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Para preservar história do clube, diretoria desenvolverá projeto de um museu do Sport

Prioridade do setor social para o biênio 2017/18, ainda embrionário, memorial do Rubro-negro busca aliar resgate da história, acessibilidade e interatividade

postado em 15/01/2017 13:40 / atualizado em 15/01/2017 14:49

Alexandre Gondim/DP
Memória. Reter ideias, impressões, sensações, que já foram adquiridas anteriormente. Uma espécie de acionamento do passado no presente, através daquilo que foi vivenciado. Resgatá-la e mantê-la viva, no entanto, depende de uma série de fatores. O principal deles: contar histórias. Mais de 100 anos delas. E a maneira como isso é feito pode acontecer das mais variadas formas. Na Ilha do Retiro, a partir deste ano, começa a tomar forma um projeto embrionário e, por isso, ainda sem data prevista para inauguração. Com o apoio do presidente Arnaldo Barros e da gestão rubro-negra para o biênio 2017/18, a prioridade para o setor social durante esses dois anos na diretoria é o desenvolvimento de um museu para o clube pernambucano.

"O que temos hoje é na verdade uma galeria de troféus. A ideia é ser algo muito mais amplo. Tenho algumas propostas e estou olhando cada uma delas. Pretendo compilar essas ideias na formação de um projeto que possa ser inovador e moderno", explicou o vice-presidente social do clube, Alfredo Bertini, em entrevista ao Superesportes. De acordo com o dirigente, a montagem do projeto se baseia em três premissas fundamentais: o resgate da história, a acessibilidade e a interatividade. Todos atrelados ao princípio da inovação tecnológica, com o objetivo de garantir ao visitante que o acesso ao que está sendo exposto seja o mais amplo possível.  

"Queremos estar em sintonia com a inovação tecnológica. Que não se resguarde à velha ideia de museu de que seja simplesmente um local para depositar peças. É um pouco disso que vamos buscar na construção deste projeto", concluiu. Espelhando-se em exemplos como o Museu do Futebol em São Paulo e o ‘La Pasión Boquense’ do Boca Juniors na Argentina, as ideias iniciais partem do princípio de garantir ao torcedor a ambientação do estádio, mostrar a força da torcida e a inserção na história do clube. Para isso, o vice-presidente defende o uso da interatividade, visando criar um fio condutor entre a informação e o usuário.

"No momento que se faça referência a grandes goleiros da história do Sport, como Manga, que esteve na Seleção e foi um prata da casa, mais recentemente País e agora Magrão, pode-se fazer uma brincadeira mostrando esses três goleiros. Por exemplo, criar um desafio de cobrança de pênalti virtual para que eles defendam o pênalti que você bater. Uma prova de natação com Joanna Maranhão, que foi atleta do Sport e é torcedora do clube. Desafio de hóquei, de basquete. Vivenciar a fundação do sapotizeiro, do seu simbolismo, criar algum tipo de jogo associado para dar essa interatividade. São ideias que existirão como opções e que depois vamos escolher para compor esse cardápio”, revelou.

O local e os incentivos financeiros

O espaço físico utilizado já está pré-determinado. Além da galeria de troféus, a ideia é que toda a parte que acolhe os setores administrativos e financeiro na sede do clube sejam anexados à obra. O museu, inclusive, será montado com uma integração à loja oficial Cazá do Sport. De acordo com o vice-presidente, no entanto, o que encarece a montagem do espaço será muito mais a parte tecnológica do que a obra civil em si. Com o projeto pronto, o clube cairá em campo em busca de patrocínios para apoiar a iniciativa. O recurso financeiro para a construção, a princípio, partirá das leis de incentivo, promovidas pelo governo do estado.

Com apenas um biênio para dar início e, com otimismo, finalizar o processo. A meta é que ao menos o projeto já esteja concluído até março deste ano. “Quero começar rapidamente. Pelo menos, até março estar com esse projeto já para começar as captações no final do primeiro semestre. Temos um biênio, então é de fundamental importância que no segundo semestre a gente possa cair em campo para começar o trabalho. Estou otimista. Não posso prometer que nesse biênio tenhamos a obra concluída, mas farei todo o esforço para isso. Ou pelo menos para deixar o projeto encaminhado”, almejou o dirigente.

Visibilidade turística

Ainda embrionária, a ideia é que esse mergulho na história do clube não se esgote no projeto do museu em si. Assim como acontece na Bombonera, em Buenos Aires, ou no Maracanã, no Rio de Janeiro, a proposta pretende estender os horizontes e passar a ofecerer uma espécie de visita ao Sport Club do Recife. Além do museu, o visitante teria acesso a um tour pelo estádio, quadras, vestiário. De acordo com o vice-presidente, o pensamento é que o local passe a fazer parte do roteiro cultural da cidade. "O que esperamos é que possa ter uma visibilidade até turística. Como o museu do Boca Juniors, listado no roteiro de museus de Buenos Aires. Queremos que seja um item importante nas rotas turísticas da cidade como Ricardo Brennand, o Paço do Frevo ou o Cais do Sertão."

Ainda em desenvolvimento, muitas determinações não foram estabelecidas com relação ao funcionamento do local. Uma delas, a princípio, é a forma de acesso. O vice-presidente, no entanto, evidenciou que, independentemente do que se decida, o sócio terá todo o privilégio. Se não a gratuidade, algo diferenciado com relação ao valor pago pela entrada.