SALGUEIRO

Antigos ídolos do Salgueiro comemoram título inédito do Campeonato Pernambucano

Ex-jogador e ex-treinador do clube, Clébson e Cícero Monteiro acreditam que taça inédita do estadual pode fazer Carcará voar ainda mais alto

postado em 06/08/2020 08:38

(Foto: Ricardo Fernanes/DP)
O título pernambucano é a maior conquista do Salgueiro, mas não é o primeiro bote do Carcará. Fundado em 1972, o clube voltaria à ativa com uma nova fundação apenas em 2005, com uma nova roupagem. Ao longo de sua recente história de 15 anos outras glórias e personagens foram acumuladas como a base que encontrou seu auge nesta última quarta-feira, mas com sonhos de chegar ainda mais alto.

Campeão da Série A2 do Pernambucano em 2007, logo nos dois primeiros anos na elite emplacou o 4º lugar. Mas foi em 2010 o primeiro grande feito, na Série C. Após uma má largada, ganhou fôlego e se classificou à frente dos tradicionais Campinense e CRB. Tomou gosto de derrotar gigantes e no mata-mata, despachou o Paysandu em plena Curuzu, onde os paraenses sustentavam invencibilidade de dois anos.

Treinador do clube à época, Cícero Monteiro trata o feito com orgulho e reclama para si o acesso à Série B como a maior conquista do Salgueiro. "Com todo respeito, mas foi o maior feito da história do clube. Ali começou toda a história. Estávamos quase rebaixados (para a recém criada Série D), e crescemos mais ainda na decisão. Fizemos um bom resultado e nem precisava vencer lá, mas vencemos o Paysandu" relembra, com orgulho do que encara como a maior façanha individual.

"Até então, em Pernambuco só existem três treinadores da terra com acesso de divisão em Campeonato Brasileiro. Eles se chamam Givanildo Oliveira, Nereu Pinheiro e Cícero Monteiro. Num mercado muito disputado, isso é um feito muito importante."

Dentro de campo, diversos jogadores também marcaram seus nomes na história do clube. Mas foi o meia Clébson o primeiro grande destaque, que também foi pivô na conquista do acesso à Série B, até então inédita para os clubes do Sertão do estado. "Foi um ano muito importante aquele 2010. Uma equipe do interior chegando a esse feito, com apenas cinco anos de existência. E ajudei a conquistar o objetivo. Foi marcante para o clube e para mim também. Marcamos história no interior de Pernambuco. Torço muito por eles, tenho amigos lá", destacou o hoje jogador da Juazeirense.

Auxiliar técnico do Carcará desde 2019, o ex-lateral Marcos Tamandaré também faz parte dos grandes ídolos do clube. Depois de viver a experiência de conquistas dentro de campo, hoje festeja fora das quatro linhas um marco que também ajudou a construir. "São situações diferentes. Cada uma tem um aprendizado. Mas uma coisa que eu sempre passo para eles é ter muita concentração, o que nunca faltou. Mesmo ficando atrás na parte financeira, dentro de campo fazemos diferença."

Embora veja diferenças, Tamandaré revela que a ansiedade que sentia era a mesma antes das decisões. "Estava tão ansioso quanto os jogadores. A vontade de chegar logo o jogo, hoje fico um pouco mais nervoso. Porque quando jogava, era entrar em campo e logo relaxava mais a tensão porque entrava no clima. Mas de fora você fica mais ansioso, mais tenso,. É pior do que lá dentro.

Agora, com um título conquistado, o auxiliar projeta ainda mais conquistas para o time sertanejo. "O Salgueiro vinha batendo na trave há muito tempo. Era a hora da gente. Mérito da diretoria, que sempre fez um trabalho organizado e a partir do momento em que sai o primeiro, certamente virão outros. Porque o trabalho é muito sério e com um pensamento ambicioso de voltar às competições nacionais até mais forte do que foi anteriormente. O foco é levar cada vez mais o nome de Salgueiro a um patamar mais conhecido", projeta.