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Diretoria do Náutico nega contratação de 'camisa 10 clássico': 'Hoje não consegue jogar'

Esse jogador vem sendo pedido desde o início do ano pela torcida do clube, mas, de acordo com Diógenes Braga, não tem o perfil do futebol atual

postado em 28/06/2019 09:00 / atualizado em 28/06/2019 08:45

<i>(Foto: Léo Lemos/ CNC)</i>
Após seis reforços contratados no mês de junho, o Náutico seguirá ativo no mercado visando a Série C. Entretanto, dos alvos buscados pela direção, sabe-se que entre eles não está o 'camisa 10 clássico'. Cobrado pela torcida, o meia de ligação e passe cadenciado não cabe mais no futebol atual. Pelo menos foi o que indicou o vice presidente de futebol do clube, Diógenes Braga, ao exemplificar ainda a Seleção Brasileira atual.

"Eu tive o prazer de ir para Brasil 5 a 0 Peru. Tirando o gol de Firmino, que foi um gol que ele marcou roubando a bola do goleiro, os quatro gols foram por jogadas de lado. E estamos falando da seleção brasileira. Quem cadenciou o jogo inteiro e fez todo o sentido de controle do Brasil foi o volante Arthur”, explicou.

"Esse meia que é muito vistoso, mas talvez seja o romantismo da gente olhar para grandes times que o Náutico ou o futebol brasileiro teve. Esse jogador que cadencia e controla o jogo, no futebol de hoje, não consegue jogar. O nível de marcação no meio é muito alto".

De acordo com Diógenes, o futebol de hoje é muito intenso e disputado, principalmente na faixa central do campo, onde costumeiramente se posiciona esse tipo de jogador. Como exemplo, citou a função exercida por um atleta do atual elenco do Náutico.

“Luiz Henrique no jogo contra o Treze-PB correu 12 quilômetros e deu assistência para o gol, inclusive. Então o jogador que preenche o campo faz uma função não só de meia, mas de volante. Ele se projeta. Esse meia clássico que cadencia o jogo percorre o centro de campo normalmente corre metade ou um terço disso. Então o que ele contribui para o jogo é menos. Hoje o futebol tem uma tendência muito grande de buscar intensidade, jogadores que preencham o campo”, comentou o VP.

Em uma longa explicação, o dirigente sugeriu que as partidas tendem a ser vencidas pelos times que correm mais em campo. E disse, também, que essa visão não é apenas dele, mas de quem integra o departamento de futebol do clube. 

"Quando você analisa alguns jogos, vai perceber que a maior parte dos vencedores são os times que na soma entre os seus jogadores percorre uma maior distância”, disse. "E vale dizer que essa opinião não é de Diógenes, é uma opinião do departamento de futebol do Náutico. O nível de marcação e intensidade que se têm hoje, o que os jogadores marcam e correm, não existe mais esse jogador que fica ali só no círculo central. Então na nossa visão a construção de jogadas passa pela organização do time e qualidade dos jogadores que vão estar no setor ofensivo no momento que tiver com a posse de bola", concluiu.