4.616 pessoas
Náutico 2 x 4 Confiança - 2.973 pessoas
Náutico 3 x 0 Salgueiro - 2.184 pessoas
Náutico 2 x 0 Globo-RN - 1.305 pessoas
Náutico 3 x 2 Remo - 2.644 pessoas
Náutico 2 x 0 Botafogo-PB - 3.703 pessoas
Náutico 3 x 1 Atlético-AC - 5.495 pessoas
Náutico 1 x 0 Juazeirense - 7.514 pessoas

Média total: 3.804 espectadores.