Otacil presenciou a conquista de 1944

Otacil de Albuquerque Ferreira não larga o América. Nunca. Dos 78 anos de vida, 70 estão ligados ao clube, garante. Não à toa, ele é um dos torcedores-símbolo do clube. Vai a todos os jogos do Mequinha. Guarda no peito o escudo da agremiação. Na cabeça, as lembranças dos tempos gloriosos do América.

Seu Otacil começou a torcer pelo América por causa da avó Luiza Maria da Conceição e da mãe Constância Cristina. “A gente ia ver os jogos do América. Morávamos em Casa Forte e atravessávamos de barco até a Torre. Depois, íamos a pé até o campo. O América ganhando ou perdendo, a gente sempre estava nos jogos”, conta.

Ele é testumunha do título de 1944 - o último Pernambucano da história do Mequinha. Tem poucas lembranças, na verdade. Mas a primeira recordação é bem clara. “Minha vóentrou no campo. Fez a festa e se abraçou com os jogadores”, diz.

Ele também lembra da marcha de Carnaval que ficou conhecida entre os alviverdes. O alvo era o Náutico, vice-campeão daquele ano. “Dei o braço a Tereza e saímos por aí a passear. A Tereza foi embora. Cadê Tereza que não quer dançar? No caso, Tereza era o Náutico, né? Eles perderam e o Carnaval ficou entristecido por lá”, conta, aos risos.

Seu Otacil faz questão de cultivar o amor pelo América dentro da família. Dois de seus quatro filhos, torcem para o clube. Ele também faz questão de ir ao estádio que já não se encontra tão cheio como antes. Mas, junto aos novos torcedores que surgem no Ademir Cunha, ele até tem uma visão otimista. “Agora, o América ainda tem muitos abnegados. Se você for no campo e olhar direitinho, ali, no mínimo, tem umas 200 pessoas quer torcem pelo time. Mas torcem mesmo.”

Otacil ainda guarda com carinho carteira de sócio do América de 1963